Capítulo 2

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- Maite... Se comporte! O cara não gosta que olhem nos olhos dele, além de presidente... É seu chefe! Merda de termômetro... Ele estava certo! Eu precisava ter foco. Hoje é meu primeiro dia, e é isso que eu vou fazer. Caminhando com Susan, me dei conta que a deixei falando sozinha, quando ela chamou minha atenção. - Maite, está me ouvindo? - Sim, Susan. - Maite... Pelo seu currículo, eu vi o quanto você é boa no que faz, até mesmo olhando pra você, sinto uma enorme segurança. Mas, por favor... Não fuja do foco e se concentre. Hoje é seu primeiro dia, e você já cometeu um erro. - Desculpe Susan, isso não irá se repetir. Posso lhe fazer uma pergunta? – Ela concordou com a cabeça. – Por que nenhum colaborador pode olhar nos olhos do Sr. William? Sei que eu não deveria, mas me parece uma regra muito estranha. Susan ficou desconfortável, e depois de respirar fundo respondeu.
- Maite, sei que é novidade para você, e algo me diz que irá longe e eu não costumo errar, mas para isso, preciso de você comigo e não quero me decepcionar. Nossa área é uma das melhores da empresa. Quando comecei na Levy Group Corporation, eu era apenas uma estagiária. Eu trabalhava diretamente com o pai do William, o Sr. George Levy, dono e presidente da empresa. Ele me ensinou muitas coisas e acreditou em mim, até mais do que eu mesma, e com isso me deu asas para voar. Aquele homem é um cavalheiro e tem um coração de ouro. Enfim, devido alguns problemas de família, William como diretor executivo e filho, teve que assumir a presidência no lugar do pai, e há um ano o Sr. George devido a sua doença, teve que se afastar. Muitas pessoas se tornaram o que são hoje, graças a ele.
Hoje eu sou a diretora de negócios com investidores da empresa, porque alguém acreditou em mim. E, esse alguém foi o Sr. Levy. Por isso, eu sempre ajudo meus funcionários e dou um voto de confiança para cada um deles. Quero ser tão boa chefe, quanto o meu foi para mim. Fiquei em choque, e não sabia o que dizer. Susan, não estava sendo direta, mas pelo que eu pude entender dessa regra tão estranha, tinha a ver com um problema familiar. Era muita informação para o meu primeiro dia de trabalho. - Susan, obrigada pelo voto de confiança, mesmo sem antes me conhecer. Vou agarrar essa oportunidade com unhas e dentes, e lhe mostrar do que sou capaz. Quero ser reconhecida pelo meu trabalho, e colaborar da melhor forma possível com a empresa. Obrigada! – Susan
me deu um sorriso. - Conto com isso! A manhã passou voando, e eu estava gritando de alegria por dentro. Susan me apresentou para todos da nossa área que ficava no vigésimo segundo andar, me mostrou a mesa que seria minha, onde quando eu cheguei estava escrito: “Maite Perroni – Analista de Negócios com Investidores”. Quase chorei de emoção. A palavra estagiária estava no passado, porque agora eu estava formada e faria o que eu amava, e estudei pra fazer. Recebi um kit de boas vindas, com um caderno de anotações, uma revista contando a história da empresa e alguns materiais que seriam muito úteis durante meu trabalho. Organizei minha mesa, e me joguei de cabeça nas minhas funções. Só percebi que estava tão focada no trabalho, quando Allan, um rapaz encantador que foi muito prestativo comigo, me convidou para almoçar junto com a equipe. - Maite? – Continuei concentrada e não o ouvi me chamando. Ele chamou novamente – Maite.. Terra chamando! – E estalou o dedo do meu lado. Tomei um susto e coloquei a mão no coração. Allan soltou uma gargalhada que me fez rir, e pediu desculpas. – Me desculpe, não queria assustá-la. Todos estamos indo almoçar, e gostaríamos que você fosse. - Claro, eu adoraria. Estava tão concentrada que não o ouvi me chamando, Allan. Me desculpe. – Ele apenas sorriu, e me deu o braço direito. Peguei minha bolsa e aceitei seu braço de bom grado. Acho que seremos bons amigos.Andamos de braços dados até o elevador, conversando e rindo de algumas coisas que o Allan me falava, quando o elevador chegou entramos como todos que estavam esperando, e continuamos a papear e rir. Outros da equipe também começaram a interagir na conversa. Tudo estava indo bem, até meu sinal de alerta piscar. Disfarcei e comecei a olhar dentro do elevador pra tentar entender, porque eu estava sentindo aquilo. Foi quando meu corpo deu sinal de vida, e pude perceber o motivo da minha reação. Era ele... O Sr. William, lindo em pessoa. Ele estava parado no fundo do elevador conversando com alguns executivos da empresa, e me olhava disfarçadamente. No mesmo instante, meu corpo pegou fogo e eu fiquei com falta de ar. Allan segurou em meu braço.- Você está bem? – Balancei a cabeça dizendo que sim. - Estou... Apenas não tenho o costume de andar em elevadores de edifícios tão altos como esse. - Sorri. Allan concordou e sorriu em resposta. - Relaxe, com o tempo você se acostuma. Passei a mão na minha nuca, tentando aliviar aquela tensão e me atrevi a olhá-lo mais uma vez. Ele ainda me olhava. – Que isso gente? Que olhos são aqueles? Chamem os bombeiros, por favor... A Maite aqui está pegando fogo! – O elevador parou e a porta abriu. Fui uma das primeiras a sair, e quase tive um treco, quando percebi que estava prendendo a respiração. Saímos do prédio e fomos caminhando para umdos restaurantes que de acordo com Allan, é um dos favoritos da equipe. O restaurante era maravilhoso e com uma comida excelente. Eu estava muito feliz e adorando conhecer cada uma daquelas pessoas. Foi um almoço bem agradável. Quando voltamos à empresa, conversei um pouco mais com Susan e voltei ao trabalho. Eu estava tão focada com minhas novas funções, que nem me dei conta que já era seis horas da noite. Alguns colegas começaram a levantar, se despediram e foram embora. Resolvi ficar e passar um pouco mais do meu horário, para entender melhor alguns processos da empresa. As 18:20, Susan veio até minha mesa. - Maite, como você vai ficar mais um pouco, preciso de um grande favor.- Pode, falar Susan. - Daqui a meia hora, um dos nossos investidores internacionais enviará um e-mail para você, com a revisão de dois contratos importantes para a empresa. E, como hoje estou completando oito anos de casada, quero tentar chegar mais cedo em casa e fazer uma surpresa para meu marido. As crianças estão com minha mãe, e quero aproveitar essa noite pra curtir com ele. Olhar nos olhos de Susan e ver tanto amor me fez pensar se um dia eu estaria dizendo a mesma coisa. Nunca fui namoradeira, mas sempre curti muito a minha vida. Só tive dois namorados até hoje. O Felipe que foi namoro de adolescência que durou dois anos, e o Gustavo que foi meu último namorado. Namorei o Gustavo dos meus 18 aos meus23 anos. Achei que casaríamos, teríamos filhos e seríamos felizes para sempre. Mas não deu certo, chegamos à conclusão de que éramos melhores como amigos. Voltei minha atenção para Susan e vi no seu olhar o quanto ela estava empolgada. - Pode deixar, Susan. Recebo os contratos e deixo na sua mesa. – Susan sorriu, pegou sua bolsa e caminhou para o elevador. Mas antes de ir, ela olhou para trás. - Maite... Esqueci de mencionar. Assim que você receber o e-mail com os contratos, preciso que leve a sala do William  no vigésimo quinto andar. Ele está aguardando por esses contratos desde as 17:00. – Depois de jogar essa bomba, Susan virou as costas e foi embora. - Porra, Vida... Já é a terceira que você me apronta hoje. O que foi que eu fiz? – Tentei me acalmar massageando meu peito e pensar ao mesmo tempo. – Qual o problema, Maite? É só levar os dois contratos, entregar e ir embora. Mais nada. Você consegue. Não seja covarde! Esperei os contratos chegarem no meu e-mail, imprimi cada um com toda calma que eu podia. Coloquei os dois dentro de uma pasta. Ajeitei minhas coisas, desliguei meu computar, peguei minha bolsa e fui com tudo. O elevador chegou, entrei e apertei o botão. Esperei que ele me levasse até o meu destino. Chegando ao andar desejado, notei que tinha as mesmas cores do hall de entrada do edifício. Preto e marrom. Sai do elevador, e reparei na sua decoração bem feita e elegante. Era tudo muito bem distribuído. A mesa da secretária ficava do lado direito de frentepara uma porta de madeira grande e rústica. Perto haviam dois sofás em coro preto, um de frente para o outro com uma mesa no centro na cor marrom, com uma orquídea branca em um vaso preto. E, de frente para o elevador havia uma porta de vidro enorme, que me pareceu ser uma sala de reunião. Tentei localizar o banheiro e quando dei mais um passo a frente, vi que ele ficava do lado direito do elevador, perto dos sofás. Tudo de muito bom gosto. Achei estranho não ver a secretária dele ali, e isso estava me deixando indecisa – Deixo o contrato em cima da mesa da secretária com um bilhete ou bato na porta dele? – Bem, a Susan me pediu para entregar ao Sr. William , e como eu não queria problemas para ela no dia seguinte, caminhei até a grande porta, pois era o único lugar que poderia ser a sala dele. Levantei minha mão para bater, mas aporta estava um pouco aberta, espiei para ver se tinha alguém e congelei. Tudo ao meu redor parou. A sensação que eu tive, foi de estar participando de uma corrida de fórmula 1, onde a adrenalina vai a mil, e você só consegue ouvir o barulho dos carros. No meu caso, eu só conseguia ouvir o barulho do meu coração. Tentei recuperar o meu raciocínio, mas a cena que eu assistia me deixava excitada e confusa, eu queria gritar e correr. Fechei os olhos e quando eu os abri novamente, meu corpo esquentou. Olhei mais uma vez, e vi que eu não estava ficando louca. Na mesa do Sr. William , tinha uma mulher ruiva sentada com as pernas abertas, com o vestido vermelho enrolado até a cintura e com os olhos vendados por uma gravata, não uma gravata qualquer, a gravatapreta... A gravata dele. Aquilo me deixou mais quente. Continuei analisando, e foi quando a minha garganta ficou seca. Eu tinha acabado de encontrar o ponto forte da minha análise... Sua ereção. Era a única parte do seu corpo que estava exposta. A vontade que eu senti foi de ir até lá e me lambuzar, nunca tinha visto nada igual. Ele abriu ainda mais as pernas da ruiva, puxou sua calcinha para o lado e introduziu um dedo, e depois mais um. Ele os retirou e pediu que ela chupasse. – Chupa! Sinta o seu próprio gosto... Sente como está molhada? – A ruiva começou a gemer. Depois de deixa-la experimentar seu próprio sabor, ele colocou uma camisinha e enrolou uma mão no cabelo dela, puxou com força, e no mesmo momento a penetrou com uma única e forte estocada. Ela deu um grito de dor e prazer. Gemia como uma louca, comos movimentos rápidos e calculados que ele fazia. Ele a fodia com força, beijava o pescoço dela, mordendo e lambendo ao mesmo tempo. Ela tentou tirar a gravata dos olhos, foi quando ele deu um grito que me vez pular e segurou os pulsos dela com força. - Não! – Ela se assustou e disse entre gemidos. - William... Por favor! Por favor... Eu preciso olhar pra você! - Eu já disse que não! Se quiser, será do meu jeito! – Ele rosnou as palavras para ela. - will... William ... Ahhh! Isso... Com força. A ruiva continuou a gemer, como se ela precisasse daquilo, e o Sr. Perdição não parava, não paravanem um segundo. Cai na real, e percebi que eu não deveria está ali, não era certo. Eu tinha que ir embora. Pensei em virar, mas senti o mesmo sinal de alerta de hoje cedo. Minhas pernas tremeram, quando eu tive a confirmação. Ao mesmo tempo em que o Sr. Perdição fodia a ruiva em cima da mesa, ele olhava para mim. Eu não sei dizer ao certo o que eu sentia, mas toda vez que aquele homem me olhava, despertava algo dentro de mim, algo que eu não conhecia. Meu termômetro interno gritou... – Maite, mexa essa bunda e sai daí, antes que as coisas piorem! – Obriguei as minhas pernas a me obedecerem, corri o mais rápido que eu pude em direção ao elevador sem me preocupar se eles ouviriam ou não o barulho dos meus saltos batendo contra o piso de madeira. Apertei o botão chamando o elevador como uma louca, e nada. O pânico me consumiu. Quando achei que eu não teria saída, o elevador chegou. Entrei desesperada, encostei na parede e soltei a respiração. Eu tremia com a lembrança daquele olhar, era tão profundo que me deixava perdida. - Sara... Sua louca, onde você estava com a cabeça? Em que mundo você vive? Como sempre, nunca pensa nas consequências. Olha o quanto de besteiras que você fez no seu primeiro dia de trabalho? - Calma aí... A culpa é minha? Sério?! - Claro que a culpa é sua! Eu estava sendo duas pessoas. A Maite sensata e a Maite sem noção. Eu não sabia se ria ou se chorava. Saí do elevador a passos largos, passei pelo segurança que me olhou assustado. Dei “boa noite” para que ele visse queeu estava bem, passei pela catraca do edifício e praticamente corri para o estacionamento. Entrei no conforto do meu carro, e joguei minha bolsa no banco do passageiro, junto com uma pasta. – Não! Não... Eu não acredito! – Eu estava com os benditos contratos. Dei um grito, e mandei a vida ir à merda. Eu ia pra casa. Não voltaria lá mesmo, amanhã eu dou meu jeito.

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