Capítulo 3

6K 428 22
                                    

Ashton POV

Tocou e toda a gente foi para o refeitório, pois aquela era a última aula antes do almoço. Peguei no tabuleiro e procurei pela rapariga que ainda não sei o nome. Não a encontrei em lado nenhum, por isso fui para uma mesa ao lado da porta à espera dela.

Xx1: Olá Ashton! - Disse uma rapariga sentando-se ao meu lado.

Eu: Olá. - Tentei ser simpático. É sempre bom tentar fazer amigos.

Xx1: Não queres ir ali para a nossa mesa? - Disse começando a acariciar a minha perna, apontando para uma mesa cheia de raparigas. Senti-me um pouco desconfortável com a mão dela ali.

Eu: Não obrigado, tenho que ir procurar uma pessoa. - Disse e levantei-me, deixando a rapariga sozinha.

Fui à procura da minha colega de mesa, pois ela não apareceu para almoçar. Procurei no sítio em que passamos o intervalo e nada, procurei no pátio e na sala em que tivemos aula e nada. Decidi ir em direção da casa de banho, ela tem que estar lá. Quando estava prestes a entrar no corredor das casas de banho ouvi um gemido de dor. Apressei o passo e vi um rapaz a dar um estalo a uma rapariga e a rosnar qualquer coisa. Aproximei-me mais um pouco e vi quem era a rapariga. Era ELA.

Eu: AFASTEM-SE DELA! - Gritei.

Ela arregalou os olhos quando me viu e os rapazes olharam para trás, sorrindo de lado.

Xx1: E quem é que nos vai obrigar?

Eu: Ashton Irwin, muito prazer. - Dito isto mandei-lhe um soco no nariz com tanta força que a cara dele até virou para o lado. O outro levantou a mão e acertou-me na boca. Devolvi o soco que ele me deu e quando ele ia levantar o mão novamente para me dar um murro eu fui mais rápido e agarrei-lhe no pulso torcendo-o para trás das costas, o outro queria mandar-me um murro e quando ele ia acertar-me meti o outro à frente fazendo-o bater no amigo.

Ao menos os filmes do Jackie Chan que andei a ver com a minha mãe ajudam em alguma coisa.

Ele gemeu de dor e caiu no chão quando o empurrei. Empurrei o que ainda estava de pé contra a parede e mandei-lhe um pontapé no meio das pernas, fazendo-o baixar-se e empurrei-o também para o chão.

Eu: DESAPAREÇAM!! - Gritei bem alto. Eles levantaram-se a muito custo e foram embora. Quando já não estavam no meu campo de visão corri até à rapariga, que estava no chão com as pernas enconstadas ao peito, braços em cima das pernas e a cabeça enscondida por entre estes, balançando-se para a frente e para trás murmurando coisas sem sentido. Ajoelhei-me à sua frente e toquei no seu braço fazendo-a estremecer e encolher-se.

Ashton: Sou eu... - Disse calmamente.

Ela levantou a cabeça com aqueles lindos olhos lindos cobertos de água e a cara inundada em lágrimas. Não aguentei vê-la naquele estado e envolvi-a nos meus braços. Ela demorou, mas foi enrolando os seus braços ao meu redor lentamente. Sentia a minha camisola começando a ficar molhada, mas não me importei.

Naquele corredor só estávamos nós e só se ouvia os soluços de choro dela, abafados pelo meu peito.

Ficamos assim durante uns minutos. Ela chorando no meu peito e eu abraçando-a enquanto acariciava os seus cabelos sussurrando coisas como "está tudo bem..." ou "estou aqui...".

Passado algum tempo, quando já tinha o choro mais controlado, ela foi-se afastando devagar.

Olhou para os meus olhos e depois para os meus lábios.

Ela: Tens um corte no lábio. - Observou preocupada.

Eu: Não dói. - Disse dando um pequeno sorriso, tentando tranquilizá-la.

Ela: Vamos a minha casa. Eu trato disso. - Disse ela levantando-se.

Eu: Não é preciso, a sério.

Ela: Anda lá! Isto foi tudo culpa minha, é o mínimo que eu posso fazer... - Disse, baixando o tom de voz a cada palavra, acabando num sussurro.

Eu: Ei, ei, ei, ei! - Disse levantando-me rapidamente e pegando gentilmente no queixo dela, obrigando-a a olhar para mim. - A culpa não foi tua. A culpa foi daqueles dois! E eu bati-lhes porque quis, ninguém me obrigou. - Disse calmamente, fazendo leves caricias com o polegar na sua bochecha ainda molhada.

Ela: Tudo bem. - Suspirou derrotada. - Mas vamos a minha casa na mesma, anda. - Mal disse isto saiu a andar, fugindo do meu toque. Observei-a a caminhar, com os cabelos compridos a abanar a cada passo que ela dava. Sorri abertamente e corri um pouco para tentar alcançá-la, pois ela já ia a uns bons metros à minha frente.

SuicideOnde histórias criam vida. Descubra agora