Calor

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Nada pode assustar mais um alfa do que a incapacidade de fazer algo.

E foi exatamente assim que acordei de manhã, me sentindo incapaz e sozinho.
Meu ômega tinha me abandonado.

Emma não estava no quarto, o seu lado da cama já estava frio, mesmo que seus feromônios permanecessem presos aos vários tecidos, sua presença já não era mais sentida ao meu lado.

É claro que isso me levou a enlouquecer, meus instintos bateram tão fortes em minha cabeça, forçando o meu corpo e responder a um chamado urgente, que não pude recusa.
Em um momento eu estava deitado sonolento e no outro estava correndo pelo meu apartamento, seguindo o cheiro do meu Ômega.

Minhas glândulas no pescoço queimavam irritadas, até encostar nelas era doloroso. Todo o meu corpo implorava por uma coisa, enquanto meu cérebro em total estado Alfa gritava comigo.

Encontre o Ômega! Encontre o Ômega!

Rosnados deixavam a minha boca sem controle.

O seu perfume perfeito me levou até a cozinha. Onde a minha gatinha estava.

Ômega! A voz alfa em meu cérebro celebrou. Encontramos.

Emma estava curvada sobre a pia, seus olhos grandes me encarava, enquanto um pedaço fofo de panqueca estava em suas mãos.

A cozinha inteira cheirava a Emma e comida, era delicioso o que me levou diretamente para ela.

- Ômega, eu acordei e você não estava na cama. - Minha acusação é certeira e vem direto da minha designação. Um lembrete muito vivo do predador de sou.

Mantenho os meus olhos nela, seu rosto suave, seus cabelos dourados e frisados pela manhã sonolenta, esses lábios rosados implorando por beijos. Às vezes olhar para Emma me deixa assim, irracional de desejo.

- Eu acordei mais cedo, Alfa. Fiz o café da manhã, para agradá-lo. - Sua resposta vem inteiramente da sua designação. Posso sentir com muita força seu cheiro subir e aumentar para algo suave e doce, chamando por mim.

- É meu dever prover para você, Emma. - Retruco ao passar um dos meus braços por seus ombros delicados, não consigo me impedir de puxá-la para o meu peito. - Você não é obrigada a nada disso.

Meu Ômega quis agradar, prover algo para mim, isso é desconcertante e maravilhoso. Me enche de orgulho alfa.

- Não fiz por obrigação, fiz porque quis. - Escutar a sua resposta sela o que eu já sentia, meus olhos presos em seu rosto delicado e salpicado de sardas.

Estamos muito próximos, e me seguro para que nossos corpos se toquem somente de modo sutil, minhas mãos passeiam em seus ombros, clavícula e pescoço, estou quase roçando em suas glândulas de acasalamento.

E isso devia me assustar até a morte, o tanto que eu quero essa mulher, o tanto que pensar em tocar suas glândulas de acasalamento não me causam repulsa, apenas animação e um sentimento persistente de antecipação.

Todo o meu corpo vibra ao tocá-la. Seu perfume ômega é tão delicioso, que não me importo se ela o esfregar em minha pele. Na verdade meus instintos alfa anseiam por isso.

Carregar seu cheiro em minha pele seria uma conquista digna de um Alfa. Seria a grande vitória. Talvez eu devesse me abster de gostar tanto disso, ou ter a decência de fingir que tudo o que ela faz não me fascina. Mas, não consigo fazer isso. Não quando o seu cheiro é um convite para mim.

- O seu cheiro me chama, ômega. É o melhor perfume que já senti. Faz meu corpo queimar de necessidade. - Minhas palavras sussurradas quase como um segredo, estão cheias de sentimentos. Saboreio as promessas que sinto em seu perfume Ômega, seus olhos de corça e as sardas em seu rosto são lindos. Os pequenos pontos parecem uma constelação, sua própria constelação e me pego desejando mais que tudo desvendar seus segredos e me entranhar em sua vida. - Você é tão linda.

DevastaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora