Capítulo 16

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No hospital, eu fico na sala de espera com Nicholas até que o seu pai chegue. Nós ficamos brincando e conversando durante quase uma hora até que o pequeno caísse em um sono profundo em meu colo.

Logo o homem chega.

- Muito obrigado por cuidar dele! - Ele agradece sinceramente.

Com todo o cuidado do mundo, me levanto e entrego Nicholas para o homem.

- Não foi nada. - Dou um sorriso. - Ele é uma criança muito esperta. Vocês têm sorte de tê-lo.

- Sim, nós temos. - Ele sorriu enquanto olhava para o filho em seus braços.

- Bom, eu vou indo. - Levanto a mão para acenar.

- E, mais uma vez, muito obrigado... - Deixou a frase no ar e entendi que ele queria que eu dissesse o meu nome.

- Andrew.

Ele arregalou os olhos, como se tivesse visto uma assombração ou algo semelhante. Durante um tempo me estudou curioso. Eu virei de costas e segui até a porta.

Quando chego na recepção do hospital logo tenho a ideia de perguntar como a mulher está. Chego perto do grande balcão onde quatro recepcionistas atendem.

- Olá, boa noite senhor! - A loira alta disse.

- Boa noite! Eu gostaria de saber sobre uma mulher que deu entrada há cerca de uma hora. Ela estava desacordada e usava um vestido vermelho. É porque eu ajudei a trazer o filho dela e fiquei preocupado.

- Ah, sim. Eu me lembro do senhor entrando com o Nicholas. A Doutora Cooper está bem agora, felizmente!

- Isso é ótimo! Obrigado!

- Por nada!

Quando me viro para sair, vejo que uma mulher me encara curiosa. Ela aparenta estar na casa dos sessenta anos. Os seus olhos são azuis. Seus cabelos estão em contraste entre o castanho escuro e os fios cinzas.

Quebro o nosso estranho contrato visual e saio do hospital à procura de um táxi.

Alguns minutos depois, eu ainda me encontrava tentando pegar um táxi.

Mais um tempo se passa e eu finalmente consigo chamar a atenção de algum taxista. Eu abro a porta traseira e entro.

Acho que me saí bem!

Ainda mais que eu nunca havia pego um táxi em toda a minha vida. Eu só "soube" como chamar um táxi quanto eu tinha cerca de 15 anos e estava vendo um filme e, em uma cena, uma mulher chamava o táxi. É claro que foi difícil colocar em prática, mas eu pelo menos consegui.

O motorista está, aparentemente, na casa dos cinquenta anos. Alguns cabelos grisalhos aparecem em meio aos fios negros. Posso notar, também, que ele tem traços orientais.

- Palácio de Kensington, por favor. - Digo assim que me acomodo no banco de trás.

As ruas estavam pouco movimentadas. A maioria dos comércios já estavam fechados, apenas alguns bares, restaurantes e lanchonetes estavam abertos. Enquanto atravessamos a cidade, eu me permito observar os enfeites de Natal espalhados por todos os lugares. Em um prédio havia um grande telão que mostrava uma bela árvore de Natal. Em uma avenida todas as árvores tiveram os seus troncos enfeitados com pisca-piscas que refletiam uma luz amarelada. Em um prédio enorme, todo coberto de vidros azuis, haviam umas coisas que pareciam flashes de câmeras. É algo muito legal! Eu nunca vi isso em toda a minha vida!

Meus pensamentos se voltam para a "Doutora Cooper", como a recepcionista havia a chamado.

Por que algo me diz com tanta certeza que ela é a minha Luna?

Além do mais, a minha Luna com certeza está nos Estados Unidos agora... Quero dizer, pelo menos antes ela estava. Eu agora não tenho certeza de mais nada.

O carro para diante o portão, eu entrego o dinheiro para o taxista e saio do carro.

- Senhor! - Ele me chama. Me viro para trás. - O seu troco! - Ele saiu do carro com o dinheiro na mão.

- Não precisa, pode ficar.

- Tem certeza? É muito dinheiro! - Ele arregalou os olhos assustado.

- Sim, tenho certeza.

- Muito obrigado! - Ele agradeceu e voltou para dentro do carro.

Me identifico para o porteiro do palácio, ele abre os portões e entro.

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Esse capítulo é o último onde teremos a narração do Andrew.

A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora