Capítulo 22

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Durante anos eu imaginava em como seria o meu reencontro com Andrew, eu imaginei todas as perguntas que ele me faria, imaginei também que ele ficaria com raiva por eu ter sumido e nunca ter falado com ele sobre o Nick. Eu acho que nunca eu iria imaginar este estranho encontro de agora. É como se ele não me conhecesse. O normal seria que neste momento ele me olhasse com uma cara feia e jogasse um tanto de perguntas em mim, mas não. Eu simplesmente não consigo entender...

— Oi... — Eu ainda estou tentando entender o que está acontecendo.

— Mamãe, o tio Andrew fala um pouco engraçado não é? Ele me disse no restaurante que ele não é daqui e sim de um país que eu não lembro o nome... — Nick faz uma cara pensativa enquanto coça a cabeça.

— Marlenout. – Disse Andrew.

É ele mesmo, se existisse algum resquício de dúvida ele se foi, neste exato momento.

— Mamãe?

— É bom... Vamos embora? A vovó está nos esperando. — Eu meio que acordo dos meus pensamentos.

— Tchau tio! — Nick diz acenando animadamente.

— Tchau! – Andrew faz o mesmo que Nick.

Sigo com os meninos até o caixa e solto o ar que eu prendia sem ao menos perceber. Meu coração bate rapidamente, como se eu tivesse corrido uma maratona de cinco quilômetros.

Quando chego em casa, deixo as compras na cozinha e subo para o meu quarto. Eu preciso pensar. Me deito na cama.

— AAHHH! – Grito com a boca no travesseiro para abafar o barulho. — QUE DROGA!

Durante quase uma hora eu tento procurar uma explicação plausível para o que aconteceu, mas nada... Isso está me matando. Por que ele não surtou? Por que ele agiu tão calmo, como se não me conhecesse? Isso me deixa tão intrigada que estou a ponto de surtar com isso.

Me levanto da cama e vou até a cozinha.

— Eu vou sair um pouco, volto em alguns minutos. – Aviso para a minha mãe é lhe dou um beijo na bochecha.

Ela me encara totalmente confusa.

— É o Andrew...

— A-Andrew? O quê? Mas... — Eu a interrompo.

— Ele está aqui, em Londres.

— Você o viu?

— Sim, no mercado. E ainda tem mais... Ele e o Nick se conhecem.

— Como ele reagiu? – Minha mãe parou de lavar as vasilhas e se senta em um banco.

— Ele meio que não reagiu, e isso que me deixa completamente intrigada. – Eu me sento também. — Mãe, ele agiu tão calmo, como se nunca tivéssemos nos visto em toda a nossa vida!

Minha mãe me encarava totalmente chocada.

— Eu vou ao Hyde Park, preciso de ar fresco, preciso pensar.

— Tudo bem, só não demore muito, certo? – Ela me puxa para um abraço tranquilizante e da um beijo em minha testa.

— Sim. – Sorrio sem mostrar os dentes.

Saio da cozinha, pego um casaco e saio do apartamento.

Já no parque, eu me contendo em andar apenas, já que está nevando um pouco e os bancos estão cheios de neve. Fecho os olhos por um instante.

O que está acontecendo?

Um turbilhão de sensações estão aqui, comigo, juntamente com as várias perguntas que apenas poderiam ser respondidas por ele.

Por que ele tinha que aparecer e virar a minha vida de pernas para o ar? Meu Deus, me ajude, por favor...

Passo a minha mão coberta pela luva em meu rosto para tirar alguns flocos de neve que se acomodaram lá. Respiro fundo. Desisto de continuar andando, está muito frio. Puxo a touca do casaco para cobrir mais um pouco do meu rosto. Dou meia volta e acabo me esbarrando em alguém que estava logo atrás de mim.

— Droga... – Preguejo em um sussurro. — É... me desculpe! – Minhas mãos estão no peitoral dessa pessoa. E, pelas suas roupas, posso deduzir que seja um homem. Ele estava usando um casaco sobre um terno preto.

Levanto o rosto em direção à pessoa. Mesmo com a pouca iluminação eu pude ver o seu rosto.

— A-Andrew?

A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora