Capítulo 23

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Andrew

Ajeito a gravata borboleta me olhando no espelho. Ao terminar, acerto o meu terno e dou uma última conferida em meu cabelo. A festa já começou há um tempo. Eu não gosto muito desses tipos de festas, elas são tão chatas e monótonas. São sempre a mesma coisa.

Quando ainda era uma criança, eu fugia do salão de festas e ia para o estábulo. Se tinha um lugar naquele castelo que eu amava, esse lugar era o estábulo. Eu ficava por horas conversando com o Halley, o meu pai me deu ele no meu aniversário de quinze anos. Halley é um mustangue muito robusto, seus pelos são tão brancos quanto papel. Ele é um cavalo muito rápido, forte e resistente, além de ser muito corajoso. No início foi um pouco difícil a adaptação dele no castelo, o temperamento dele não era um dos melhores. Mas com o tempo eu consegui estabelecer um vínculo com ele e, digamos que, somos grandes amigos agora.

Algo que eu odeio nessas festas é ter que sair dando sorrisos falsos e ficar conversando com todas as pessoas. Essas festas estão mais para um funeral do que uma festa mesmo.

Houve uma vez que um rei, amigo do meu pai, nos convidou para um baile em comemoração ao primeiro aniversário do seu segundo filho. Eu fiquei indignado. O país estava passando por uma grande crise e o que o monarca estava fazendo? Dando uma festa é claro! Eles estavam lá, fingindo que tudo estava bem, só que na realidade, nada estava bem. As pessoas passavam fome, frio, pessoas morriam. Até alguns anos atrás aquele país ainda era uma monarquia absoluta, mas o povo cansou e o país se tornou uma monarquia parlamentarista, assim como o Reino Unido.

Saio dos meus aposentos e sigo até o salão de festas principal.

— Feliz Ano Novo, Andrew! – Ahh, essa não!

— O mesmo para você, Charlotte. – Me limito a dizer apenas isso. E continuo andando.

Charlotte é filha de um conde que é amigo do meu pai. O que ela tem de beleza, ele tem de ser chata. Desde que ela chegou aqui no castelo fica me perseguindo por todos os cantos. Tenho até medo de acordar e me encontrar com essa garota me encarando. Nos conhecemos desde que éramos crianças, éramos inseparáveis. Mas, ela foi para longe estudar moda e voltou desse jeito, toda doida.

Charlotte agarra o meu braço direito e me acompanha. Eu respiro fundo.

— Vamos juntos? – Ela indaga.

Eu apenas faço que sim com a cabeça, tudo o que eu menos quero é me estressar.

Quando chegamos na mesa eu cumprimento os seus pais e me sento ao lado da minha mãe. Charlotte não perdeu a chance e se sentou ao meu lado. Ela ainda estava agarrada ao meu braço.

Respira. Um. Dois. Três...

Meus pais, o conde e a condessa enganaram uma conversa animada.

— Não é, Andrew? – Acordo dos meus pensamentos ao escutar meu pai falando o meu nome.

— Oi? O quê?

— A Charlotte não é uma garota encantadora? – Meu pai indagou.

Eu encaro meu pai enquanto tento entender o que ele está querendo com isso. Decifrar o rei é o mesmo que tentar resolver um cubo mágico: quase impossível.

— Sim...

— Sabe Andrew. – O pai da Charlotte, George, se pronuncia. — Eu e seu pai estávamos pensando em algumas coisas e... – A partir daí eu não presto atenção em mais nada. Aonde eles querem chegar com isso?

Eu apenas saio do meu transe quando o escuto dizer a coisa mais doida e absurda que poderia ouvir em toda a minha vida:

— Você está quase se tornando um rei é, com isso, você precisa de uma rainha ao seu lado, para que te apoie e te ajude. Você e Charlotte irão se casar. Isso trará benefícios, tanto para vocês quanto para nós.

Não acredito que em pleno século XXI eu estou escutando isso! Um casamento arranjado? Não mesmo!

— Não.

— Não? – O meu pai estava surpreso.

— Não. Eu não vou me casar com a Charlotte, eu não a amo! – Eu estou prestes a soltar fogo pelas ventas.

— Mas querido, não tem importância se você não a ama agora. Creio que após o casamento você passe a amá-la. – Foi a vez da condessa falar.

— Eu não amo a Charlotte e nunca vou amá-la! Será que é tão difícil de entender isso? – Não consegui me segurar, eu explodi.

Algumas pessoas que estavam em mesas próximas à nossa nos olhavam curiosas. Olho para o meu lado e vejo que Charlotte está chorando.

Isso Andrew! Olha o que você fez!

Ela se levanta rapidamente e sai correndo do salão. Eu a sigo, preciso explicar para ela.

Charlotte entrou em uma sala e eu, logo em seguida, entrei também.

— Charlotte... – Ela se assustou pois não sabia que eu havia a seguido.

— Vai embora Andrew! – Ela estava de costas para mim.

— Me desculpe... Eu não queria ter dito daquela maneira... – Eu me aproximo dela.

— É verdade, Andrew? – Ela fala entre soluços. — Você não me ama?

— Charlotte... Eu... Não, eu não te amo.

— Por quê? Eu me esforcei para fazer com que você gostasse de mim. Como você não me ama?

— Tem coisas na vida que não podem ser forçadas, o amor é uma dessas coisas. Por isso é impossível que eu possa corresponder. O amor é espontâneo, ele aparece na sua porta quando você menos espera e entra sem pedir licença. Não é forçando duas peças a se encaixarem que uma hora ou outra elas vão se encaixar. Você não pode fazer alguém te amar Charlotte. Você não pode moldar ou forçar o amor pois ele é algo natural.

Enquanto eu falava foi impossível não me lembrar dos poucos momentos que tive com a minha Luna. É incrível que mesmo depois de todos esses anos  ela ainda continue em minha mente. É como se a cada dia que se passa eu a amo mais e mais!

Sim!

Eu a amo, e muito!

— Você já ama a outra pessoa, não é? — Charlotte se vira e ficamos frente a frente.

— Sim.

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Me desculpem pela demora de sempre! Eu não estava conseguindo escrever por falta de tempo e também estava sofrendo de um enorme bloqueio. Mas agora eu voltei! 🙌🏻🙌🏻🙌🏻😂🎊🎉

Eu queria saber da opinião de vocês sobre a história, se têm algo a elogiar ou críticas – desde que sejam críticas construtivas – eu aceito tudo, blz?

Um beijão😘💋
Vejo vocês semana que vem!

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A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora