Capítulo 16

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Depois de um banho gostoso e relaxante, saí do banheiro e encontrei uma blusa de basquete roxa e amarela dos Los Angeles Lakers em cima da cama me esperando. Isso me fez lembrar minha época de escola. Eu costumava jogar e achava divertido, apesar de ter sido uma péssima jogadora. Uma vez em um jogo, fui tentar fazer uma cesta de três e acabei marcando ponto na cabeça do juiz. O cara ficou com tanta raiva, que me expulsou de quadra. Só de lembrar, me dá vontade de rir. Vesti a blusa que mais ficou parecendo um vestido. Senti-me pequena e confortável. Saí do quarto a procura de William, e logo o encontrei. O cheirinho de comida sendo preparadao denunciou. Parei na bancada da sua cozinha americana e fiquei observando seus movimentos. William  vestia apenas uma calça de moletom cinza, e tirava alguns potes da geladeira. Dei a volta no balcão, e o abracei por trás. Ele parou tudo o que estava fazendo, e acariciou minhas mãos. - Seria muito caro se eu contratasse seus serviços, Sr. Perdição? - Depende do quanto você está disposta a pagar, minha princesa. - Muito mais do que imagina. William  virou e me pegou no colo, me colocando sentada na bancada da cozinha. Abriu minhas pernas e se encaixou no meio.
- Eu sabia que essa blusa ficaria sexy em você.Cruzei minhas pernas, apoiando meus calcanhares em sua bunda maravilhosa, puxando-o mais para perto. - Fico satisfeita que tenha gostado, porque estou me sentindo super confortável e sexy com ela. Até acho que ficaria perfeita como um vestido, assim eu poderia usá-la mais vezes. Quem sabe até fazer um desfile pelas ruas aqui da lagoa. O que acha? – Sorri beijando seu nariz. - Me provocando, senhorita Perroni?
- Só um pouquinho, meu chefe. Não se esqueça de que eu adoro uma diversão. William  levantou a blusa até o meu quadril, deixando minha dançarina completamente exposta para ele. Alisou minhas pernas, tocou meu clitóris com o polegar direito e com a mão esquerda, levou até um dos meus seios e beliscou o mamilo, arrancando um gemido da minha boca. - Ficando molhadinha, minha princesa? - Pra você? Sempre.
William  levou minha mão até sua ereção, me mostrando como seu caminho da perdição estava crescendo dentro da sua calça. - Ficando duro pra mim, meu amor? - Pra você? Sempre. Começamos a nos beijar, quando alguma coisa apitou. William  se afastou e desceu minha blusa. - Preciso te alimentar antes de provar minha sobremesa. – Piscou para mim e sorriu. – Espero que goste de camarão ao molho branco com macarrão talharim. Rosa fez com carinho e deixou preparado para nós dois antes de ir embora. - Adoro! – Não acredito que a comida ficou pronta logo agora que a brincadeira estava ficando boa. Bufei. – Posso fazer alguma coisa para ajudar? - Só sentar no banquinho e esperar. E, não me olhe desse jeito, tenho uma sobremesa maravilhosa pra você. - Só pra mim? – Questionei curiosa. - Sim. Como eu disse... Você será a minha. – Recebi aquele sorrisinho safado de canto de boca. Quente, muito quente!Estava me preparando pra descer, quando ele voltou e me ajudou, me roubando um beijo. Sentei no banquinho como ele havia pedido, e o observei organizando tudo. Pegou dois conjuntos de jantar, duas taças e os talheres. Organizou tudo, e trouxe os pratos que estavam com um cheiro tão bom, que quase babei. Colocou uma cestinha com torradas, um potinho com cebolinha picada, queijo e azeite em cima da bancada. Abriu a geladeira e pegou um vinho suave, despejando nas duas taças. Sentou ao meu lado, me dando uma e pegando a outra. Brindamos e tomamos um gole. Peguei a primeira garfada do macarrão e quase enfartei de tão gostoso. - Hum... Que delícia! – Fechei os olhos saboreando o macarrão. – Meu Deus... A Rosa tem mãos de fada. Preciso dessa receita.Abri os olhos e dei de cara com William sorrindo e me olhando. Fiquei envergonhada na mesma hora, sentindo minhas bochechas queimarem. - Que bom que gostou. Rosa ficará feliz. - Está maravilhoso! – Voltei a comer, enquanto William  tomava seu vinho e me olhava por cima da taça. - O que foi? Porque está me olhando? Não me diga que estou comendo de boca aberta? – Levei minha mão à boca horrorizada. - Não. Estou te olhando, porque você fica ainda mais linda comendo. – Sorriu pra mim, aproximou a mão da minha boca e limpou o canto com o dedo, e depois chupou. Parei de comer e quase caí da cadeira. Isso foi... Tão... Tão íntimo!William não se importou com minha cara de surpresa e continuou a comer naturalmente. Peguei meu garfo e fiz o mesmo, tentando esconder o quanto eu estava envergonhada. Durante alguns minutos, comemos em silêncio e perdidos em nossos pensamentos, até que o meu celular começou a tocar na minha bolsa com a música “Let It Go da Demi Lovato”. Eu adorava essa música. Minha princesa Sami era apaixonada por ela e pelo desenho Frozen. Larguei meu garfo no prato, e me levantei. William  não disse nada. Ficou me observando correr como uma louca em direção à bolsa. Peguei o telefone e atendi sem ver quem era. - Oi! - Nossa... Depois de quase duas semanas sem dar um sinal de vida para sua querida mãe aqui, você atende ao telefone com um simples“oi”? Cadê as palavrinhas mágicas, como: Saudade, te amo e quero te ver? Minha nossa, na minha época não era assim. Minha vontade era rir alto. Minha mãe era a melhor. Eu adoro quando ela deixa seu lado de atriz mexicana falar por ela.
- Oi... Minha atriz! Desculpe pela ausência. Esses dias que passaram foi uma loucura pra mim, mãe. Te amo demais e estou com saudades. Me perdoa? Ela ficou em silêncio por um tempo, fazendo todo um suspense do jeito que ela gostava e disse: - Bem, minha bonequinha. Só porque você reconhece meu talento diferente do seu pai, está perdoada. – Deu uma risadinha. Eu amava sua risada. – Meu amor, mamãe está ligando pra te lembrar de que domingo é a festinha de seis anos da sua irmã. Samira não para de perguntar se você comprou pra ela a fantasia da rainha Elsa que você prometeu que ia dar. – Puta que pariu. Como eu havia me esquecido da minha princesa e da minha promessa? Não acredito. - Não, mãe. Claro, que eu não esqueci. Vou comprar amanhã. – Preciso mandar uma mensagem para Bela. Ela precisa me ajudar. - Certo. A festa começará as sete. Tente chegar uma hora antes para me ajudar a arrumá-la. - Pode deixar. Estarei aí! - Maite... Antes que eu me esqueça. Esteja preparada. Sua irmã tem uma surpresa pra você. - Ah, não. Que tipo de surpresa?
- Ah, sim. - Mas, mãe?! - Nada de mãe. Beijinhos e até domingo. Mamãe, te ama demais! - Eu também te amo demais! Meu Deus, o que a Sami vai aprontar? Ela é minha cópia, mas em tamanho reduzido. A única diferença é que Sami tem os cabelos mais claros, mas sua personalidade é muito parecida com a minha. Nesse caso, vem bomba por aí. Fiquei pensando no que poderia ser, mas nada vinha na minha cabeça. Levei o celular até minha testa e comecei a bater de leve, até ele ser tirado da minha mão. - Se continuar assim, vai acabar se machucando. Qual o problema, minha princesa? - Bem, domingo é aniversário da minha irmã caçula. E, minha mãe disse que ela tem uma surpresa pra mim. E, isso me preocupa. - E, por quê? - Porque ela é muito parecida comigo em todos os sentidos. Nesse caso, ela vai aprontar. E, olha que ela vai fazer seis aninhos ainda. - Então, ela deve ser tão linda quanto você. – Disse me abraçando por trás e cheirando meu pescoço. Minha pele se arrepiou no mesmo instante. – Adoraria conhece-la. - Quer ir à festinha dela no domingo? - Seria um prazer. – Prazer... Ouvir essa palavra da boca dele era como pegar um palito de fósforo, e acender uma fogueira. – Mas, eu não sabia que você tinha uma irmãzinha, rainha Elsa. – Disse sorrindo. Que safado! Estava se divertindo com o toque do meu celular. Sorri de volta. - Em primeiro lugar, não deixe Sami saber que você me chamou de rainha Elsa. Para ela, esse posto é dela e de mais ninguém. Esse toque no meu celular foi ela quem escolheu, e me faz lembrar minha família. Em segundo, você não me perguntou se eu tinha uma irmã, me perguntou um pouco sobre mim, e eu disse que tinha uma família maravilhosa e louca. – Sorri lhe dando um tapa no braço. - Me conta mais sobre você? – Pediu ainda sorrindo.- Só se você me deixar descobrir um pouco mais sobre você. Nesse momento, seu sorriso sumiu. William  me soltou e ficou me observando por um tempo. Passou a mão no cabelo, e disse: - Porque sempre tenho que dizer algo sobre mim? - Porque precisamos estar de igual para igual. E, uma relação precisa ser vivida a dois, meu amor. Não a um. Você disse que queria descobrir como era está em um relacionamento, e que estava disposto a tentar. Porque não começamos agora, nos conhecendo melhor? É justo, não acha? – Ele se aproximou novamente e passou as costas da mão no meu rosto. - Ok. É, justo.
William me segurou pela mão e me levou até o sofá, se sentando e me colocando em seu colo. - Ok. Pode começar. - Você é bem espertinho, sabia? Porque não você? - Primeiro as damas. – Disse me dando uma piscadinha. - Safado! - Você já, já... Vai descobrir o safado! – Passou a mão pelas minhas pernas, me deixando arrepiada. Soltei um gemido leve, fazendo William parar na hora.
– Vamos, estou esperando. Merda de homem mandão e gostoso! - Certo. Bem, Samira é a princesinha da família. Uma criança encantadora. Quando minha mãe soube que estava grávida da Sami,no primeiro instante ficou chocada por causa da sua idade, pois sua gravidez foi considerada de risco. Ela e meu pai não podiam imaginar que depois de criar uma filha de 18 anos, e prepara-la para caminhar sozinha, teriam que começar do zero, ensinando tudo novamente para outro ser humano, no caso de Sami, um anjinho que dependeria deles por mais um tempo. No início foi difícil, pois minha mãe estava com 42 anos, e achava que não seria capaz. Ela chegou a fazer tratamento por um tempo com um psicólogo, e meu pai como um homem apaixonado que era e é, teve toda a paciência do mundo com ela. Eu como a filha mais velha, fiquei nas nuvens por poder acompanhar toda sua gestação, e estar ao lado dela, vendo o quanto ela ficava mais bonita e mais forte a cada dia que se passava. Quando Sami nasceu, senti uma emoção muito grande em ver a alegria dos meus pais e por saber que ela dependeria de mim também... Foi tão lindo! – Eu estava emocionada. Tentei disfarçar fazendo carinho em sua mão que estava em minha perna. – Eu só pude agradecer a Deus por tudo que ele estava fazendo por minha família. Passei a ser seu exemplo, quando ela começou a crescer. Tudo dela é Maite pra cá, e Maite pra lá. Sinto-me orgulhosa por ser seu espelho. Meu pai até hoje diz, que não sabe o que ele fez para merecer tantas mulheres lindas em sua vida. – Falar da minha família sempre foi fácil pra mim. Eu sou louca por eles, e nos amamos incondicionalmente. E, poder passar um pouco disso para William, me enchia de alegria. – Você vai adorar conhecê-los. - Tenho certeza que sim. É, lindo ver a forma como você falada sua família, Maite . – Passou a mão pelo meu cabelo, enrolando os fios em seus dedos. Mas, meu coração apertou por ver que ele não olhava em meus olhos. Voltei a falar para trazê-lo de volta. - Bem, falei um pouco mais de mim. Agora sua vez. - O que você quer saber? - É, chato ser filho único? – William ficou por um tempo mudo, me deixando preocupada. – Hey, você está aí? – Dei uma batidinha no seu nariz, e sem que eu esperasse, William  me abraçou forte. Devolvi o abraço, e esperei por uma resposta de forma paciente. - Às vezes. No meu caso, ser filho único foi a melhor coisa. Acho que eu não seria um bom exemplo, na verdade eu não sou um bom exemplo pra ninguém. Como assim? A cada dia eu vinha percebendo que por trás da sua armadura de poderoso chefão, existi um homem sensível. Suas atitudes comigo já diziam isso, mas agora eu estava tendo certeza. - Na verdade, acho que seria engraçado. Se fosse uma menina... Coitada! – Revirei os olhos. – Teria um irmão louco e possessivo. Talvez ela nem pudesse ter um namorado. Teria que namorar escondido. – William  apenas me observava divertido. – Mas... Se fosse um menino, seria um conquistador assim como o irmão e rasgaria a calcinha de muitas meninas. – Ri. – E por falar nisso, onde está minha calcinha que você rasgou quando fui levar aqueles benditos contratos na sua sala, Sr. Perdição? Você acha que eu esqueci o que fez comigo naquele dia?William deu uma risada gostosa, e disse na maior cara de pau. - Continua na minha sala... Na minha gaveta melhor dizendo. Quando sinto sua falta, e vontade de enfiar meu pau inteirinho em você, pego sua calcinha e dou um cheiro gostoso. - O que? – Quase engasguei, e ele riu. – Você é um maníaco tarado. – Lhe dei um tapa no ombro. William  roçou seu caminho da perdição em mim, fazendo minha dançarina piscar. - Mais alguma pergunta, ou posso comer minha sobremesa? - Por hoje? Só mais uma. – Ele levantou uma sobrancelha pra mim, e eu sorri. Eu precisava ir com calma. Sabe aquele dito popular que diz que homem é que nem passarinho. Se prender demais ele sufoca, e se der muita liberdade, ele foge? Pois é, William  se encaixa perfeitamente nele. Me mexi em seu colo, tentando disfarçar minha necessidade e a dorzinha que se formava entre minhas pernas. – Esse apartamento é só seu ou do seu pai também? - Não. Esse é só meu. Vai fazer dois anos que eu o comprei. Meu pai preferiu comprar uma casa em Angra dos Reis, longe da cidade. Ele quis um lugar que pudesse lhe trazer paz e tranquilidade. Quando ele está aqui no Rio, prefere ficar em um Hotel. - Nossa, deve ser maravilhoso. Angra dos Reis é um paraíso. Pena, que é distante pra estar indo sempre. - Não, não é. Temos um helicóptero pra isso.
– Uau! – Podemos passar um fim de semana lá. Você vai adorar. - Eu adoraria. William  ficou me olhando e desenhando o contorno dos meus seios por cima da blusa. Aproximou-se de mim, e eu me preparei para receber seu beijo, mas ao invés disso, ele sussurrou na minha boca. - Chegou a hora da sobremesa. Nesse momento, eu soube que por hora, nosso papo estava encerrado. William  se levantou comigo no colo, e caminhou em direção a cozinha. Colocou-me sentada na bancada mais uma vez.
- Fique quietinha bem aí, enquanto eu preparo sua sobremesa.

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