o pesadelo

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— Fisicamente, ela está no caminho da recuperação, mas emocionalmente será uma tarefa árdua. — O médico falava como se eu não estivesse presente no momento.

— Por que ela não podia simplesmente se trancar no quarto e chorar? — Minha mãe disse.

— Ou conversar conosco, talvez ela não tenha conversado porque você é louca. — Meu pai retrucou irritado.

E lá íamos nós, o clima entre meus pais estava assim desde que bem, tudo aconteceu.

Com tudo quero dizer a minha tentativa de suicídio — que não foi uma tentativa de suicídio e juro — mas a pessoa que me achou no Ace depois que levei um tombo e consegui me desengasgar, encontrou junto comigo minha embalagem de aspirinas e agora, todos pensam que tentei me matar no banheiro.

Deus eu queria morrer, você sabe o que quero dizer com isso.

Foi um mal-entendido épico e por mais que eu falasse a todos que eu apenas havia me engasgado, ninguém acreditava.

Enquanto meus pais discutiam, sai me esgueirando em direção a porta e me retirei da sala, sentando na cadeira que ficava na sala de espera. Minha perna doía, ah sim! nessa merda toda quebrei a minha perna.

Eu entraria no segundo período hoje por causa da vinda ao psicologo e que graças a deus, eu havia tido a opção de trocar para o psicologo estudantil e se tudo desse certo, eu conseguiria convencer a todos que eu não havia tentado bem, você sabe.

+++

— Se algo acontecer você liga para mim ou para sua mãe. — Meu pai disse.

Assim que a notícia espalhou, meu pai voltou de Chicago e resolveu passar uns dias em casa comigo e a minha mãe, eles se odiavam e tudo só ficava pior. Deus, eu preferia quando meus pais simplesmente não eram tão preocupados comigo.

Todos me tratavam como se eu fosse uma aberração ou uma coitada.

— Okay, pai. Te amo, tchau. — Eu disse rapidamente saindo do carro com as minhas muletas, o que não deu muito certo, já que acabei me enganchando.

— Quer ajuda?

— Não.

— Tem certeza? — Ele perguntou de novo.

- Sim.

Logo vi Lee se aproximando e ela me ajudou, um pouco assustada.

- Prontinho! Tchau! Sr.Brew. - Ela disse para meu pai que piscou para nós e saiu com o carro.

- Obrigada por me salvar. - Digo, me movimentando com certa dificuldade, eu odiava aquelas muletas.

— Está tudo bem, então, como você está? — Ela perguntou.

— Bem, apesar da cidade inteira pensar que tentei me matar, meus pais estarem morando juntos novamente por minha causa e se odiarem e ter quebrado minha perna, eu acho que estou bem.

— Me desculpa que eu não te visitei muito, eu não sabia o que dizer. — Lee respondeu colocando suas mãos em meus ombros.

— Você também acha que tentei me matar! — Disse irritada.

— É que foi estranho, aquelas pílulas, fiquei preocupada. — Ela respondeu.

— Eu já te disse o que aconteceu! Lee você me conhece melhor que qualquer pessoa, se eu planejasse me matar você saberia.

Ela me observou de soslaio, mas logo se deu por vencida.

— Okay, acredito em você.

— Obrigada.

Eu Também Te Amo, Piper Brew. - LIVRO 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora