Ele esteve aqui

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Liny dormia tranquilamente, quando de repente, uma mão branca sai de trás do seu travesseiro e acaricia os seus cabelos. Logo após a mão some. Em seguida ela sai de baixo do colchão e marca a sua barriga.

- Socorro Liny! - Gi vem correndo do banheiro. - Eu acho que eu senti alguma coisa passando a mão no meu cabelo quando eu estava indo no banheiro.

- O quê? - Pergunta Liny sonolenta e assustada.

- Liny, se toca! O medo me marcou. Olha aqui! - Gi levanta os seus cabelos e mostra uma marca de mão branca em seu pescoço.

- Não é possível! – Exclama Liny perplexa. - Você estava com medo? Eu falei que não podia sentir medo Gi!

- Mas é que vocês estavam dormindo tão tranquilamente, que eu não quis acordar vocês. - Disse Gi ajoelhado ao lado da amiga e a abraçando.

- Mas e o Thélo? - Pergunta Liny se virando rapidamente para o colchão dele.

- Cadê o Thélo? Anda Gi. FALA!

- Ele ouviu o meu grito e foi lá correndo ver o que era... Ele ficou com medo dele e...

- E o quê?

- Vem comigo!

Gi se levanta, pega a amiga pelas mãos para ajudá-la a se levantar e as duas vão correndo para o banheiro.

Elas andam mais de vagar conforme vão chegando mais e mais perto da porta e quando elas finalmente ficam de frente para ela, alguém pula na frente delas.

- AAHH! - Gritam as duas.

- É! Conseguimos te assustar! - Diz Thélo batendo a sua mão na de Gi.

- Precisava ver a sua cara Liny! – Sorri Gi apontando para a amiga.

Liny fica furiosa e treme de raiva.

- É! Seus idiotas! Como é que vocês podem ser tão babacas? Será que vocês não percebem que isso foi um trauma da minha infância? Vocês acham que isso é brincadeira? – Ela passa a mão na cabeça e ri indignada pela situação. - Agora vamos até a cozinha comigo que eu preciso tomar um copo da água.

Os três amigos abrem a porta e descem a escada em silêncio. Ao chegar à cozinha, Liny abre rapidamente a porta do armário e pega um copo. Ela praticamente joga o potinho de açúcar inteiro lá dentro, enche o copo de água e bebe tudo em três grandes goles.

Somente então, surgem palavras em sua boca.

- Desculpem gente. É que quando eu era pequena eu fui marcada pelo medo, só que nunca contei para minha mãe.

Gi e Thélo se olham espantados.

- E ele veio atrás de você? Perguntou Thélo surpreso.

- Sim. Mas ele não me pegou. Eu fechei os olhos com toda a força e consegui me tranquilizar, quando eu me acordei a marca não estava mais na minha barriga.

- Ai! Desculpa pela brincadeira Liny. – Exclama Gi passando as mãos no cabelo com a pele corada.

- Tudo bem Gi. Estamos sozinhos, temos que nos divertir não é? – Disse Liny dando um abraço na amiga. - Mas, Gi? Como vocês fizeram essa marca?

- Com creme. - Responde Thélo mostrando sua mão toda lambuzada.

Gi pega uma toalha que estava no sofá e apaga a marca.

- Vamos subir então? - Pergunta Liny com um olhar triste.

- Vamos! - Respondem os amigos arrependidos.

Eles então sobem as escadas e se arrumam para tentar dormir de novo.

- Sabe gente. Vamos tentar dormir sem sustos agora. - Disse Liny se tampando.

- Liny. Sério, sem brincadeira, mas, o que é isso na sua barriga?

- O quê?

Liny levanta a blusa e a marca de uma mão branca esta em sua barriga.

- Droga! Eu sabia que ele não tinha ido embora.

- Como assim Dana? - Pergunta Thélo se destampando e ficando de joelhos.

- Naquele dia em que eu dormi, ele foi embora. Mas na outra noite, minha mãe não me deixou dormir no quarto dela e ai eu fique com medo. Quando eu acordei, as mãos do medo haviam marcado as minhas pernas. Desde então ele fica aparecendo para mim.

- Então quer dizer que não há um jeito de acabar com ele?

- Eu acho que não Thélo...

As luzes começam a piscar.

- O que é isso? - Pergunta Gi abraçando Liny.

- Eu acho que ele voltou.

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