A PROVA FINAL - Escola, um lugar assustador

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Era o primeiro dia de Carla e Beto em sua nova escola. Mudar de cidade já era o bastante para eles, pois, para seus pais estava tudo bem, um novo emprego, um novo mundo. Mas para os dois irmãos, era o fim do mundo! Sem seus amigos, sem sua querida escola, e justo no ultimo ano? Parece até piada, mas não é.

O dia nem amanheceu direito, a neblina ainda estava baixa na cidade, o vento frio do inverno não ajudava nenhum pouco e os dois irmãos já estavam á caminho. Após andar alguns metros depois do ponto de ônibus, eles finalmente visualizam a escola.

A escola não passava de um conjunto de prédios cinza sem graça, com muitos andares e um enorme emblema logo á frente, feito de algum tipo de ferro.

- Nossa! - Exclamou Carla. – Isso é uma escola ou é um presídio?

-Pra mim parece mais um lugar de tortura...

- Beto! - Carla interrompe assustada.

- O quê? É uma escola. O que você queria que eu falasse?

- Nada! De preferência, você podia ficar de boca fechada.

- Olha quem fala, quem é que estava reclamando dos uniformes até agora era você, e não eu.

- Mas também, olha só que coisa mais feia, um suéter vermelho e cinza tipo vovô, e ainda por cima calça jeans... Ninguém merece viu! Por que eu não nasci na Coréia do Sul, ou no Japão para usar aqueles uniformes super legais e cheios de estilo...

Beto olha para a irmã, coloca as mãos no bolso, solta o ar mostrando que está incomodado e vai andando na frente.

- Me espera seu idiota! - Gritava Carla correndo desajeitada com sua mochila vermelha atrás do irmão. E para ignorar ainda mais a irmã, Beto coloca os fones no ouvido e segue em frente.

Após todos os trâmites de primeiro dia na secretaria do colégio terem terminado, para tristeza de Beto, ele recebe a notícia de que ele a irmã ficaram na mesma sala, que não tinha muitos alunos na verdade, no máximo uns vinte.

Beto estava olhando o pequeno mapa de prédios da escola, a procura da sala de aula, quando ouve sua irmã esbarrando em alguém. Ao olhar para trás, vê que as duas estavam agachadas, o material da garota estava espalhado e Carla passava a mão na cabeça.                                                    A garota então começa a ajuntar seus pertences.

- Desculpa. Pode deixar, eu te ajudo. - Disse Carla ajuntando algumas folhas e o lápis do chão.

- Não... Não precisa.

Carla balançou a cabeça dizendo:

- Não faz mal, eu que esbarrei em você, é mais que justo.

A garota estava atordoada, com os cabelos soltos e na frente do rosto. Ela para de ajuntar as coisas, olha pelo meio dos cabelos para Carla.

- Não precisa.

- Mas é que... - Carla não conseguiu continuar.

A garota começa a tremer e pega no braço de Carla com força.

- Não precisa! - Disse ela com uma voz que mais parecia de várias pessoas falando ao mesmo tempo e empurra Carla para trás, que com um grito, cai deitada e ali fica paralisada de horror.

- Carla? Você está bem? - Pergunta Beto ajudando a irmã a se levantar.

-Sim.

- Desculpa. - Disse a garota que saiu andando depressa.

- Você viu?

- O quê?

-Nada não. Eu acho...

- Então deixa de enrolar e vamos para a nossa sala. Vamos lá.

Eles andam por alguns corredores e finalmente encontram, bem a tempo, pois assim que pararam na frente da porta, toca o sino.

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