É segunda-feira. A sala de aula está em silêncio, os alunos estão concentrados e o professor anda vagarosamente observando os alunos o tempo todo.
Os alunos estão sentados uma carteira sim, outra não, pois com vinte alunos na sala, é fácil separá-los e diminuir as chances de cola. Beto, Carla e Marina eram os últimos, e atrás deles só mais algumas carteiras vazias sobravam.
Passados alguns minutos de prova, os alunos já estavam menos preocupados e mais concentrados, então, Marina sente alguém a cutucar no ombro.
A princípio ela não da bola, então, se lembra que não há mais ninguém sentado atrás dela e seu sangue congela. Ela começa a tremer de leve, mas respira fundo para conseguir se concentrar e terminar a prova.
Então, ela ouve alguém bater com um lápis na carteira. Curiosa, ela olha com o canto dos olhos e parece que uma garota está sentada ali. Apavorada, ela fecha os olhos, geme baixinho e depois os abre novamente olhando para traz, para ter certeza de que não há ninguém ali. Para sua surpresa, não há ninguém ali.
Após alguns minutos, Carla ouve alguém pedir uma caneta emprestada. Ela olha para o lado e vê que é Adriana, a garota que esbarrara no primeiro dia de aula.
Ela então pega uma caneta pensando consigo que não viu quando ela entrou na sala. Bom. Talvez ela tenha chegado atrasada, e de tão concentrada, não percebeu ela entrar na sala. Quando Carla se vira para entregar a caneta, a garota não está mais ali.
- Senhorita Carla. Posso saber o que está acontecendo?
- É que...
- É que o quê? Não admito cola nas minhas provas mocinha.
- Eu não estava...
- Eu sei que não. Me de esta caneta. – E Gian pega a caneta de Carla e a olha com agrado. – Olha! Sempre quis uma dessa. Obrigado Carla. Agora, continua a prova e aproveita que eu estou de bom humor, está bem?
Marina olha para Carla que devolve o olhar e as duas sabem que algo está errado.
A aula já estava quase no fim, quando Marina começa a escutar um som estranho, e ao olhar para cima, ela vê uma garota com o uniforme antigo da escola no teto, em pé, de ponta cabeça, de forma que o seu cabelo roçava a cabeça dela e então o corpo dela caiu na carteira de Mariana, que soltou um grito e se jogou para trás.
Ela fechou os olhos e começou a tremer e chorar, mas alguém pega seu braço e a faz gritar novamente.
Quando ela abre o olho, é o professor, que por sinal está com cara de assustado também.
- Marina?
- Me desculpe professor. Terminei a prova e acho que cochilei. Devo ter tido um pesadelo. Desculpa mais uma vez, não queria atrapalhar os outros. Desculpa.
- Marina, você está bem? - Pergunta Carla com preocupação.
- Estou sim obrigado.
- Não está não. – Diz o professor olhando para ela incrédulo. – Você está tremendo muito.
- Eu estou bem, sério, e se o senhor me permite, eu já terminei a prova, e, como é a última aula, já posso ir para casa?
A princípio o professor duvida, mas olhando a prova de Marina, ele confirma que ela acabou e que respondeu todas as questões.
- Eu também terminei. - Diz Beto seguido de Carla, que lhe entrega as suas provas.
- Então está bem, vocês pegam o mesmo ônibus, não é. – Todos movem a cabeça positivamente. - Vão, vão e cuidem da Marina. – Ele pega um papel e anota algo. – Aqui está o meu telefone, me avisem quando chegarem em casa.
- Está bem. Exclama Beto pegando o papel e colocando no bolso.
Então os três vão embora.
- O que aconteceu? - Pergunta Beto para Carla e Marina.
- Calma Beto, parece que esta volta para casa vai nos render uma boa conversa...
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Histórias Assombradas
Misterio / SuspensoEm histórias Assombradas, você irá encontrar quatro contos, onde terror, suspense e um pouco de fantasia se misturam para trazer alguns medos que tivemos na nossa infância, e alguns que não querem nos largar na vida adulta. São eles: *Nunca brinque...