ʟᴏᴠᴇ ᴏɴ ᴛʜᴇ ʀᴏᴀᴅ • ʟᴀʀʀʏ

▸ rouen

Os suaves raios de sol matinais adentram o quarto e acariciam o rosto do mais velho, que abre os olhos lentamente e pisca algumas vezes até acostumar-se com a claridade que iluminava os corpos nus enrolados em lençóis. Louis não consegue conter um sorriso suave quando vislumbra o gracioso cacheado em seus braços, com os lábios rosados entreabertos enquanto ressona baixinho e com as madeixas cacheadas adornando seu rosto.

Era a visão para a qual ele gostaria de acordar todas as manhãs.

Ele deposita beijinhos desde o ombro do garoto até seu rosto, despertando-o desta forma carinhosa e recebendo um sorriso suave em resposta quando o rapaz ainda está abrindo os deslumbrantes olhos verdes – aquela cor tornara-se a predileta do menor, que as admira intensamente quando ele finalmente abre os olhos completamente, lutando contra a luz natural que adentrava o quarto para poder fitar o garoto. Os dois compartilham um selinho breve e o cacheado não se importa com o desconforto em sua bunda quando os dois tomam mais um banho juntos antes de arrumarem-se para mais uma tarde explorando a cidade do amor, mas primeiro o luxuoso café-da-manhã proporcionado pelo hotel.

Harry conseguia sentir seu coração acelerado a cada vez que olhava para o mais velho e estava deslumbrado pelo quão bom fora sua primeira vez, então explicava sobre os pontos turísticos que estavam visitando naquela última tarde na capital entre alguns suspiros e beijinhos que atiçavam as borboletas em seu estômago. Fora desta forma durante a tarde inteirinha, embora os dois retornem ao hotel ainda cedo para arrumarem suas malas e seguirem ao próximo destino da viagem que estava mudando suas vidas: Rouen.

Os últimos raios de sol já adornavam o céu quando eles finalmente fizeram check-out no hotel e levaram as bagagens ao conversível azul que lhes acompanharia naquela viagem intermunicipal que levaria cerca de duas horas. O cacheado encontra uma boa rádio que tocava alguma espécie de folk francês e eles partem rumo à próxima cidade do roteiro enquanto o mais jovem dá as informações necessárias que tanto agradavam ao menor:

- Rouen entrou para a história por ser o local onde Joana d'Arc foi queimada viva, então é visitada por muitos turistas interessados em história, mas também é conhecida como berço para o Impressionismo – ele explica o que havia anotado em tópicos em seu caderninho de viagem, recebendo sempre atenção do mais velho.

- Deve ser horrível ser queimado vivo – é o comentário que Louis faz, pois realmente não gostava de imaginar a situação para nenhum ser vivo e porque não sabia exatamente o que falar sobre a história de alguém que ouvira apenas brevemente pelos cantos.

- Não é exatamente a situação ideal para ninguém – um sorrisinho divertido surge em seu rosto ao observar o rapaz, que parecia adorável com aquele comentário bobinho.

- O que exatamente aconteceu com ela? – o mais velho pergunta, desviando o olhar num instante para o cacheado antes de voltar a cuidar a estrada pouco movimentada, já estava anoitecendo e as nuvens fofinhas davam lugar ao céu escuro.

- Ela foi uma figura decisiva para a vitória francesa na Guerra dos Cem Anos e então foi entregue aos ingleses por medo de uma revolta camponesa, ela foi considerada bruxa e foi queimada viva em praça pública aos dezenove anos. – ele explica, olhando para a paisagem com interesse por passarem próximos a um vilarejo iluminado. – E, curiosamente, ela foi canonizada uns quatrocentos anos depois.

- Hipocrisia do caralho – ele revira os olhos perfeitamente azuis e o outro apenas concorda com a cabeça, achando fofo o sotaque do garoto ao falar aquilo.

Eles chegam à cidade um pouco após o tempo esperado, mas ainda encontram alguns minutinhos para visitarem brevemente a Catedral de Rouen, pois apenas observariam a arquitetura do prédio erguido no século doze e podiam fazer isso à noite, pois a catedral, considerada a mais alta do país, ficava iluminada durante a noite para a alegria dos turistas, pois as luzes pareciam destacar sua beleza.