A Força do Amor

Capítulo 35

— Anthony e Mark saíram, e eu não os segui. Eu não vi algo que estava ali, bem debaixo do meu nariz. Um estrondo enorme atingiu o lugar onde estávamos. Vários homens armados da cabeça os pés entraram ali e começaram a atirar para todos os lados. Isso tudo fazia parte de um plano perfeitamente orquestrado. Eles entravam na festa, matavam algumas pessoas aleatórias. Para que ninguém desconfiasse de que, na verdade, o alvo era uma única pessoa. Anthony. Eu finalmente consigo encontrá-lo e, como eu já esperava, ele não estava sozinho. Com ele estava o Mark. O mesmo Mark que durante meses fingiu ser nosso amigo. Eu atirei nele, mas antes de cair desacordado no chão ele conseguiu atirar no Anthony. Ele foi atingido no tórax, bem no coração. Por um milagre ele conseguiu sobreviver, mas entrou em coma. Eu não estava bem, eu precisava de ajuda. Voltei para minha casa. Algum tempo depois eu descobri a gravidez. Luna... Esse nome é familiar? Era esse o nome que eu estava usando durante a missão. Mas a história não acaba por aí...

Eu respiro fundo para poder continuar.

— Eu encontrava-me com quase 5 meses de gravidez, finalmente pude descobrir o sexo. Minha barriga estava enorme. Minha mãe e minha irmã me acompanharam na consulta. Quando saímos do consultório u fui para o banheiro e elas foram me esperar na recepção. Uma grande surpresa me aguardava. No momento em que eu estava prestes a sair do banheiro uma pessoa apareceu e ameaçou à mim e ao meu filho. Eu não podia entrar em contato com o Anthony. Ele não poderia nem sonhar que nos tínhamos um filho. E como se não bastasse, essa pessoa me agrediu, com certeza queria fazer com que eu perdesse o bebê. Eu quase sofri um aborto espontâneo, mas por sorte o Nicholas conseguiu sobreviver. Eu não contei para ninguém o que aconteceu dentro daquele banheiro. Eu queria proteger o meu bebê, não queria arriscar a sua vida. E essa pessoa é o avô do Nicholas, Andrew. O seu pai.

— Meu p-pai?

Eu fico em sua frente. Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Me desculpe por ter escondido isso tudo de você...

— Alexis, eu... Merda. – Ele estava tentando segurar a lágrimas.

Após um tempo ele acabou cedendo. Seus olhos já estavam vermelhos. Eu não sabia o que fazer.

— Mamãe, eu fiz um boneco de neve! – Nicholas gritou.

O pequeno vem correndo em nossa direção, mas para assim que vê o estado de Andrew. E vem até nós andando

— Mamãe, por que o tio tá chorando? – Ele parou entre mim e o seu pai.

— Nick, eu...

Inesperadamente, Andrew se ajoelha sobre toda aquela neve, puxa o nosso filho para perto e o abraça fortemente. Este momento durou alguns minutos. Andrew não parou de chorar um segundo sequer. Após se recompor, ele finalmente fala algo.

— Eu não acredito... Eu não acredito que o meu pai fez isso com você. Eu... Alexis, me desculpa por isso.

— Nick, meu bem, o que você acha de voltar a brincar? Daqui a pouco eu vou lá com você para fazermos mais bonecos.

— Tá bom, mãe. – Ele voltou para onde estava antes.

— Ei! – Eu coloco as minhas mãos em seu rosto. — Não precisa se preocupar com isso, já passou. O Nicholas está bem, e é isso o que importa.

— Não Alexis, eu tenho que me preocupar sim! Meu pai é tão cruel por ter feito tudo isso! Ele tinha a intenção de matar de matar o nosso filho. Ele e minha mãe mentiram para mim durante todos esses anos. Eles me privaram de ter uma vida ao lado de vocês.

— Andrew, não faça isso. Não são apenas eles os culpados, eu também tenho uma parcela de culpa nisso. Eu voltei para casa, te deixei. Mesmo que o seu pai tenha me ameaçado, foi uma escolha minha não ir te procurar.

— Você escolheu proteger o Nicholas, Alexis. Você fez o certo. Eles que erraram, principalmente o meu pai. Se não fosse por toda essas coisas, nós ainda estaríamos juntos com o nosso filho... – Sussurou a última frase, como se fosse um pensamento que acabou saindo sem querer. Mas eu escutei perfeitamente.

O silêncio se instalou entre nós. O único que eu escutava era a risada do nosso filho enquanto brincava de fazer anjo na neve.