Capítulo 31

865 76 7
                                    

- Nossa, que delícia! – Falei com a boca cheia de salada de frutas.
– Não é o que eu queria, mas serve.
- Eu posso arrumar o que você precisa, vaquinha. É só me pedir.
– Minha amiga falou penteando o meu cabelo. Bela e eu sempre fomos cúmplices. - Uma Coca-Cola bem gelada, acompanhada de um maravilhoso pedaço de bolo de chocolate com calda quente. Seria perfeito.
- Ok. Vou comprar.
- Negativo.
– William  disse sério.
- Como assim? – Bela colocou a mão na cintura aborrecida.
- Isso mesmo que você ouviu, Bela.
– Respondeu sem olhar pra minha amiga, digitando algo no seu celular.
- William ... Porque você é tão controlador? Meu Deus!
– Eu continuei comendo minha salada de frutas, tentando segurar o riso. Eu queria ver até onde ia essa disputa dos dois.
– Custa deixar a pobre coitada comer o que deseja?
– William  levantou a sobrancelha com a cena dramática que Bela estava fazendo. - Custa. Como eu disse, não é não. Quando o médico liberar, Maite  poderá comer o que quiser.
- William  está certo, minha linda! Não podemos satisfazer as vontades de Maite .
– Olhei pra Phillip de cara feia, e ele riu. – Você quer o melhor pra ela, certo? - Mas é claro, eu amo essa vaquinha.
- Então, pare de arrumar confusão a toa. – Bela abriu a boca pra reclamar, mas desistiu. Por um momento fiquei chocada. Bela Gusmão abaixando a cabeça para Phillip Levy? Uau!
- Eu queria rir, e dizer que finalmente Bela encontrou um homem que lhe pegasse de jeito.
- Deixa... Eu faço um contrabando e trago tudo escondido pra você.
– Disse baixinho, enquanto terminava de fazer uma trança no meu cabelo.
- Espero ansiosa, minha linda! – Falei rindo pelo apelido carinhoso que Phillip escolheu pra ela.
- Vai à merda, minha princesa!
– Rimos juntas. Já eram quase 20:00 quando o horário de visita acabou, e eles tiveram que ir embora. Passei a manhã na companhia da minha família, e a tarde com meus amigos. O que me deixou aborrecida por saber que todos deram um jeito de chegar mais tarde ao trabalho, ou de sair mais cedo. Pelo menos Mari não faltou a escola. Tudo aconteceu na segunda, e hoje já é quinta. Eu só quero ir pra casa, e curti a companhia das pessoas que amo. Não gosto de hospitais, me sinto depressiva. Deitei minha cabeça no travesseiro, e fiquei esperando por William . Ele saiu para atender uma ligação de Claudio, e comprar um suco pra mim. Eu havia dito que era pra ele ir pra casa descansar, mas ele como sempre não me ouviu. Disse que passaria a noite comigo como todas as outras.
William estava muito cansado e em alguns momentos distante, me deixando preocupada e aflita. Tentei relaxar na cama, pegando a pontinha do lençol e girando no meu dedo indicador. Pouco tempo depois, William  abriu a porta do quarto e parou antes de entrar se virando pra trás e falando com Claudio, e com um homem de terno, forte, grande, careca e barbudo, me fazendo lembrar daqueles agentes da polícia federal.
- Quem é esse cara? – Perguntei logo.
- Seu segurança. – Respondeu sem rodeios.
- Como assim? Por quê? William  chegou perto de mim e me entregou o suco. Morango ao leite. Tomei um gole e revirei os olhos de tão gostoso que estava. - Está uma delícia, mas você ainda não respondeu a minha pergunta. William  respirou fundo, e passou a mão no cabelo.
- Precaução. - Por quê?
– Perguntei confusa.
- Maite , o que aconteceu com você não foi um acidente e sim uma ameaça a mim. – Ameaça? Como assim?- Eu não estou entendendo.
– Falei com o coração acelerado.
- Porque comeu os chocolates que estavam naquela caixa? - Porque foi você que me mandou como um pedido de desculpas, pelo seu comportamento.
– William me olhou confuso.
- Não, eu não mandei. Eu queria te pedir desculpas, mas não seria com uma caixa de chocolates. - Mandou sim. – Eu já estava ficando irritada.
– Inclusive recebi um cartão com seu pedido de desculpas, o que me pareceu estranho. Não veio assinado como você costuma assinar, mas quando vi aquela quantidade toda de chocolate, não resisti e comi. - Aonde está esse cartão, você se lembra?
– perguntou nervoso. - Na minha bolsa. Eu li e guardei.Sem me pedir, William  pegou minha bolsa e abriu. Mexeu de um lado para o outro e encontrou o cartão, e leu em voz alta:

Em Teus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora