Capítulo 14

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Pela primeira vez saí do trabalho as 18:00 em ponto, e tudo que eu queria era me jogar nos braços de William  e sentir sua pele quente, seus beijos possessivos e a proteção dos seus braços. Depois que recebi as rosas, a Lú e a Karen vieram falar comigo, querendo saber quem era esse homem incrível que estava me deixando corada e com um sorriso bobo no rosto, enquanto Allan foi um cavalheiro e só me mandou uma mensagem repetindo a mesma frase que eu disse para ele mais cedo:

“Toda princesa merece um príncipe!”.

Cheguei ao estacionamento e encontrei o Porsche parado me esperando. Olhei bem ao redor para ver se não tinha ninguém conhecido, enquanto Claudio saía e abria a portapara mim. - Obrigada, Claudio!
- De nada, senhorita Perroni ! William não estava no carro. Não entendi, pois ele deixou bem claro que eu não deveria me atrasar. Foi o que eu fiz. E, porque ele não estava aqui? - Claudio, você sabe do William ? - O Sr. William  me pediu para deixa-lo em casa antes de vir lhe buscar, senhorita Maite. Ele precisava organizar algumas questões de trabalho e resolveu fazer isso do apartamento dele. – Levantei a sobrancelha para lembra-lo que eu gostaria que me chamasse só pelo primeiro nome, e ele deu de ombros.
- Ah... Certo! Obrigada!Minha empolgação esfriou. Tudo que eu queria era pular no colo dele e beijá-lo. - Ele está lhe aguardando. Não se preocupe.
Claudio e eu ficamos em silêncio por um tempo, até que uma curiosidade me bateu. - Claudio... Posso lhe fazer uma pergunta? - Claro. - Pude ver que você é brasileiro, você mora aqui no Brasil ou em Nova York? - Minha família está aqui no Brasil. Meus pais e meus irmãos. Mas, minha vida está em Nova York com minhas filhas. - Você sempre viaja com o william ? - Sim. - Nossa, deve ser difícil ficar longe da esposa e das filhas. - Não da minha ex-mulher, mas das minhas filhas sim. Levei a mão até minha testa e arregalei os olhos como um pedido de desculpas. - Claudio... Me desculpa, eu... Eu não tive a intenção. - Não se desculpe. Nossas filhas nos ajudam a ter um bom relacionamento. Abri um sorriso pela forma como ele sorriu em falar de suas filhas. - Que ótimo! Qualquer dia desses, você poderia me mostrar uma foto? Quantos anos elas tem? - Claro. Alicia tem seis e Ashley tem quatro. Vou pedir para a mãe delas me enviar uma foto mais recente, e mostro à senhorita. – Concordei balançando a cabeça com um sorriso. Ficamos mais um tempo em silêncio, até que eu não aguentei e lhe fiz outra pergunta, mas agora sobre o William. - Você trabalha para o William há muito tempo? - Sim. Há 12 anos. - Caramba. Bastante tempo. Como vocês se conheceram? Claudio se mexeu desconfortável no banco do carro.- Por que a senhorita não aproveita e descansa um pouco? Ainda vamos demorar a chegar. – Não gostei pela a forma como Claudio havia mudado de assunto. Pelo seu comportamento, vi que tinha alguma coisa de errado. Fica esperta! Meu termômetro interno me alertou. - Ah... Ok. Fechei os olhos pra tentar relaxar. Acabei cochilando e acordei no susto com Claudio avisando que havíamos chegado. A viagem durou cerca de uns quarenta e cinco minutos. Estávamos entrando no estacionamento de um edifício com uma arquitetura moderna e de luxo no Bairro da Lagoa na Zona Sul do Rio de Janeiro. A faixada era linda, espelhada em tons marrons e o designer das varandas lembravam as ondas do mar. Como entramos rápido, nãopude ver melhor. Claudio saiu do carro e me acompanhou até o elevador, me informando que William morava na cobertura. Uau! Entrei nervosa. A única coisa que eu podia fazer era contar até dez e torcer os dedos das minhas mãos para tentar me acalmar. O elevador parou e apitou me dizendo que eu havia acabado de chegar ao meu destino. Saí no hall de entrada, me sentindo uma tartaruga de tão lenta. O hall era todo decorado com mármore preto. Um espelho ficava do lado esquerdo que ia do teto ao chão. Do lado direto tinham duas esculturas brancas de mais ou menos um metro ou mais, que pareciam duas folhas torcidas ao meio. Um lustre com pequenos cristais completava a decoração. Tudo era muito bonito. A porta do apartamento já estava aberta. Entrei bem devagar e chamei por William, e ele não me respondeu. Com cuidado, fechei a porta e caminhei em direção à sala procurando por ele. Nada. Deixei minha bolsa no sofá e olhei em volta. Era tudo muito bonito e elegante. A decoração foi feita em tons escuros. As únicas cores diferentes eram o chão de madeira, as paredes brancas e o verde das plantas que eu pude localizar trazendo vida ao ambiente. A sala era composta por um sofá e duas poltronas de couro preto. Almofadas e um tapete cinza felpudo, com uma mesa de centro preta davam um charme ao conjunto. Atrás do sofá ficavam dois lindos quadros, e a iluminação que saía do teto trabalhado em gesso, deixava o apartamento com um ar tranquilo. Lindo! Continuei viajando e admirando toda a decoração de bom gosto e que dizia muito da personaidade de William  quando senti o meu alerta dando sinal de vida. Como em um filme, me virei para trás em câmera lenta. William  havia acabado de sair do banho, e estava falando ao celular, vestindo apenas uma cueca boxer preta. Lindo... Com o cabelo molhado e com algumas gotas de água descendo pelo seu corpo perfeito. Principalmente, naquele abdômen definido. Ai... Que delícia! - Ok, Phillip! Depois nos falamos. Te aguardo para nossa reuni... Não resistir a tentação e corri em sua direção, e antes que ele pudesse me notar, eu pulei em seu colo. William conseguiu me pegar a tempo, chocado com a minha reação. Enrosquei minhas pernas em volta da sua cintura, e comecei a beijar e morder cada parte que eu via pela frente, enquanto ele tentava terminar a ligação.- Me fode... Eu preciso de você, William . Eu preciso de você, meu amor! William  fechou os olhos e rosnou. - Depois nos falamos, Phillip. – Desligou deixando o celular cair no chão. – Foda-se! Ele segurou minha bunda com as mãos e me levou em direção ao sofá. Sentou comigo, me segurou pelo cabelo e me puxou olhando nos meus olhos, tentando entender o que estava acontecendo. - O que foi? - Nada. Eu só quero você. Eu preciso de você. - Você já tem... Eu estou aqui, minha princesa.Fechei meus olhos e encostei minha testa na dele, espalmando minhas mãos em seu peito. Afastei-me um pouco e tentei dizer o que eu estava sentindo. - Eu... Eu estou... – Não consegui dizer o que eu realmente queria, eu tinha certeza dos meus sentimentos, mas não estava preparada para dizer em voz alta. - Shiii... Eu sei. Eu também me sinto assim. Será no momento certo. – Ele segurou o ar e expirou. Estávamos grudados em cima do sofá com as respirações ofegantes e tremendo. Seus olhos estavam brilhando. William  sabia minha resposta. Sabia que eu estava apaixonada, como ele também estava. Mas erámos fracos pra dizermos em voz alta. William  me puxou para mais perto e tomou minha boca em um beijo cheio de amor e carinho. Levantou do sofá comigo e me pediu que fechasse as pernas na sua cintura e não soltasse de jeito nenhum. Caminhou comigo por um corredor sem desviar os olhos dos meus, me beijando. Entramos em um quarto aconchegante, onde a decoração era no mesmo estilo da sala. A diferença era a cama enorme e as luzes suaves que saiam das luminárias. Senti a maciez do lençol no meu corpo, enquanto William me colocava com cuidado na cama. Por mais que ele estivesse indo com calma e sendo atencioso, eu me sentia insegura. Será que eu estava sendo a primeira a estar na sua cama, no seu apartamento? - O que foi? Em que mundo você está? - Nada. Estava admirando a decoração do quarto. É o seu? – Foi aprimeira coisa que veio em mente. William  abriu minhas pernas, levantou mais a minha saia e se encaixou no meio. Colocou um braço em cada lado dos meus ombros, e passando a mão pelo meu cabelo e meu rosto. Ele disse. - Sim. Mas você não estava admirando só a decoração do quarto. Tem mais coisa aqui nessa cabecinha... – Encostou o dedo na minha cabeça batendo de leve. –... E eu quero saber o que é. Não minta pra mim. Respirei fundo e disse o que estava pensando. - Eu estava me perguntando, se sou a primeira a frequentar o seu apartamento, ou melhor, a sua cama. Bem, eu sei que você não está cem por cento no Brasil, está mais em Nova York que é onde você mora, mas... Eu... Ai, saco! – Coloquei as mãos no meu rosto tentando esconder minha vergonha. – Eu me sinto insegura, William . Você é lindo, maravilhoso, poderoso e muito mais, sabe? Você pode ter o que quiser. Existem tantas mulheres bonitas que podem te dar muito mais, do que eu... – Não pude terminar a frase, pois William tirou minhas mãos do meu rosto, me calando com um beijo tirando o ar dos meus pulmões. De forma involuntária levantei o meu quadril em direção ao seu pau que já estava pronto para mim. Nós dois gememos juntos. - Maite ... – Ele estava duro e ofegante. – Vou falar uma única vez, e espero que você guarde isso e não tenha mais dúvidas. Você é simplesmente perfeita. Quando estou com você, fico tão louco que não penso direito. Isso é um pouco do efeito que você tem sobre mim. E, com relação aos apartamentos não vou mentir pra você. Já recebi outras mulheres aqui e em Nova York, mas nenhuma delas passaram da sala. Meu quarto é sagrado. Você está sendo a primeira, e quero que seja a única. Não quero que se sinta insegura, eu já disse que sou seu e você é minha. Isso não tem discussão. – Parou por um momento e cheirou meu pescoço. – Todas as mulheres que tive na minha vida, não passaram de um simples caso, nenhuma delas significou nada pra mim. Diferente de você, que significa tudo. Não quero mais que se sinta inferior a ninguém. Você é linda e me da muito mais do que eu mereço. Na primeira vez que eu te vi, entrando naquele auditório, eu me encantei. Naquele momento, eu soube que faria de tudo pra você ser minha. O jeito como você me olhou, ninguém nunca havia olhado antes. Apesar de eu ter visto desejo em seus olhos, eu vi pureza e vida. A vontade que eu tive, foi de pegá-la no colo e sair correndo com você longe daquele lugar, longe de todos. Sei que agi como um filho da puta com você, mas não pude evitar. Você me desafia o tempo inteiro e isso me irrita, e me deixa completamente excitado. Nunca ninguém me desafiou e mandou eu me ferrar como você fez. – William  me beijou e deu um sorriso. – Você não foge de mim, e mostra quem é de verdade. Você aceitou ficar comigo pelo o que eu sou e não pelo o que eu tenho. Há muito tempo atrás eu perdi a luz e a paz na minha vida. Esqueci-me o que era ser feliz até você cruzar o meu caminho.  As palavras de William  foram demais pra mim. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia como agir. Tudo entre nós dois era intenso demais, eu estava com medo de não conseguir suportar. As lágrimas escaparam sem minha autorização. Na verdade, isso vinha acontecendo com frequência. - Hey, minha princesa. Não quero que chore. Eu vou te fazer feliz... Confia em mim. – Espalhou beijinhos pelo meu rosto me acalmando. - Ah...William . Eu estou tão feliz. Mas tenho muito medo. - Medo? - Sim. Tenho medo de estarmos indo rápido demais e tudo fugir das nossas mãos. - Não quero que pense assim. Quero que você viva o hoje, o agora. Quero curtir cada minuto com você. Eu não vou te abandonar,Maite . Quero que você faça o mesmo por mim... Não me abandone. Se eu pudesse fazer um pedido, pediria a Deus para ter colocado você na minha vida há doze anos atrás, de repente eu teria seguido um caminho diferente. William  abaixou a cabeça e deitou no meu peito, me apertando com força. O que ele queria dizer com aquilo? O que teria acontecido de tão grave? - William ... Olha pra mim! – Pedi. Quando ele levantou a cabeça, meu coração se partiu em pedaços por ver tanta dor refletida em seus olhos. - Por quê? Porque só eu  sou   privilegiada por poder olhar nesses seus lindos  olhos? – Fiz com ele o que ele fez comigo, passando o polegar no meio das suas sobrancelhas tentando aliviar as ruguinhas que haviam se formado. - Porque você é especial. De longe meus olhos tem alguma beleza, Maite . Eles são marcados pela dor e pela raiva. Você não é privilegiada. O único privilegiado aqui sou eu, por você ter entrado na minha vida. - Não diga isso, William . Eu não concordo. - É a verdade! - Então me deixa ajudar... Me deixa ver o que tem por trás dos seus olhos. - Um dia, minha princesa. Um dia. Tudo que eu quero agora é fazer amor com você. Mais nada. Quero que o mundo lá fora se foda. Só quero você. – Por mais que ele estivesse fugindo do assunto, eu não pude deixar de sorrir. Quando o momento certo chegar, eu vou descobrir. - Porque está sorrindo? – Disse com os olhos alegres.
- Porque você disse... Fazer amor. - Sim. É o que eu quero com você... Fazer amor. - Então faça... Por favor!

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