Capítulo 31

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Charlie & Alexis |Getaway Car - Taylor Swift

Ele foi o melhor dos tempos, o pior dos crimes
Eu acendi um fósforo e explodi sua mente
Mas eu não queria fazer isso
(...)
Ele envenenou o poço, eu estava mentindo pra mim mesma (...)
Com três de nós, querido, é um show paralelo
E um circo não é uma história de amor
E agora, nós dois estamos arrependidos

__________

Saí do banho embrulhada em uma toalha, extremamente descontente ao saber que Nicholas e os outros estavam em "reunião" sobre o que fazer amanhã. Orquestrando o sequestro de Ivy, coisa que me neguei a participar.

Surpreendi-me ao encontrar Vivien no quarto que disponibilizaram a nós. Ela tinha uma muda de roupas nos braços, e sua feição me era indecifrável.

— Nicholas pediu para que trouxesse, as íntimas são novas. — Disse se referindo as roupas, assenti, enquanto ela as colocava sobre a cama.

— Certo. — Soltei, me sentando, pegando as peças e as avaliando, jeans e um pulôver preto, não era a melhor coisa do mundo, mas iria servir.

— Luka, no inicio de tudo, me disse que eu teria uma vida melhor. — Disse ela aleatoriamente, chamando minha atenção.

— Te trazendo pra cá? — Tentei entender.

— É. Eu trabalhava como dançarina burlesca em um show dance. Estava na pior, ele me ludibriou, oferecendo coisas. Prometendo ouro ao miserável. — Confidenciou, eu não estava realmente surpresa com essa história. Era bastante comum.

— Então, você veio parar aqui? — Fiz uma pergunta óbvia.

— É. E ele me fez de objeto, inanimado, que apenas se move através de seus desejos. Presa. Punida caso não o satisfizesse. Eu ouvi algo lá embaixo, sobre o que Nicholas quer fazer com aquela menina, vão segui-los pela manhã, para pega-la na saída da escola. Quando é uma mulher, como muitas de nós viemos parar aqui, é triste. Absurdo. Mas uma criança... Cada vez que os vejo negociar a vida delas, é muito sujo, nojento. James não ficou muito feliz com o que você fez, mas Nicholas o dobrou facilmente, eu já tinha visto Nicholas uma ou duas vezes, antes de você, ele nunca tocou em nenhuma de nós, sendo sincera, não seria sacrifício nenhum pra nenhuma de nós ser tocada por ele, não é como ter relações com Morty por exemplo, mas ele nunca participou disso, mas sei que dessa vez, é por você, de certa forma. Você não é como eu e essas garotas. Tem voz. É uma escolha sua também, já pensou nisso? Sobre a criança? — Soltou parecendo sincera, me analisando.

— Já. — Garanti, um tanto relapsa, ainda incomodada com a parte em que ela diz não ser sacrifício ser tocada pelo homem que eu... Que é meu.

— Eu estava presa neste lugar, ainda estou, tenho teto e comida. Quem me trouxe para este lugar, meu pior carrasco foi morto hoje. Você matou Luka. — Disse com a voz profunda, eu não entendia onde ela queria chegar. Acho que a pressão de estar neste lugar, estava levando o juízo dela embora.

Ela se aproximou, um tanto retesante, tensionei preparada-me para golpea-la caso tentasse algo. Talvez uma vingança por Luka, não seria a primeira mulher do mundo com Sindrome de Estocolmo. Mas, no ápice do inesperado, ela me abraçou.

— Obrigado, Alexis. — Soltou, rápido, se afastando, dando um sorriso agradecido, saindo as pressas do quarto, fechando a porta em seguida.

Franzi o cenho me perguntando o que diabos foi isso.

Suspirei e dei de ombros.

Peguei a roupa, mas resolvi não me vestir, ficar apenas de lingerie e não sair do quarto, me recolhi ali, debaixo das cobertas, liguei a TV, evitando noticiários onde nossos rostos poderiam estar estampados, deixando em uma série de humor qualquer. Mais tarde, um daqueles caras que colam no Morty apareceu a mando de Nicholas, com um grande pacote de algum restaurante italiano, um tanto infeliz estava ele, por me servir "o jantar". Mas ao ser recepcionado por mim apenas de roupas intimas, ficou bem mansinho, mas não se atreveu a abrir a boca, afinal os homens viram o que aconteceu a Luka por falar demais.

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