Eu resolvera que comeria no banheiro — totalmente anti-sanitário, eu sei. — mas era o único lugar onde eu teria paz, sem nenhuma amostra da confusão que era a minha vida. Agora com o anônimo, eu me sentia em um spin-off de baixo orçamento de Pretty Little Liars, era deprimente.
Claro que nada era tão ruim que não podia ficar pior, sabe, minha vida.
Eu estava dando uma mordida em meu sanduíche de atum quando a porta da cabine se abriu de supetão, evidenciando uma Madison com o rosto vermelho.
— Como assim você foi nomeada rainha do baile? Você tem que desistir. — eu me encolhi ao escutar o grito da garota, novamente estávamos na estaca zero.
— Acho que você se esqueceu do nosso trato. — eu disse.
— Acho que o nosso trato se esgotou no momento que você deixou o Anderson Michaels me comprar para o baile. — me perguntei como ela sabia. — Adam me contou, não vai rolar.
Murmurei um "merda" e expirei todo o ar de meus pulmões.
— Relaxe, eu não vou ganhar. — eu disse me levantando e passando reto pela garota.
— Olhe, em qualquer outro mundo, em outra escola, eu até acreditaria. Mas aparentemente, estou vivendo em uma comédia romântica improvável onde você tem sim como ganhar. — ela virou os ombros para trás e observou-me de ponta a ponta, jogando seu cabelo âmbar, ela olhou em minha direção,
— Está dizendo que sabe que eu posso ganhar de você? — eu perguntei com um sorriso ladino que nem tentei esconder.
— Me erra! Você nem quer a coroa.
— Talvez eu queira.
A raiva de seus olhos mostrou a criança assustada por dentro, a menina que foi ensinada a lutar contra tudo e mais ainda, contra seus próprios preconceitos, eu sabia que por baixo da roupagem de garota malvada plástica, existia uma menina que precisava sempre provar aos outros e a si mesma uma confiança e um poder que ela não sentia. Eles diziam que ela era má, eu achava que a garota estava sofrendo, mas consertar alguém que não via a sua própria verdade não era fácil, e existe uma quantidade limitada de vezes que você pode tentar ajudar alguém que não quer ser ajudado.
— Eu te odeio, Piper Brew. — ela respondeu, já se virando para sair.
— Coincidência, eu me odeio às vezes também. — eu retruquei. — Principalmente agora, que estou perdendo meu tempo com você.
Ela apenas me deu o dedo, enquanto eu me observa no espelho. Eu não queria ser rainha do baile, não era o meu grande sonho ou a minha meta, na verdade, eu odiava o conceito de ser rainha de qualquer coisa, o que eu havia feito? Eu era vítima da má sorte, apenas isso, eu não lutava pelos direitos assiduamente, eu não era membro de um clube, eu, na verdade, era a pessoa mais desinteressaste de todo o colégio.
E não que eu me achasse feia, não, eu não era feia, não era como se eu não tivesse meus privilégios, eu só pensava que haviam dezenas de pessoas que poderiam concorrer.
Mas aquele não era o pior, eu não tinha a mínima ideia do que fazer com "A" que apesar de não ter enviado mais mensagens, eu sabia que atacaria quando menos esperássemos, e eu não queria ser a sua próxima vítima. Madison não ia com Anderson no baile e novamente, eu não tinha nada. Eu sentia falta de Lee e não conseguia acreditar que Roxy havia sido tão manipuladora.
Definitivamente, Roxy havia entrado para minha lista negra.
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Uma notícia boa; havíamos sido dispensados mais cedo e eu não poderia agradecer mais. Eu não aguentava mais caminhar pelos corredores insalubres e respirar o ar infectado do amor juvenil. Meu humor? Frustada. Eu não encontrara Jaden no colégio e ele tampouco atendia minhas ligações, talvez tivesse mudado de ideia e desistido de me chamar para um baile, eu era uma princesa sem par, revirei meus olhos com meu pensamento. Estava na metade do caminho quando um carro conhecido parou ao meu lado.
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Eu Também Te Amo, Piper Brew. - LIVRO 1.
Teen FictionPiper Brew é uma jovem de quinze anos viciada em música que, como muitas outras, sente-se invisível e quer desesperadamente encontrar seu lugar no mundo, o que geralmente, significa destacar-se em meio à multidão. Apaixonada por Adam Berger, um joga...