Ashton POV
Saí pela janela e escondi-me atrás de uma árvore a olhar para a janela da sala dela. Sim, eu tinha que espiar um pouco porque é estranho expulsar uma pessoa de casa e no outro dia mandá-la sair pela janela!
Ela chegou lá e começou a falar com o pai dela. Aí aconteceu uma coisa que eu não esperava. O pai dela bateu-lhe e começou a pontapea-la. O quê? Não conseguia ouvir nada do que ele dizia, só conseguia ouvir os gritos de dor da Inês. Peguei no telemóvel e liguei à polícia, isto não podia acontecer. Contei à polícia o que se passava e a minha localização e passado uns poucos minutos eles chegam com a ambulância junto.
Xx: Senhor, Ashton? -Perguntou um agente da polícia.
Eu: Eu mesmo. A casa é aquela ali. - Apontei para a casa à minha frente.
Eles bateram à porta mas ninguém abriu, então tiveram que a arrombar. Fui a correr até à sala e a Inês estava no chão, cheia de sangue e inconsciente. A ambulância apareceu e eu disse que ia com ela para o hospital.
Fiquei naquele hospital o resto do dia todo, até me mandaram para casa para dormir porque amanhã teria aulas. Avisaram também que ela não iria às aulas do resto da semana.
Fui para casa mas não consegui dormir. Amanhã à tarde iria visitá-la.
**
No dia seguinte fui para a escola mas não prestei atenção nenhuma nas aulas. Estive sempre a pensar no que aquela rapariga passava. Ela não merecia nada disto.
No fim das aulas fui ver se a Inês já podia receber visitas, disseram-me que sim e levaram-me até ao quarto.
Ela estava na cama deitada, a olhar para a janela. Aproximei-me da cama e sentei-me numa cadeira que se encontrava ao lado.
Inês: Foste tu, não foste?
Eu: Fui.
Inês: Tu não podias ter feito isso!
Eu: Ele ainda te matava, ele não parava de te dar pontapés!
Inês: Ele era a única pessoa que eu tinha!
Eu: Ele batia-te! - Disse um pouco alto.
Inês: Sai! - Mandou calmamente. Não me mexi. - SAI! - Gritou.
Ashton: Um dia ainda me vais agradecer. - Disse irritado e saí, batendo a porta com força.
Inês POV
Agora sim, estou literalmente sozinha nesta vida. Ele não podia ter-me feito isto. Eu sei que ele me maltratava, mas era a única pessoa que eu tinha e, de certo ponto de vista, eu até merecia!
*****
O resto da semana passou, e agora era domingo e eu estava em casa. Não tinha recebido visitas, como era de esperar. Nem Ashton me tinha ido ver mais. O impressionante é que eu senti falta da presença dele. Reparei que sem ele os meus dias já não são os mesmos. Eu sei que antes de eu o conhecer também andava sozinha, mas agora tudo é diferente. Tudo parece mais monótono. Ele foi a única pessoa que tentou conhecer-me, sem ligar para o que os outros poderiam dizer sobre ele andar comigo. Eu podia não mostrar, mas eu gostava! E eu agora sinto falta de o ver... Amanhã é segunda, vamos ver como é que vai o que irá acontecer.
Ah! Eu agora estou a viver na casa da Anna, lembram-se dela? A minha patroa.
Deitei-me dormi.
**
De manhã acordei e fui direta para a casa de banho tomar um banho, quando acabei vesti-me e fui tomar o pequeno-almoço. Comi, fiz tudo o que tinha a fazer e fui para a escola. Quando cheguei lá sentei-me na minha mesa à espera do Ashton.
Quando tocou olhei para a porta vendo os alunos a entrar. Vi o Ashton a entrar e a rir, conversando com a maior vádia da escola. Ele olhou para mim e o seu sorriso desapareceu. Ele desviou o olhar e foi com a outra para a mesa dela. Fiquei ainda mais triste ainda.
Eu tinha perdido o Ashton também.
Durante a aula fiquei a olhar sempre para eles os dois com uma expressão triste, enquanto eles estavam aos sorrisinhos. Ele de vez enquando olhava para mim, mas não passava de dois segundos.
**
Estava agora na última aula, pronta para sair pois estava quase a tocar.
Quando tocou saí praticamente a correr.
Fui para casa, atirei-me para a minha cama e fiquei a pensar.
Será que o Ashton vai voltar a falar comigo? Eu disse-lhe para se afastar, mas no fundo eu queria que ele ficasse. Ele foi o único, em anos, que tentou fazer uma amizade comigo e não desistiu à primeira. Ele é diferente, eu sinto.
Peguei numa folha e rasguei um pouco. Peguei numa caneta e escrevi, simplesmente:
" Desculpa. -I"
Amanhã iria pôr o papelinho no seu cacifo. Depois, é só deixar acontecer.
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Suicide
FanfictionEla é uma rapariga normal, mas que sofre de bullying na escola e o pai lhe bate em casa desde que a mãe morreu. Ela corta-se quando pode sem ninguém ver e nunca ninguém soube. A vida dela é um total inferno. Até ele chegar. Ele é o novo aluno, sorr...