Capitulo 06

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Ele me deixou descer contrariado, passou as mãos no cabelo várias vezes com a raiva visível no seu rosto. Eu não estava conseguindo entender. - Maite... Você já bebeu demais, e precisa ir para casa. Está muito vulnerável.
- Hahaha... Você só pode está brincando comigo, né? Eu sou bem crescida e sei o que faço. – Me virei em direção ao banheiro, quando ele me puxou pelo braço e disse me fuzilando com os olhos. - Maite ... Você realmente está me deixando maluco. Eu quero que você vá para casa agora, e não me faça força-la. Você não faz ideia do estado em que se encontra. – Respirou fundo. – Qualquer um pode chegar e leva-la sabe se lá pra onde, e amanhã você acordar no quarto de algum filho da puta que você nunca viu na vida. - William... Você vai me soltar agora, ou vou fazer um escândalo. A escolha é sua.
Ele pensou por um tempo e me soltou. - Porque ao invés de perder seu precioso tempo comigo, não vai atrás da ruiva que estava sendo fodida por você no seu escritório outro dia? – Toma essa idiota! Sai de perto dele, e praticamente corri para o banheiro. Tenho certeza que ele ficou puto, os seus olhos e o jeito como tremia, já diziamtudo. Eu não ia aceitar ninguém me controlando, muito menos ele. Mas em uma coisa fui obrigada a concordar com ele. Eu estava começando a ficar muito tonta e estava escrito na minha testa: “Vem em mim, que estou facinha!”. – Merda... Merda! Ele tem razão. Joguei bastante água no rosto, sequei com o papel toalha e me olhei no espelho. A única coisa que eu conseguia enxergar era minha boca vermelha como resultado do beijo mais gostoso e intenso que eu recebi em toda minha vida. Coloquei a mão no meu peito tentando acalmar meu coração. Tentei me focar em qualquer coisa que não fosse ele, mas meus pensamentos só me levavam para a cena que vivi há 10 minutos. O seu cheiro, o gosto do seu beijo, seu jeito possessivo, sua pegada, seu olhar... Tudo. Tudo nele era como se fosse uma droga sendo oferecida a um dependente que estava lutandopara se libertar do vício. Eu não podia ficar muito tempo dentro do banheiro, senão minha amiga viria atrás de mim achando que eu estava passando mal ou dormindo sentada no vaso. Olhei-me mais uma vez no espelho, passei as mãos no cabelo e voltei para a pista de dança. Passei o resto da noite dançando com toda a liberdade que eu podia, eu amava dançar. Não seria o poderoso chefão que acabaria com a minha noite. Pulei, ri e bebi até dizer chega. Cheguei a um ponto de ver as pessoas duplicadas. - Bela... Amigaaaaaaaaaaa! Quem é essa bandida que está do seu lado? - Ih... Desculpa amiga, nem te apresentei. Essa é minha amiga Bela. Ops... Bela sou eu, essa é a Belinha. – Não aguentamos e rimos.- Estou muito loucaaaaaaaaaaa! - Porra... Então, somos duasssssssssss! Ou somos... Quatro? – E tentou fazer as contas com os dedos. – Ai... Não consigo contar! - Deixa eu te ajudar... Porra, nem eu estou conseguindo! Deixa essa porra pra lá! Vamos dançar. Eu e você, ou todas nós. Tanto faz. O importante é curtir... Concorda? - Sempre! Voltamos a dançar com as meninas, e esquecemos o mundo lá fora. Como eu disse, nossas saídas eram sempre de acordo com nosso disse nossas saídas eram sempre de acordo com nosso lema: “Diversão, liberdade e amizade”.

As 4:00 horas da manhã, Karen e a Lú se despediram de todos, e o Allan foi junto com elas. Como ele disse:
Se eu trouxe as damas, preciso leva-las. Ele tentou nos levar também, mas recusamos. Bela disse que o pai dela estava vindo nos buscar. – Mentirosa! – Pensei comigo. Sempre inventávamos desculpas como essa quando queríamos ficar até o final de uma balada. Ele não gostou muito, e pediu uma mensagem quando chegássemos em casa. E, junto com eles foram a Marta e Matheus, que foi o centro da noite. Marcamos uma próxima balada, e pela as trocas de olhares entre Matheus e a Lú, tenho certeza que teremos novidades futuras. Talvez já tenha, mas como eu só dancei o tempo inteiro, acredito que eu tenha perdido alguma coisa. As 5:00 horas foi a nossa vez. Mas antes fomos ao bar e pedimos mais um Bacardi Big Apple com Sweepers Citrus, uma das minhas bebidas preferidas.  Cada uma pegou o seu copo, e caminhamos juntas de braços dados para a saída. Chegamos na rua, e o ponto de táxi estava lotado. - Amiga... Como vamos embora? Essa porra de fila está enorme. – Bela reclamou. - Não sei. Quer andar na beira da praia? Na volta, a fila vai está maior, quero dizer... Menor. - Maior ou menor... Para qual lado é a praia? - Acho que para os dois lados. – Rimos. Quando estávamos bêbadas, éramos as irmãs risadas. Andamos ainda rindo, quando parei do nada e meu copo caiu. Achei que fosse a Bela, mas era um cara que eu nunca tinha visto na minha vida. - Hey... Me solta! Quem é você?- Sou o passaporte para a sua alegria. - Aff... Me solta! - Nem pensar... Fiquei te olhando a noite inteira dançando, quero uma festinha particular com você. - Seu babaca... Não ouviu minha amiga! Solta ela agora! Ou juro que vou quebrar seu nariz. – Bela jogou o copo no chão, se preparando pra luta. Ele começou a rir, e do nada parou. Procurei pelo cara, e o encontrei caído no chão e com o nariz sangrando. Como minha amiga fez isso? Olhei para ela que estava com a mão na cabeça, e chocada. Procurei em volta pra tentar entender a situação. Eu estava muito tonta, mas na minha frente estava a causa do soco.
William  já estava segurando o cara pelo colarinho e falando bem na cara dele. - Que tipo de homem é você? O tipo que só consegue convencer uma mulher a ficar com você quando está vulnerável? Só vou te avisar uma única vez. Nunca mais chegue perto de nenhuma das duas, ou você vai se arrepender de ter nascido. Agora some daqui. O cara correu feito um louco. Sinceramente, não sei se ele entendeu alguma coisa do que William havia acabado de dizer em inglês. Mas depois dessa, até eu teria fugido como uma louca. Como diz minha mãe: Teria dado 200 no veado! – Eu e Bela não aguentamos e começamos a rir. Ele nos olhou de um jeito tão severo, que nos calamos na hora.- O que foi que eu falei pra você, Maite ? – Sua voz saiu assustadora.
- Não me lembro. – Não me deixei intimidar e balancei no meu salto como se não tivesse entendendo nada, deixando William ainda mais irritado. - Ah... Não? Eu disse que você já tinha passado do limite e estava vulnerável... Porra! Eu falei que era pra você ir pra casa, e o que você fez? Agiu como dona da verdade e me deu as costas. Se eu não estivesse aqui, o que poderia ter acontecido com você e sua amiga. Duas irresponsáveis! – Gritou a última frase, chamando atenção das pessoas que estavam do lado de fora da boate. - Hey... Quem você pensa que é? Nós estávamos nos defendendo.William  soltou uma gargalhada de pura raiva. - Não brinque comigo. - Muito obrigada pelo o que fez... Mas quer saber? Chega! Vamos, amiga! – Puxei Bela pela mão.
- Nossa... Ele fica ainda mais incrível quando está com raiva! Meu Deus! – Levantou a mão se abanando. Eu queria dar na cara dela. Aff! - Cala a porra da boca, Bela! - Nossaaaa, Ok... Já calei! – Disse fazendo beicinho, e eu revirei os olhos pra ela. Continuamos andando, quando meus pés sairão do chão e William me jogou no seu ombro. Dei um grito de susto.
- Me coloca no chão William... Agora! – Exigi. Ele me deu um tapa na bunda tão forte, que meus olhos marejaram na mesma hora. - Eu tentei ser bacana, mas agora vai ser do meu jeito. - Você me bateu? – Perguntei chocada. - Bati e vou bater de novo, se você continuar se comportando como uma menina mimada. - Quem você pen... – Levei outro tapa. - Vai ficar quieta, ou vai continuar gritando? - Me coloca no chão... Agora! Não posso sair daqui sem minha amiga. – Falei com a voz embargada, e as lágrimas desceram pelo meu rosto. Ele parou de repente e virou para a Bela. - Você vem, Bela, ou terei que fazer o mesmo com você? - Claro que não... Estou bem atrás de vocês! - Não... Do meu lado! - Ok. Fez sinal de continência e riu. Levantei meu dedo do meio pra ela, e recebi o mesmo gesto em resposta. Entramos no carro do William , e saímos sem falar uma palavra. Ele estava puto de raiva e eu também. Isso não vai ficar assim, ele não é meu dono. Deixamos Bela em casa,onde só saímos depois que ela entrou e mandou uma mensagem dizendo que estava bem. Seguimos caminho sem trocar uma palavra. Encostei-me no canto direito do carro, grudada na porta e não olhei pra ele de jeito nenhum. Estava cuspindo fogo, e nesse caso era melhor ficar longe. Ele fez o mesmo. Senti o sono tomar conta de mim, e meus olhos fecharam sem minha permissão. Um corpo quente me envolveu, me abraçando com força. A sensação era tão boa, que me aconcheguei e senti um beijo na minha testa. Dormi ouvindo uma voz.

- Você será minha!

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Ui que a coisa ta ficando quente...

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