Capítulo 14

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Assim que chegamos, a polícia que já estava na casa, veio em nossa direção, dizendo que já haviam peritos no local.

Agente Collins, Charlie e eu adentramos a residência completamente de madeira, por dentro era escura e cheirava levemente a mofo.

Fomos em direção ao andar de cima, sendo guiados pelo policial.

Ele abriu uma porta então entramos em um quarto, rústico, simples, havia apenas uma cama de solteiro desarrumada, e o armário de duas portas com o espelho quebrado.

Haviam peritos ali, conversando e analisando coisas. Afinal era nesse lugar que o homem cometia os crimes.

Notei nos pés da cama, ganchos fincados, lugar para se passar cordas ou algemas.

Muito usado para fetiches sexuais. Olhei para Charlie, ao meu lado que olhava a mesma coisa que eu. E duas vitimas escaparam disso (se é que devo chama-los assim), Derek Valley, e Virgil Johnson conseguiram fugir.

— Olivia, por favor, verifique o que foi achado com os peritos. — Charlie pediu, educado como sempre, e ela prontamente assentiu. Afinal queria agradar.

— Elena, você faz o relatório? Ou quer que eu faça? — Perguntou. Eu não queria fazer relatório.

— Se você quiser fazer... — Deixei no ar, e ele sorriu balançando a cabeça em negação.

— Okay, eu faço. — Disse solicito, e eu assenti, o sentindo me analisar, e fixei em seus olhos brevemente, só para estabelecer contato.

— Vou descer, temos que rondar a casa. — Murmurei.

— A policia já o fez. — Olivia fez questão de dizer.

— Mas eu não. — Rebati. — Com sua licença — Gracejei e dei as costas aos dois, revirando os olhos. Chata.

Desci as escadas, e ao invés de ir para fora, uma intuição, me fez querer ir rumo a cozinha, e fui. Eu era boa nisso, em ser intuitiva. O lugar possivelmente já foi vistoriado, olhei em volta, tinha armários amarelos, e uma bancada também em madeira. Abri os armários e a geladeira. Estava uma verdadeira catástrofe, vários alimentos vencidos, e baratas.

Como esse homem vivia neste lugar?

Avistei uma porta, possivelmente de uma despensa. Fui em direção, e adentrei, era normal, não tinha muita coisa ali, além de umas sacolas de arroz.

Passei os olhos e caminhei até perto de um caixote de madeira, ouvindo o som dos meus passos no assoalho. Tec Tec. Abri o caixote, não havia nada.

Toc.

Era oco.

Em outro lugar.

Tec.

Peguei no caixote pesado e tentei puxa-lo, forçando meus braços e pernas, e não consegui, era definitivamente muito pesado.

Respirei fundo, soltando o ar pela boca. Tentei de novo. Nada.

— O que está fazendo? — Ouvi a voz de Charlie. Me virei para ele, que estava na porta.

— Olha. — Soltei, e bati o pé no assoalho oco. Ele estreitou os olhos. — Me ajuda. — Pedi, e ele se aproximou rapidamente.

— O que você acha que tem aqui? — Perguntou, se posicionando para me ajudar a puxar.

— Isso é o que vamos descobrir. — Falei, e respirei fundo. — No três.

— Um... Dois... — Contamos juntos, me preparei para fazer força, e nós puxamos. — Três.

Conseguindo então, arrastar o caixote pelo lugar apertado, o levando para o canto da parede.

DicotomiaOnde histórias criam vida. Descubra agora