Capítulo 43 - Parte I

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♥ A NARRATIVA VOLTA AO ORIGINAL / ALEXIS

Avistei Carmo adentrando em casa com minha filha nos braços, em sua cara mesmo que ele tentasse encobrir estava: culpado.

E na da diabinha, a de quem sabe que está ferrada.

Cruzei os braços na frente do corpo, ainda tensa, com o coração apertado. Perdida em tantas questões, nos porquês. Essa maldita sensação era para me deixar louca.

- Avise seu sobrinho, que encontrei o anel dele. - Proferi, tudo em mim, era consumido por ódio.

Carmo anuiu, eu estava esperando pelas desculpas, as mentiras e toda a enrolação.

Mas não vieram.

- Vai você mesmo e entregue. - Disse, simples assim, enquanto colocava Lilith, a pequena traidora no chão.

- Como inferno vocês puderam fazer isso? Como o covarde do seu sobrinho deixou a filha assim? Se escondeu por tanto tempo? Que tipo de brincadeira sádica é essa? - Rosnei.

- Pergunte a ele. - Carmo disse. E prosseguiu. - ESTOU FARTO DE DRAMAS. SEU E DE NICHOLAS! SÃO ADULTOS O SUFICIENTE PRA APERTAR UM GATILHO... MAS NÃO SABEM RESOLVER NADA! DESSA VEZ... VOCÊS QUE RESOLVAM ISTO. FIZERAM UMA FILHA, NÃO FOI? ENTÃO, CUIDEM DELA. EU VENHO PARANDO A MINHA VIDA PELAS VONTADES DE VOCÊS... MAS NÃO VOU ME MOVER MAIS! ESTOU CANSADO... VOU PEGAR MINHA BELA E JOVEM ESPOSA E VOU PRA UMA BELA ILHA NO MEDITERRÂNEO COMER LAGOSTA EM FRENTE AO MAR... E VOCÊS QUE SE EXPLODAM! - Exclamou abrindo os braços de maneira dramática, eu nada falei, eu não tinha sequer forças pra fazer um escândalo, ele pegou seu celular, digitou algo e logo depois senti o meu vibrar em meu bolso.

- O que? Você acha que é... Assim? Inferno... Eu preciso de respostas, Carmo! - Murmurei, oscilando, despejando toda minha frustração, em lágrimas.

Parecia inacreditável.

Era como um pesadelo, eu não sabia o que sentir, ao saber que Nicholas esta vivo. Faz tanto tempo.

- O endereço... Eu te enviei. - Carmo disse, dando de ombros. - Busque suas respostas.

_____

Andei pelo corredor, checando, com as mãos trêmulas, o endereço em meu celular. Meu estômago estava embrulhado pela ansiedade, enquanto eu me sentia prestes a surtar.

Parei em frente a porta onde marcava em prata o número "202".

Respirei fundo, com toda coragem que eu, sempre tive, vacilando dentro de mim.

- Nicholas? - Chamei, toquei a campainha, e fechei meus olhos, enquanto meu coração batia forte dentro do peito. - Eu sei que você está aí.

Esperei alguns segundos, nada.

- Você não quer um escândalo, quer? Porque eu posso fazer... - Nada -DROGA! ME MOSTRE APENAS QUE ESTÁ AÍ!

Nada.

Vai ser por mal.

- NICHOLAS! ABRE LOGO SEU DESGRAÇADO! EU SEI DE TUDO SEU MALDITO, VAI SE ESCONDER ATÉ QUANDO? - E chutei a porta seguidas vezes enquanto tocava a campainha. - Se eu estivesse com minha arma, resolvia em dois tempos... - Falei, mais pra mim do que pra ele que eu sequer sabia se me ouvia. E voltei a chutar, bater e berrar como uma louca, sentindo até mesmo minha voz ficar rouca.

Ouvi um vizinho grasnar do outro lado, um "cale essa boca".

- Pro inferno! - Rosnei de volta.

- NICHOL...- Comecei de novo, mas então parei, quando uma corrente elétrica passou pelo meu corpo.

DicotomiaOnde histórias criam vida. Descubra agora