Capítulo 30

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Já que estamos nas últimas rs, vou deixar um trecho das músicas que me inspiraram a escrever cada personagem, antes do início dos próximos capítulos. ❤

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Nicholas / Bullet in a Gun - Imagine Dragons

Para construir sua reputação, você paga o preço
Você dá a sua vida, não tem outro jeito
O pacto do diabo, está se aproximando
Para usar a coroa, levante-se do chão.
Enlouqueça, perca-se.

(...)

Como uma bala em uma arma.

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— Não. — Vociferei. Ivy não faria parte disso, ela não merecia. Na verdade, se essa for mesmo, nossa única possibilidade, eu preferia optar por uma criança de algum abrigo sem recursos, como o que cresci, pois teria um futuro bem melhor com uma família rica escocesa. Ivy tinha uma boa família, tinha quem a amava.

Isso era tráfico humano. Trafico internacional de pessoas. De crianças. Eu não ia fazer isso. Vender uma criança.

Eu fui vendida muitas vezes pra fazer isso.

Muito menos com Ivy. Ela tinha quem a ama e protege. Mas Nicholas e eu nunca tivemos...

Ele não pensava nisso? Ele tanto quanto eu vem de uma droga de família fodida, e isso acabou conosco, e nos vamos condenar uma inocente a essa merda toda?

— Isso é tudo pra não ver seu querido Charlie Edwards sofrendo? — Perguntou com escárnio, enquanto fechava a mala. Ciúmes.

— Não tem nada haver com isso. — Rebati.

— As coisas vão ser como eu quero, elas sempre são. Você quer mesmo ser presa Alexis? Volte pro Alabama. O que é isso perto da sua sobrevivência? — Perguntou em um sussurro, se aproximando de mim.

Olhei em seus olhos, quando ele tocou meu rosto.

— Você não vai me manipular. — Deixei claro, sem vacilar. Comigo isso não iria funcionar.

— Então, você prefere ir pra cadeia? Pois essa é a única chance que temos. Ela não ficará mal, estará com uma família milionária que quer ter um filho. — Disse, ainda tentando me dobrar a sua vontade.

— Não. Não conte comigo pra isso. Podemos pegar alguma criança de abrigo, alguém que não tenha família. — Soltei, expondo minha ideia inicial.

— Mas que graça isso teria? — Fez uma pausa. — No Edwards, isso doeria mais que um tiro.

Tudo era sobre o Charlie, agora?

— Você só pode ter um fodido tesão no Edwards. — Declarei, arqueando as sobrancelhas em desafio.

Ele me olhou como se eu tivesse lhe apontado uma arma.

— Não vou participar disso. Ivy não merece. — Anunciei por fim.

— Que maternal da sua parte. — Debochou.

— Olha pra sua família, olha pra minha. Droga Nicholas, quer foder com a vida de uma criança? Inferno, não sabemos quem são eles... Uma família rica não garante nada. OLHA PRA VOCÊ! — Berrei, impaciente.

— Um doente, não é? — Soltou, com certo recentimento. Revirei os olhos, sem me conter.

— Não comece... — Falei, querendo finalizar aquela discussão que não teria solucionamento, eu não mudaria de opinião.

Tinhamos muito em comum. Mas também eramos pólos opostos, e estávamos divergindo.

Nicholas saiu do quarto me ignorando, fez o check-out e se guiou para fora do motel, eu o seguia, ambos em silêncio, se ignorando.

DicotomiaOnde histórias criam vida. Descubra agora