Capítulo 14.

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Joseph já havia deixado o reino aos cuidados de Merlin quando saiu, informando também quem ficaria responsável pela organização do exército durante a sua ausência, para a guerra que com certeza viria.
Mesmo depois de um dia e meio de viagem, o rei regente ainda imaginava como o reino estaria nesse momento. Porém, ele não precisava pensar muito.
Joseph sabia que as forjas estão a todo vapor. Que os soldados estão em suas respectivas regiões se despedindo de suas famílias e deixando com elas uma promessa que não sabiam se poderiam cumprir, que muitos deles não iriam cumprir.
O rei tinha plena ciência que as catapultas estavam sendo preparadas e que óleo eram passados em suas engrenagens. Que as armaduras estavam ganhando forma assim como as novas armas.
Os cavaleiros sagrados provavelmente estariam treinando nos campos abertos do reino, se fortalecendo para os dias inteiros de luta.
Merlin não falara sobre Faith. Ele sequer a mencionara.
Mas de algum modo, Joseph sabia que a sobrinha estava bem.
Aquela garota era a mulher mais forte que ele havia encontrado. Teimosa como uma mula e impulsiva, sim, mas era inteligente e sabia usar o ambiente ao seu redor como uma arma além da que ela carrega nas mãos.
Somente quando escutou o ressoar de um trovão foi que ele saiu de seus devaneios e voltou seu olhar para o céu.
Os cavaleiros sagrados que o acompanhavam também notaram que logo começaria a chover.
O rei regente suspiro e encarou a crina de seu cavalo por um tempo.
— Vamos montar acampamento aqui hoje. Ruhn, pode montar as cabanas?
O cavaleiro sagrado a sua esquerda concordou. Seus cabelos eram de uma cor nada comum. Um vermelho sangue que jamais seria herdado de um humano. No entanto, aquele rapaz de pele negra e olhos amêndoas não tinha um único parentesco com os Feéricos. De onde vinha aquela curiosa cor de cabelo? Ninguém sabia.
— Claro. Pedra, certo?
O rei sorriu.
— E você sabe manipular outra coisa ?
Embora a frase parecesse completamente sem educação e até mesmo como se diminuísse o soldado, todos ali sabiam que não era bem assim.
Ruhn tinha a habilidade de criar e controlar qualquer tipo de pedra existente. Joseph e os demais jamais o viram com outro poder mágico.
O jovem retribui o sorriso para seu rei.
— Ainda estou tentando descobrir.
A noite em breve cairia e traria consigo os pesadelos noturnos. Em terras mágicas como a Bretanha, criaturas nada amigáveis saiam para a caça durante o breu, apenas na espreita para que qualquer ser vivo distraído caísse em suas armadilhas e parassem entre seus dentes e garras.
Alguns desses monstros eram conhecidos, catalogados. Mas a enorme maioria não. Ninguém, nem mesmo cavaleiros sagrados, duendes ou Feéricos se arriscavam para estudar aquelas criaturas tão letais.
Em viagens longas como aquela, era essencial estar preparado para a noite.
Qualquer tolo que não estivesse, não era visto novamente para contar a história.
E eram em momentos como esse que Joseph agradecia por ser um cavaleiro sagrado tanto quanto um rei.
Embora ele não considerasse seu poder o mais útil de todos, ele era útil em alguns momentos.
O rei poderia manipular e criar sons ao seu bel prazer, fazendo com que inimigos de todos os tipos ficassem confusos.
Podia ler mentes por tempo suficiente para pegar as informações que queria e usá-las para que a voz de um ente querido do adversário ecoasse pelo ambiente.
O ponto ruim de ler mentes?
Não funciona com todos e nem por muito tempo. Uma invasão mental estabelece uma conexão, é possível sentir como se uma corda enlaçasse seus pensamentos e memória e os puxasse. Se não fosse feito com maestria, o indivíduo poderia criar uma barreira e impedir que Joseph entrasse. Aquilo poderia o ferir também.
Pelo menos, a telepatia de Joseph funcionava daquela maneira, não eram todas que tinham aquele tipo de limitação.
O coxear de uma coruja serviu como aviso de que a noite já caíra e que os perigos estavam à solta.
Que a morte estava à caça.

***

Faith havia cansado de andar pelos corredores procurando o que fazer. Encontrou com Lugh e Borte nos corredores, e apenas ignorou o olhar traiçoeiro que o de cabelos ruivos lançou a ela.
Diferente de Lugh, Borte não parecia querer recuar quanto a sua opinião em relação a presença da princesa ali.
Mas ela não se importava, com nenhum dos dois.
Lugh ainda a olhava torto as vezes. Mas não mais ria de sua cara e muito menos a ameaçava.
Parecia mais... amigável. E ela jamais negaria o quanto ele era bonito.
Os olhos ônix, tão escuros quanto uma noite sem estrelas eram profundos e indecifráveis. Os cabelos, também escuros como penas de corvos apenas realçavam mais a beleza dele, de sua pele bronzeada e traços marcantes.
Na realidade, se ela fosse descrever Lugh, Borte, e a enorme maioria dos feéricos perceberia que a beleza é algo que a raça tem de sobra.
No entanto, poucos passos após o encontro com os dois, ela se virou para eles novamente.
— Lugh, sabe me dizer onde fica a biblioteca?
Ela sabia que provavelmente receberia uma resposta fria, mas se aquilo a levasse na direção certa, pouco importava o tom de voz que ele usasse.
O soldado sombrio parou de caminhar e Borte olhou para o amigo, ajeitando as mechas ruivas e cacheadas.
Faith conseguiu ver que Lugh respirou fundo graças ao subir e descer lento de sua armadura. Então, com uma expressão neutra ele se virou e olhou para ela.
— Siga reto. Vire à esquerda. Siga reto novamente e verá duas portas marrons enormes. — Ele cruzou os braços.— E pronto, atrás das portas está a biblioteca.
Borte olhou para a princesa por cima do ombro e estreitou os olhos.
— Certo. Obrigada.
Lugh não se deu ao trabalho de responder, apenas se virou novamente e continuou andando ao lado de seu companheiro de posto.
Faith não gostava de inimizades, pelos deuses como ela odiava o clima que ficava quando alguém não ia com sua cara.
O pior de tudo é que ela detestava quando a julgavam sem conhecer. Borte estava fazendo isso desde que ela chegou. A diminuiu por ser apenas uma humana. E ela não gostava daquilo.
Lugh fez o mesmo, mas agora pelo menos, falava com ela sem debochar ou diminuir, embora o olhar de superioridade não mudasse.
Contudo, ela se sentia bem ali.
Avalon a fazia se sentir em casa e ao mesmo tempo livre.
Ela não gostava da ideia de guerra que estava por vir, e tão pouco de provavelmente morrer em batalha. Mas, ela era a princesa de Camelot, era seu dever proteger o reino.
O que a consolava era saber que não era a única que estava buscando informações sobre a ameaça à frente. Ela sabia que seu tio, a essa altura, já estaria tomando alguma atitude.
Perdida em pensamentos, ela mal notou que seguiu as instruções de Lugh e quase bateu com a cara nas portas da biblioteca.
A noite estava fresca e estrelada, a lua minguante deixava o céu risonho.
Suas mãos tocaram a maçaneta e a girou. Um barulho quase inaudível invadiu seus ouvidos e ela soube que a porta estava destrancada.
Levemente a princesa empurrou as portas enormes, que eram leves demais comparadas ao seu tamanho e quando viu a imensidão daquele cômodo, seus olhos provavelmente brilhavam como estrelas.
Gigante.
Aquela era a palavra que definia a biblioteca.
Enormes e altíssimas prateleiras por todo canto. Algumas mesas e poltronas de cores neutras espalhadas.
Os livros? Eram tantos que seus olhos não conseguia percorrer por todos.
Faith se perderia naquele lugar com facilidade e ficaria feliz por isso.
A biblioteca em Camelot era grande e luxuosa, mas comparada àquela? Era minúscula.
Haviam corredores e até mesmo um ou dois andares acima. Os lustres eram tão etéreos quanto o restante da decoração do local.
Uma sala pintada de cores vivas. Cores que representavam tudo, desde a vida até a morte, desde amor até a tristeza.
Demorou alguns minutos, ou talvez horas para finalmente escolher um livro e começar a lê-lo.
Sentou-se em uma das mesas e deixou que sua mente flutuasse para longe.
Para longe da ameaça que assolava o país.
Para longe dos treinos. Da perda de seus pais.
A princesa se permitiu viajar sem sair do lugar, coisa que não fazia havia um tempo.
Ela não mais sabia há quanto tempo estava lendo e imaginando o mundo que havia dentro daquelas páginas.
A única coisa que a tirou o foco foi uma estranha sensação de estar sendo observada. E, de fato, ela estava.
Seus olhar encontrou os olhos azul-safira de Hayden e a expressão no rosto do príncipe não era a mesma de sempre.
Não havia deboche. Provocação. Desprezo.
Havia... o que era aquilo? Aquele olhar calmo e suave estava escondendo outro sentimento que ela não soube discernir.
— Não sabia que gostava de ler. — Disse ele se aproximando e se sentou ao frente a ela.
Faith fechou o livro, decorando a página em que havia parado.
— Sempre gostei. Me distrai e me acalma, é um bom hobby.
— Tanto quanto caçar?
A memória de seu primeiro encontro com ele invadiu sua mente e um leve sorriso se formou nos lábios da princesa.
— Sim. Bom, pelo menos eu prefiro.
Hayden a encarou por um tempo, e ela não sabia o que se passava dentro daquela mente revolta que ele possui.
— Sabe, eu tinha uma coleção enorme de livros em Oryoth. Acho que você teria gostado de estar lá.
Dessa vez a emoção que repousava nos olhos dele pôde ser reconhecida.
E toda raiva que ela sentia dele, pela forma grosseira e babaca que ele agia se dissipou.
Ela entendia aquele sentimento.
Entendia o luto.
— A culpa não foi sua.
O príncipe que encarava os próprios dedos ansiosos, agora levou seu olhar até as janelas à direita e encarou o céu estrelado.
— O pior de tudo é que sei disso. — ele fez uma pequena pausa antes de continuar e respirou fundo.— mas isso não faz com que a sensação diminua. Não faz com que eu me sinta menos culpado.
Ele olhou para as próprias mãos.
— Tenho esse poder dentro de mim, e só o descobri agora. Se eu o tivesse descoberto antes não teria perdido meu reino, meu pais.
— Entendo como se sente. Não perdi meu reino, mas perdi meus pais.
O olhar de Hayden pareceu ficar ainda mais suave, porém, com uma ponta de compreensão mesmo antes de ela começar a contar o que lhe acontecera.
— Eu era muito nova. Não lembro bem quantos anos eu tinha, mas me lembro do ataque. Do grito expandindo pelo castelo. — Ela encarou a mesa.— Me lembro de estar assustada, mas com coragem o suficiente para verificar o que aconteceu. O grito tinha vindo do quarto de meus pais, que era em frente ao meu. Quando cheguei lá duas aias do castelo estavam lá, aos prantos. Mesmo sendo nova eu sabia o que causava lágrimas. Se não era alegria, era luto.
Cada palavra que saia da boca da princesa arranhava o coração do príncipe de uma forma dolorosa. Ele conseguia sentir a dor em sua fala, em cada pronuncia havia luto na voz da princesa.
— E naquele momento, mesmo tão nova, eu entendi, apenas de ver o sangue pingar da cama. Meu pai e minha mão estavam deitados, tronco para cima e um rasgo enorme na barriga deles. — Faith olhou para o teto, tentando fazendo com que as lágrimas não caíssem.— Eu não sei o que aconteceu. Mas quando vi, as aias já haviam saído do aposento e eu estava cercada por fogo. Tão quente e libertador, meu choro, minha raiva, meu pesar estava misturado entre as chamas e eu não tive medo de me queimar.
Hayden apenas continuou a encarando enquanto ela abaixava a cabeça novamente e olhava para ele, com os olhos lacrimejados.
— Hoje eu entendo. Eu cremei meus pais e transformei o quanto em cinzas.
— Sinto muito.
— Tudo bem. — disse ela, passando o dedo indicador direito abaixo dos olhos e secando as lágrimas que caíram.— Cada um lida com a perda de um jeito.
— Não apenas por isso.
Ela franziu a testa.
— Venho sendo um perfeito idiota com todos.
— Fato. — ela sorriu fraco.
— Gostaria de tentar. Tentar ser realmente seu amigo. Você não é tão mimada quanto eu achei. — e lá estava aquele sorriso travesso de volta aos lábios de Hayden.
— Podemos ver se funciona. Você até sabe ser gentil quando quer.
— Eu sou um príncipe, sei como ser simpático quando quero.
— Pois deveria ser assim sempre, é bem menos irritante.
Hayden soltou uma risada baixa, porém verdadeira.
O silêncio perpetuou entre os dois por alguns minutos. Mas não era desconfortável, era exatamente o contrário.
Quando o príncipe pensou em falar algo, um dos guardas do castelo adentrou o cômodo e parou ao lado da mesa. Ele conhecia o soldado.
Os cabelos ruivos, os olhos como âmbar e a expressão fechada e, claro, o olhar de desgosto.
Antes que abrisse a boca para se pronunciar, Faith tomou-lhe à frente, o tom de voz claramente havia mudado bruscamente.
— Borte.
Ela cuspiu o nome como uma maldição.
Exatamente o que Hayden faria.
Aquele soldado vive lançando-lhe um olhar de desprezo e nojo. O que o homem tinha de bonito, tinha de babaca.
Hayden sabia que aquele olhar era por que ele e Faith eram humanos. Diferente de muitos ali, o soldado de cabelos ruivos, cujo nome o príncipe jamais se preocupou em saber, — mas que agora sabia graças à Faith — não era um grande apreciador dos humanos.
— Vossas majestades estão solicitando vocês. — A voz rouca era como o afiar de uma espada. Se o tom de sua voz fosse uma arma, já teria cortado a garganta do príncipe e da princesa.
— E antes que pergunte, princesa, — disse Borte, os olhos como labaredas acessas e revoltas.— Lugh está de vigia na torre norte. Somos Feéricos, sentimos o cheiro de desejo ao longe. Literalmente.
As bochechas de Faith imediatamente ficaram rubras e algo dentro do peito de Hayden se remexeu, desconfortável.
— Já terminou? — perguntou ela, em claro tom de indiferença.
Borte olhou de relance para Hayden e um sorriso fino e cruel se formou em seus lábios.
— Não. Ele pediu para dizer que o sentimento é mútuo, e que irá vê-la em seus aposentos mais tarde.
Faith ficou paralisada. Sua boca se abriu e nenhum som saiu.
Algo fez o peito de Hayden esquentar.
— Já deu seu recado, cara. — foi tudo que ele conseguiu dizer, as palavras saíram mais afiadas que adagas.
A princesa se recusou a olhar para ele, mas também não negou a possível visita do guarda que, de acordo com alguma burburinhos que ouviu pelos corredores do castelo, a havia humilhado.
Tão linda. Mas com um péssimo gosto para homens.
Borte não se deu ao trabalho de responder e saiu da biblioteca com um sorriso vitorioso no rosto.
— Vamos.
O príncipe se levantou de súbito e apenas escurou os passos da princesa atrás de si.
Ele não entendia por que estava com tanta raiva.
Não deveria se importar com aquilo. Com ela.
Pouco tempo atrás eles estavam à um passo de matarem um ao outro. Agora estava incomodado?
Devia estar louco.

***

Ao chegarem na sala, Ban, Nesryn e Merlin estavam lá.
— Por que nos chamaram até aqui?
Perguntou Hayden, cruzando os braços.
— Fiquei sabendo que vocês dois estavam na biblioteca, é bom ver que não estão mais trocando farpas. — disse Nesryn, com um leve sorriso no rosto.
— Declaramos trégua, por enquanto.
Faith disse e se sentou em umas das poltronas.
— Hayden. — a voz dela ressoou em seus ouvidos e ele virou o rosto em sua direção.
— Hm?
O olhar dela apontou para a poltrona ao seu lado.
O príncipe passou a mão na nuca e se sentou onde ela havia indicado.
— Então, por que nos chamaram? — Hayden repetiu a pergunta.
— Temos uma visita. Uma visita bastante importante.
— Quem?
Atrás de Merlin uma silhueta feminina emergiu das sombras. A capa prateada com detalhes em ouro cobria-lhe parcialmente o rosto.
— Essa é Nimuê, a Dama do Lago. — anunciou Merlin. — Já devem ter ouvido falar dela, principalmente você, Faith.
— Já, já sim. Li histórias sobre você, Nimuê.—- disse a princesa, com um largo e verdadeiro sorriso. — É um prazer a conhecer.
— O prazer é meu, princesa. Senti o nascimento de vocês há muito tempo atrás. Sabiam que vocês tem apenas um mês e poucos dias de diferença um do outro?
Hayden e Faith se entre olharam e negaram com a cabeça.
— Você, rapaz, nasceu depois. Regido por Escorpião enquanto a princesa é regida por Virgem. Não é atoa que ambos tem a personalidade forte.
Faith sorriu levemente.
— Mas, — continuou Nimuê.— infelizmente não estou aqui apenas para os conhecer. Trago uma profecia a vocês, que veio à mim poucos meses depois que nasceram.
— Apesar de ser a protetora de Avalon e guardiã do lago sagrado, Nimuê é abençoada com o dom da profecia. 
Dessa vez foi o rei quem se pronunciou.
— Não espero que estejam prontos para o que os espera. Mas acredito que irão estar preparados para enfrentar o mal que assola nosso mundo. Ela despertou, mas algo me diz que isso é apenas o começo.
— Também a conheceu, Nimuê? — Hayden ousou perguntar, mas não ousou pronunciar o nome da divindade obscura que espreitava.
— Infelizmente. Sou quase tão velha quanto esse idiota.— disse ela sorrindo e apontando com a cabeça para Merlin.
— Milênios se passam e você nunca deixa de me chamar assim. Eu era jovem, Nimuê. E inexperiente.
A dama do lago apenas olhou de canto de olho para Merlin, que também tinha um sorriso estampado no rosto.
— Estão prontos?
Perguntou a dama, dessa vez com a expressão séria.
Sem esperar uma resposta, os olhos da mulher de olhos prateados e cabelos tão negros quanto ônix levou as mãos para frente do corpo e fechou os olhos.
Um vento fantasma começou a circunda-la com um leve brilho branco. Quando seus olhos se abriram, estavam inteiramente luminosos. Uma luz branca que a deixava tão linda quanto apavorante.
Quando ela começou a falar, era como se sua voz tivesse se dividido e mudado o tom. A primeira, mais alta, era mais rouca que a voz natural da mulher, a segunda, que ecoava logo após a primeira era mais fina.
E então, os ouvidos de todos absorveram a profecia que traria os versos do destino.
—  Sobre o Herdeiro da Babilônia a desgraça cairá. A escuridão boas vindas dará. Enfrentarão dentes e garras sem recuar. Os olhos violeta a Morte temerá. — Nesse momento, Hayden olhou para Faith, cujos olhos ele sempre admirara. — A Fênix das cinzas vai retornar. Os Filhos da magia se unirão. E Juntos como um, sobre a morte enfim triunfarão. — Uma breve pausa. — Mas o desespero ainda irá perpetuar. E verão por fim que algo maior lhes será um tormento. Para apenas quando as terras vermelhas não mais estar. Verem as flores enfim, brotar.

Herdeiros das Cinzas (PAUSADO e em REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora