Capítulo 21

1.5K 146 51
                                    

Acordo um pouco mais tarde do que já estou acostumada. Hoje é o último dia do ano e eu estou de folga. Finalmente! Vou para a cozinha e percebo que ninguém acordou ainda. São sete e meia ainda.

Kirsty virá aqui para passar o Ano Novo conosco. Ela virá com Kyle – que agora já é um adolescente de quase dez anos –, Bruce – o seu marido – e a mais nova integrante da família, a pequena Angelique de três anos. Eu irei buscá-los no aeroporto daqui uma hora.

Depois que eu me mudei para este apartamento e a mamãe decidiu vir comigo, Kirsty decidiu se mudar para Manchester com sua família.

Preparo o café da manhã e vou acordar Nick e minha mãe para que eles comam. Depois de ter comido eu vou me arrumar.

Eu estou os esperando perto do portão de desembarque. Logo consigo avistá-los. Vou até eles.

— Alexis! Meu Deus, quanto tempo! – Kirsty foi a primeira a vir ao meu encontro. — Você está tão adulta, ursinho! – Ela bagunça o meu cabelo.

Há tempos eu não a escuto me chamando de ursinho, um apelido que me foi dado quando eu tinha cerca de três anos. Eu sou apaixonada por ursos. Naquela época eu até tinha algumas calcinhas com desenhos de urso. O Toby, um enorme urso pardo com um lindo laço amarelo em seu pescoço. Ele era lindo! O papai que havia me dado Toby. Nós fomos em um parque de diversões e, pode-se dizer que, foi amor a primeira vista! Assim que eu vi o Toby, na prateleira todo embrulhado por um plástico transparente eu o quis. O papai se comprometeu a ganhá-lo para mim. Depois de mais de dez tentativas, ele finalmente conseguiu cinquenta pontos no jogo.

Como o Toby era muito grande eu não conseguia nem movê-lo sem ter que arrastar ele pelo chão enquanto puxava o seu braço. Meus pais e Kirsty choravam de rir ao me ver arrastando o urso pela casa.

— Tia Lexi! – Kyle veio até mim, eu lhe dou um abraço apertado.

— Kyle, você está enorme!

— Sim, eu já sou um homem agora tia. Igual ao papai! – Ele olhou para o seu pai.

Me dirijo até Bruce que está com a pequena Angie em seu colo. Ela é muito linda! Seu cabelo cacheado é castanho, meio caramelado. Os seus olhos são a perfeita junção do azul dos olhos de Kirsty com o tom avelã dos olhos de Bruce.

— Ela é muito linda! Mais linda do que nas fotos. – Eu faço cócegas em sua barriga e ela solta uma risada gostosa de se ouvir.

— Onde está o Nick? – Kyle aparentava estar ansioso para ver o primo.

— Ele está no apartamento. Vamos?

Fomos até o estacionamento. Coloco as malas no porta-malas e tiro de lá a cadeirinha — que o Nick usava quando ainda era bem pequeno — para Angie se sentar.

Em nosso trajeto passávamos perto do Palácio de Westminster onde ocorrerá, nesta noite, o Baile Real. Em frente à ele é possível ver muitos paparazzis aguardando o início da festa. Muitos deles estão ali desde cedo só para verem se conseguem alguma foto da realeza. Também é possível ver dois carros das duas emissoras mais famosas de todo o país.

Um tempo depois de chegar em casa, minha mãe me entrega uma lista de coisas para comprar no mercado antes que ele feche. Nick e Kyle vão comigo.

Chego no mercado e ainda falta cerca de trinta minutos para que ele feche. Os meninos me ajudam a fazer a compra. Vamos para o corredor dos temperos e especiarias para pegar pimenta.

— Mamãe?

— Sim, Nick?

— Eu e o Kyle podemos pegar chocolate?

Eu estreito os olhos por um momento.

— Vão rápido, eu estou indo atrás de vocês. Só vou procurar a pimenta.

Assim que acho a pimenta, confirmo a quantidade que eu tenho que levar na lista em meu celular. Pego dois pacotes da pimenta em flocos e os coloco no carrinho. Sigo até o corredor onde os meninos estão. Assim que chego me deparo com Nicholas conversando animadamente com um homem alto de cabelo castanho claro, enquanto isso, Kyle estava escolhendo qual barra de chocolate iria levar.

Quem é esse homem?

Sinto um calafrio que me faz arrepiar toda.

Empurro o carrinho e vou até eles.

— Nick, quem...

— Ah, mamãe! Esse é o tio Andrew!

Eu congelo.

Não, não, não...

Isso não... pode ser...

— Você se lembra de quando eu falei que um moço tinha ajudado o tio Taylor?

Eu apenas balaço a cabeça, afirmando. Nenhuma palavra saia da minha boca, eu tentava dizer algo, mas nada saía.

Ele se vira.

— Olá! — Ele sorri.

É ele, sem sombra de dúvidas! Eu reconheceria aquele sorriso e aquelas covinhas em qualquer lugar...

Algo não está certo.

A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora