Panqueca

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Acordei com o sol em meu rosto, não era uma sensação desagradável, muito pelo contrário, o calor do sol esquentava a minha pele e me fazia sentir segura.

Ao meu lado Kane ainda estava dormindo, nós não estávamos tão próximos um do outro, ainda assim, nossos corpos eram próximos o suficiente, o braço do alfa ainda estava segurando a minha cintura, enquanto seu rosto descansava muito perto do meu.

A nossa situação me levou a despertar completamente. E sem conseguir ficar deitada, fiz o meu melhor para levantar. Tudo isso sem acordar Kane. Com muito cuidado consegui afastar o seu braço da minha cintura e vagarosamente me estendi pela cama, driblando os diversos cobertores do meu ninho bagunçado e pisando em chão frio.

Meus movimentos não acordam o Alfa adormecido, pelo visto não sou considerada uma ameaça  para ele.

Na ponta dos pés me afasto da cama. Não me permito admirar o belo alfa no sono. Essa é uma tentação que dificilmente ignoraria, minha vontade seria voltar exatamente para onde estava adormecida, talvez me inclinar sobre Kane e acordá-lo com beijos em suas glândulas de feromônios.

Tenho que segurar um suspiro de vontade quando me imagino agindo conforme o meu cérebro Ômega demanda.

Por um milagre consigo abrir a porta e sair para o banheiro sem acordar Kane.

Ainda espero alguns segundos para ter certeza que ele está plenamente adormecido.

Em seguida e ainda na ponta dos pés, vou até o banheiro, trancando a porta atrás de mim.

Depois de esvaziar minha bexiga, não posso conter o meu desejo de escovar os dentes.

Agora sei que Kane não se importa. Então, fica mais fácil agir.

Não fico surpresa ao notar o meu cabelo rebelde, todos os meus cachos estão eriçados, estou com o dobro de volume. Mas, não sei onde deixei o elástico de cabelo, muito menos tenho algo para fazer. O jeito é ignorar minha aparência desgrenhada.

Meu corpo está muito relaxado, ainda sinto com mais força um coçar em minhas glândulas de feromônios, nos pulsos e no pescoço, todavia sei que posso ignorar esse desconforto.

Quando tomo coragem volto para o corredor. Toda a casa está iluminada pelos raios de sol. A porta do quarto de Dylan continua fechada, igual na noite anterior, não sei se ele voltou para casa, então me mantenho afastada desse quarto.

O que ele deve pensar de mim? Os pensamentos malignos começam a pulsar em minha mente. O que todos vão pensar de mim?

Um ataque desses será impossível de esconder, as pessoas vão me julgar pela minha tolice, vão me culpar pelo ataque. É sempre assim.

Confesso que não estou preparada para enfrentar essa realidade. Prefiro lidar com o que tenho agora.

Silenciosamente sigo para a pequena cozinha dos gêmeos. Um pensamento esperto começa a desabrochar em minha mente.

Talvez, se eu fizer um delicioso café da manhã, os gêmeos podem esquecer do papelão que fiz na noite anterior. Talvez, eles possam esquecer da minha idiotice.

Não é uma boa ideia, mas tenho que tentar, me manter ociosa não é algo que quero.

Com minhas mãos limpas e um objetivo em mente me lanço nos armários e na geladeira.

Kane e Dylan estão com a dispensa cheia. Provável fizeram uma compra no mercado nos últimos dias. Entre seus mantimentos, existem muitos pacotes de comida industrializada. Alimentos de fácil preparo.

DevastaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora