BAILE DE OUTONO DO COLÉGIO PULLMAN.
Era isso que estava escrito assim que adentrei o corredor. De todos os lados, existiam adolescentes se beijando, o que era nojento e provavelmente, o baile seria cancelado com um surto de mononucleose.
Parker Evanston — aquele que eu namorei quando Jesus Cristo ainda estava vivo. — se agarrava com uma menina em frente a seu armário. Do outro lado do corredor, Anna e Hannah, às duas lésbicas maconheiras também se beijavam, algo estava errado.
O caminho até meu armário fora horrível para meus olhos e eu não esqueceria tão cedo. Adam estava lá arrumando suas coisas, aparentemente, ele não estava envolvido no surto de amor.
— O que aconteceu hoje? Por que ninguém ganhou deméritos? — perguntei enquanto abria meu armário, ele se virou para mim sorridente.
— Metade do corpo docente e o diretor ficaram presos em uma conferência em Chicago ontem, um deslizamento na estrada. Doris é a única responsável, o que basicamente é nada. Então todos decidiram fazer o que quiserem. — ele disse com a maior naturalidade, como se fosse normal.
— Adolescentes são estranhos. — comentei.
— Recebeu mais alguma mensagem ameaçadora? — ele sussurrou.
— Não, e você? — perguntei.
— Também não, de qualquer forma, creio que sei quem pode nos ajudar. — as palavras que saíram de sua boca me prederam a atenção.
— Sabe? Quem?
— Me encontre na sala desativada de química no prédio B, no fim do período. — ele disse, e logo fechou seu armário, me para trás e roendo todos os meus ossos de curiosidade.
Todo aquele amor desenfreado no ar estava me deixando um pouco deprimida, as coisas entre mim e Adam haviam terminado antes mesmo de começar, assim como com Jaden, ele ainda estava chateado comigo e eu não sabia como me desculpar. Lee me odiava, e eu precisava ocupar minha cabeça com algo, e esse algo seria desmascarar o maldito anonimo.
Assim que adentrei a sala de Gross, ele me observou irritado. Mas quanto mais ele me desdenhava, mais vontade eu tinha de ir em sua aula e lhe provar errado. Era como psicologia reversa. Em meu lugar estava Kimantha, que sorria para Jaden na cadeira de trás, ela era rápida. Fiquei alguns segundos observando a sala até que a voz enjoada de Gross soou.
— Senhorita Brew, você está coletando material masturbatório mental? — perguntou debochado, arrancando uma risada dos alunos.
— Não...— respondi.
— Está contemplando o assassinato de seus colegas de sala? — indagou novamente.
— Não.
— Então sente-se. — disse irritado, logo viu que Kimantha estava sentada em meu lugar. — Você loirinha, saia do lugar dela antes que ela dê uma de Sexta Feira Muito Louca no seu corpo.
Kimantha lhe observou irritada, mascando seu chiclete sabor uva estrepidosamente. K era uma versão mais velha de Madison, mais burra e mais irritante. Pelo menos, Madison ainda tentava manter as boas aparências, Kimantha era simplesmente descarada.
— Bem, agora que acabamos com a enrolação, vamos a mais uma enrolação. Devido à falta de controle hormonal de vocês, protozoários, serei obrigado a repassar esses deméritos, você ganha um, você vai para a detenção e provavelmente, mono.
Eu observava o professor Gross entregando deméritos a todos, um de cada vez, pela primeira vez eu estava tranquila. Não havia feito nada errado, Jaden não havia falado comigo ainda e eu estava nervosa, e tudo piorou quando o professor lhe esticou o braço e lhe deu um demérito, naquele momento, seus olhos encontraram os meus.
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Eu Também Te Amo, Piper Brew. - LIVRO 1.
Ficção AdolescentePiper Brew é uma jovem de quinze anos viciada em música que, como muitas outras, sente-se invisível e quer desesperadamente encontrar seu lugar no mundo, o que geralmente, significa destacar-se em meio à multidão. Apaixonada por Adam Berger, um joga...