▸ prólogo

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Louis tinha certeza absoluta de que não conseguiria fechar aquela maldita mala direito, mas ainda assim não tinha a mínima disposição necessária para arrumar suas roupas e alguns calçados devidamente como sua mãe havia tentado ensiná-lo inúmeras vezes. Uma pontada de arrependido por não ter prestado tanta atenção nesses momentos o consome por um breve momento, mas ele espanta aqueles pensamentos de sua mente e concentra-se em sentar em cima da mala caríssima e apertar um pouco as laterais até conseguir fechar o zíper que a manteria devidamente fechada.

Aquela viagem não fora programa e ele sabia que deveria pensar bem antes de tomar uma decisão que mudaria a sua vida, mas o impulso de fugir daquela selva de concreto o fez arrumar as malas em menos de uma hora. Estava decidido a fugir daquela vida cinzenta que levava nem que fosse por um mísero mês, mas seria o mês que o salvaria das trevas interiores que pareciam querer devorá-lo vivo.

Ele dá uma última olhada no apartamento em que vivia sozinho, suspirando antes de trancar a porta e arrastar a mala até o elevador. Aproveitando a espera para enviar uma simples mensagem de texto para a sua secretária com o pedido que ela desmarcasse todos os seus compromissos naquele mês – certamente seus sócios conseguiriam sobreviver sem ele.

O porteiro de seu prédio deseja-o uma boa viagem e ele agradece educadamente, não encontrando problemas para conseguir um táxi na movimentada Nova Iorque e dando como destino o aeroporto de LaGuardia. O trajeto demora pouco mais do que o tempo estimado, mas ainda assim ele chega ao aeroporto com um bom tempo de vantagem que usa para comprar a sua passagem de última hora e fazer os procedimentos de despachar a bagagem e check-in, que terminam no exato momento em que passam a chamar o seu voo.

Seu assento ficava próximo à janela e, quando o avião decolou após alguns minutos de atraso, ele percebeu que não havia mais volta.

Louis sabia que aquela súbita decisão mudaria a sua vida para sempre e que deveria ter pensado mais antes de decidir atravessar o oceano para outro continente, mas agora, ao observar o infinito azul do mar, tinha a esperança de que conseguiria renovar sua felicidade naquela viagem e que aquele seria um recomeço para ele. Então apenas sorriu pequeno ao plugar seus fones de ouvido e encostou tranquilamente a cabeça no assento confortável da primeira classe. Apenas esperava que tudo desse certo para ele.

Mal sabia que não era o único a iniciar uma aventura naquele dia, pois, em algum lugar da Inglaterra, um jovem usava todo seu dinheiro de anos de trabalho humilde em uma padaria para finalmente alcançar a esperada liberdade e realizar o sonho que tinha desde criança de viajar pelo continente.

Aquele garoto com sonhos grandes e um coração maior ainda mal conseguia esperar para iniciar aquela jornada que mudaria sua vida, estava com suas roupas e sapatos bem alinhados na mala que pertencera a sua irmã e com os cachos bagunçados pelo vento ao chegar ao aeroporto que o levaria a sua maior aventura. Ele mordisca os lábios rosados em excitação ao seguir com tudo certinho para o guichê em que despacharia sua mala, embora levasse as coisas mais importantes consigo na bagagem de mão.

A primeira chamada de seu voo o faz levantar e ir para a pequena fila que se formava, havia comprado aquela passagem há meses para economizar e sentia a ansiedade o consumir quando entregou o bilhete ao funcionário da companhia aérea:

- Boa viagem, senhor Styles – o rapaz dá um sorriso simpático e ele assente com a cabeça ao pegar novamente sua passagem.

- Obrigado – Harry agradece educadamente e segue até o avião, aquela seria a sua primeira vez e ele não poderia estar mais nervoso, mas ainda assim estava ridiculamente feliz por ter conseguido o lugar na janela.

Suas mãos tremem ao que o avião decola alguns minutos depois e ele arregala os olhos num tom bonito de verde ao perceber o chão se tornando cada vez mais distante, mas sua fascinação apenas aumenta ao que o avião passa a sobrevoar o oceano. Neste momento ele liga sua câmera semi profissional que mantinha em seu colo e tira a primeira fotografia da viagem de modo a mostrar parcialmente a asa do avião.

Aquela era apenas a primeira de diversas outras que viriam e ele solta um suspiro satisfeito com esse pensamento, guardando-a com cuidado e fazendo uma oração silenciosa para que aquela viagem fosse tão boa quanto imaginara diversas vezes.

Ele apenas não imaginara que teria muito mais do que o planejado, com muitas aventuras e com vistas de tirar o fôlego em todas as cidades de que visitaria no próximo mês. Mas ainda assim tinha certeza de que seria memorável.  




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ʟᴏᴠᴇ ᴏɴ ᴛʜᴇ ʀᴏᴀᴅ • ʟᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora