Aelin Archeron chega em uma nova cidade para recomeçar sua vida. Para pagar a faculdade, ela trabalha como babá para um família: os Bartholy. Mas começa a perceber comportamentos estranhos neles, como em seus amigos e... em si mesma.
Em meio a guer...
— O que está acontecendo? — pergunto, mas ninguém me responde. Mor rosna, como um animal selvagem que está prestes a atacar. Seu braço direito treme, se solidificando em ferro e uma pequena adaga se formando. Olho para aquele demônio que está sentando ali, preso. Ele a analisa. Seus olhos ficam totalmente pretos, eu me sinto cada vez mais gelada. Minha visão escurece, sinto meus músculos relaxarem e meu corpo inerte bater em algum lugar.
Estou flutuando?
(...)
Acordo em uma cama macia e quente, mas não é a minha da mansão, será que estou sonhando?
Ouço vozes, alguém está em pânico. A porta do pequeno quarto se abre, vejo minha amiga entrando com o rosto contorcido em ódio.
— Está acordada? Ainda bem! — ela se apoia em algum cômodo, a mesma parece... exausta.
— Mor... o que aconteceu? — minha voz sai falha.
— Tive que apagar você, sinto muito. Aquele demônio mandou uma mensagem ao mundo dele, estão vindo para cá. Eu não sabia... eu... — ela grunhi, parece que ela quer chorar.
Me sento e levanto, me aproximo e a abraço. Seu corpo fica rígido mas logo ela me abraça de volta. Soluços saindo do fundo de sua alma.
— Está tudo bem... não é culpa sua... — digo passando a mão em seus cabelos loiros.
— Não está tudo bem, Aelin! — a mesma vocifera entre as lágrimas — Me prometa uma coisa.
— O que? — me afasto, olhando para seu rosto vermelho encharcado. Ela poderia se afogar em suas lágrimas.
— Não desista tão fácil, por favor. Lute e não desista. — ela começa a tremer novamente.
— Por que?
— Só me prometa! A batalha contra os demônios vai ser hoje, ao anoitecer. Vai ser eu, você e os Bartholy contra um grupo de mil soldados demônios.
— Prometo. Mas, como assim hoje à noite?
— Você dormiu a noite toda. Enfim, vamos para a arena onde você treinava com meu pai... se arrume — ela rapidamente sai do quarto.
(...)
O meio da tarde chega, eu e Mor já almoçamos e treinamos, ela parece uma... não sei explicar. Hoje não vi nenhum dos Bartholy, queria saber o que está acontecendo com todos.
— Você tem o poder das Sombras e do Fogo, e pode ter mais. Não deixe as sombras dos soldados Valg encostarem em você, se deixar... eles irão te torturar mentalmente até que sobre apenas sua casca. Você não saberá o que é real e o que é fantasia. Destruindo sua mente. Seus poderes precisam vir de você, mas não de sua energia, se quiser fazer um belo estrago, sua força precisa vir da alma.
— Mas como vou saber se está vindo de minha energia ou da minha alma?
— Em momentos como a batalha, seus poderes farão por você. Mas não os deixe controlar você.
Eu concordo com a cabeça, eu deveria estar ansiosa com hoje à noite. Mas já vi tanta coisa que mal presto atenção no que o crepúsculo me aguarda.
(...)
De frente para o espelho vejo como estou. Meus olhos negros analisam tudo. Meu cabelo preso em uma trança, minha armadura. Uma espada pende em minha cintura, já usei ela para matar os Skinwalkers. Acho que estou pronta.
Saio do lugar e chego no limite, olhando as árvores ao longe. Morrigan está linda, a armadura negra mesclada com violeta parece o céu noturno, dando destaque aos seus cabelos loiros também presos em uma trança. Os Bartholy estão muito bem vestidos para a "ocasião".
Eu queria tanto encostar no Drogo, dizer algumas coisas. Mas não posso arriscar que o Nicolae saiba. Apenas meus olhos revelam o que meu coração quer falar. Seus olhos âmbar entendem.
— Boa noite. — uma voz grossa e fria soa no ar. Me viro e vejo Rowan, seu rosto como pedra. Ele cheira o ar, como um gato rastreando algo.
Mor se vira para nós.
— Espero que tudo ocorra bem. Meninos — ela olha para os irmãos — Vocês vão cuidar da Defesa Nebulosa, sabe, com a força expulsar os demônios menores, já que são eles que vão tentar destabilizar as nossas defesas. Rowan irá cuidar dos demônios mais afastados daqui, eu e Aelin com os que aparecerem. Iremos ficar no centro.
Ela anda até os meninos, parando de frente para o Nicolae.
— Obrigada por me aguentar, e desculpa qualquer coisa. — ela sorri, algo meio triste ali, mas quase imperceptível.
Ela se mexe até ficar de frente para o Drogo.
— Idiota.
Ela anda até o Peter, mas Drogo sorri docemente, será que ouve alguma conexão mental? Ela pode ter dito algo e eu não ouvi.
Ela não diz nada, apenas o abraça o vampiro de cabelos azulados.
— Se você morrer vou até o inferno atrás de você. — ela se afasta e caminha até o Rowan, seu pai.
— Boa batalha, pai. — ela o abraça. O que deu nela?
Ele suspira e a abraça, isso é realmente lindo de se ver. Ele a solta.
— Só peço que em momento algum olhem para mim. Até mesmo você, Aelin. Minha forma não vai estar agradável aos olhos. Nem o que vou me tornar.
Eles acenam e somem, deixando eu e Mor sozinhas. Um nó se forma em minha garganta. Ela me abraça.
— Metade do meu rosto irá se transformar em ferro, um dragão, Abraxos irá vir, ele vai acabar com uma grande parte dos Valg. O difícil ficará para a gente. — Ela se afasta um pouco de mim.
— Posso ver? — pergunto, curiosa.
— Não vai ter pesadelos à noite? — ela diz cheia de humor. Eu sorrio. Ela chega mais perto e vejo seu rosto se deformando e virando algo assustadoramente lindo. Seu círculo dourado em volta da pupila tomando conta do olho inteiro.
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Ela sorri e sai. Acho que foi buscar o seu dragão. Ela me disse o que fazer, e eu não estou com medo.
Com um suspiro, minhas orelhas ficaram pontuadas, e então eu sinto: o cheiro de carniça se aproximando.
Esticando minha mão esquerda eu tiro a espada de minha cintura. Com a mão direita, uma chama cresce ali. Então eu vejo.
Um homem de aparência pálida e alta, esguia aparece em minha frente. Seu cheiro é familiar, mais dois igual a ele aparecem. Eles andam meio tortos como se seus membros fossem cair por conta das costuras mal feitas. Eles sorriem para mim.
— Dessa vez iremos provar seu sangue. Dessa vez você será um "bando de carniça" — São os Skinwalkers do dia em que eu e o Rowan fugimos. Eles se uniram aos demônios!
Me colocando em uma posição de defesa, meu poder ressurgindo das cinzas e rugindo em meus ouvidos.
Sombras saem deles. Vejo um coelhinho branco fugindo para sobreviver. As sombras engoliram ele...
Meu nome é Aelin Archeron, e eu não terei medo.
___________________________ Gente, me desculpem não postar nos últimos meses. O wattpad bloqueou minha conta e demorou muito para eu conseguir recuperá-la. Fiz esse cap e espero que gostem.
