Capítulo 39 √

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A playlist acabou ❤
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- Meu Deus, parece coisa que a gente vê no Pinterest! - Soltou Alison animadíssima andando pelo chalé, namorando a grande lareira, em Charmokvik, tirando então, uma risada de Carmo.

Era realmente maior do que eu imaginei, e mais luxuoso também. Já estava completamente mobiliado e abastecido. Ficava em uma rua bem localizada que continha alguns outros chalés entre as árvores, no acolhedor vilarejo.

Calmo demais ao meu ver, mas bom o suficiente para ficarmos seguras.

- Vou deixa-las se acomodarem. - Disse Carmo, pegando de leve na mão minha Lilith que estava em meus braços. - Como Alison e eu somos os guardiões legais de Lilith, logo os bens de Nicholas, estarão disponíveis para uso desta, ele não deixou um testamento, obviamente a descendente se torna sua única herdeira, vamos manejar este dinheiro com cuidado para que vocês não sejam localizadas. Por hora, lhes enviarei um boa mesada, como já tratamos. - Fez uma pausa, me fazendo sorrir internamente, dinheiro nunca era demais, sem contar meus dois milhões de dólares escondidos em várias contas pelo mundo que ele sequer desconfiava. Ele sorriu olhando pra minha diabinha - Cuidem bem dela, é da última Vicentinni que estamos falando!

- Com a minha vida. - O respondi, dando toda certeza.

Ele se despediu de nós, e logo se foi, nos deixando ali, sozinhas.

Subi as escadas e caminhei até o quarto principal com Lilith, e então adentrei, era espaçoso, entre o moderno e o rústico, avistei perto da Queen Size ao centro, um pequeno bercinho branco e rosa, delicado, cheio de brinquedinhos. Sorri, e me aproximei.

Com cuidado coloquei Lilith no berço, e ajeitei sua mantinha sabendo que não tardaria a acordar querendo mamar, pra voltar a fechar os olhos em seguida. Essa sim gostava de dormir. - Parece seu pai... Não pode ver uma oportunidade de dormir não, é? - Suspirei, a olhando, o rostinho redondinho com bochechas salientes. Era tão pequena, indefesa. Mal sabia dos horrores que acontecem além dela. Girei o brinquedo sobre o berço e vi que pequenas luzes se assendiam. - Diabinha, é tão bonito seu berço. Nem eu e nem sua tia tivemos um, mas você tem. E vai ter uma casa linda como essa pra você crescer... Vai ter comida, roupas e estudar nos melhores colégios, vai ter tudo. Eu vou garantir pra que nunca você passe pelo o que eu passei. Sabe, Lilith, eu não vou ser a melhor mãe de todas, eu sou um monstro, e talvez ainda erre muito. Mas eu nunca vou querer o seu mal como minha mãe quis pra mim... Eu vou sempre amar você, sua tia... E eu vou tentar te criar da melhor forma. Sabe? Eu não sei o que fazer Lilith... - Funguei, evitando as lagrimas. - Eu sinto falta do seu pai todos os dias, aquele bastardo maldito, eu pareço bem, mas não estou. Eu achei que ele havia levado tudo quando se foi, mas você está aqui... E eu tenho que continuar sobrevivendo. - Soltei, já aos prantos, tentando não fazer barulho enquanto me apoiava no berço, dei a volta e me deitei na cama encolhendo meu corpo, estando de cara pro berço. E chorei, pensando que há meses atrás, se tudo não fosse daquela forma, eu estaria nessa casa, com Lilith, e com Nicholas.

Não que Nicholas gostasse ou tivesse apresso pela existência de crianças... Mas talvez com nossa filha fosse diferente.

Nos éramos tão errados juntos, mas parecia tão certo estarmos juntos. Droga!

Fechei meus olhos, imaginando ele me abraçando, aninhando meu corpo, me mantendo quente, enquanto nossos corações batiam e voltei a os abrir, tendo Lilith apenas, ouvindo o barulho de algum objeto caindo no andar debaixo.

É, Alison já estava marcando o território.

Levantei, limpei meus olhos e respirei fundo, sabendo que ainda tinha que organizar algumas coisas que Alison comprou, as minhas e de Lilith nos closets. Sai do quarto deixando a porta entreaberta, quando cheguei no corredor notei Alison subindo com aquele monte de malas, várias de uma vez, escada a cima.

DicotomiaOnde histórias criam vida. Descubra agora