Confronto

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Semanas atrás

No outro dia foi impossível fugir da fofoca que rolava pelo campus. Parece que rolou uma festa surpresa em uma das fraternidades Betas femininas e Kane saiu da festa acompanhada de duas estudantes siliconadas.

Não me surpreendi pela fofoca ter sido espalhada pelas próprias moças, contando para quem quisesse ouvir as proezas sexuais do grande Alfa tatuado.

Foi nojento escutar tudo aquilo. Por isso, mais que nunca, me mantive afastada de todos.

As semanas que se seguiram foram cheias de fofocas sobre os gêmeos problemas.

Agora, algumas moças começavam a chorar e praguejar sobre eles, enquanto o amor delas não era correspondido pela dupla de Alfas.

Parece que onde eles iam deixavam para trás um fã clube de iludidas. A popularidade de ambos apenas crescia, ninguém sabia muito bem aonde eles moravam, havia muita especulação sobre os dois.

Na maioria das vezes eles estavam com os jogadores e atletas, todos também com a designação Alfa. E depois de poucos dias era difícil não encontrá-los com alguma estudante Beta em seus braços.

Kane continuou a frequentar a biblioteca enquanto eu ficava cada vez mais íntima do estoque empoeirado. A biblioteca era o único lugar onde não o via com alguma mulher no colo. Ainda assim, seus olhos me seguiam com certa frequência, o que me deixava em um eterno estado de alerta, pegar o seu cheiro estava começando a me afetar, fazendo meu cérebro Ômega implorar para me aproximar. Não era apenas desconfortável, era irritante, por isso aumentei minha dose de supressores.

Então, em uma manhã particularmente difícil, já que eu estava com uma cólica intensa e pouco propensa a ser amigável, decidi dar um basta em seu assédio velado.

Principalmente quando notei que o outro irmão Alfa, Dylan, também passou a me encarar enquanto mantinha em seus lábios um certo sorriso misterioso.

Eu era a porcaria de uma atração de circo para eles? Pensava irritada, eles nunca viram uma Ômega antes?

Minha manhã já tinha sido uma porcaria quando percebi que meu cabelo não queria colaborar comigo. Estava armado, cheios de cachos frisados, então tive que tentar alguns penteados até me acertar com um que eu gostasse, logo mantive dois coques laterais altos, o que no final das contas me deixou com uma aparência descontraida. Vesti um vestido cinza que moldava as minhas curvas e um tênis confortável branco. Tive que aplicar algumas gotas de óleo de camomila em minhas glândulas, já que nos meus períodos menstruais, o meus feromônios sempre ficam mais fortes. Maldita biologia.

Eu sabia que não estava vestida na moda, que não sou nenhum pouco parecida com as beldades Betas deste campus. E na minha cabeça isso nunca foi um problema, gosto da minha individualidade. Cheirar a chá também não estava ajudando a melhorar o meu humor.

Minha maquiagem era a de sempre. Olhos bem delineados em um estilo de gato e um batom suave, minha pele sardenta era notável à quilômetros de distância, o que não me incomodava.

Quando era ainda uma jovem, adolescente, tentei várias formas delas desaparecerem do meu rosto. Mas, no momento que entrei na Universidade prometi que não deixaria a vaidade dominar quem verdadeiramente sou, então assumi as sardas e meu estilo estranho de me vestir e pentear meus cabelos longos e cacheados.

DevastaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora