A Força do Amor

Capítulo 26

— Você vai contar para ele, sobre o Nicholas?

— Eu...– Parei um pouco. — Eu não sei. Por hora, eu vou me preocupar apenas em cuidar dele. Depois eu vejo o que faço.

Sigo para o meu quarto com o cobertor na mão. Ele era bem felpudo do jeito que ele gosta, isso se o seu gosto não tiver mudado. Abro a porta do quarto e o encontro ainda sentado na cama.

Eu desdobro o cobertor e o coloco sobre Andrew.

— Obrigado, Alexis! – Ele sorri.

Eu me sento na beira da cama, perto de suas pernas.

— Não foi nada. – Retribuo o sorriso. — Bom, você está com fome? Eu posso trazer algo para que poessa comer.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não estou com fome. – Ele solta uma pequena risada e eu o acompanho.

— Certo! Vou trazer alguns biscoitos de gengibre, isso se o Nicholas já não tiver comido todos eles. – Eu rio.

— Ele gosta muito de biscoitos de gengibre?

— Ele não gosta, ele ama! Acho que se ele tivesse que comer apenas uma única coisa para sempre seriam biscoitos de gengibre. Durante a minha gravidez por várias vezes eu tive vontade de comer biscoitos de gengibre, cheguei até a achar que ele iria odiar esses biscoitos. – Percebo que acabei falando demais. — Eu volto logo.

Me levanto da cama rapidamente. Quando estou prestes a sair do quarto, Andrew me chama.

— Sim? – Eu me viro para encará-lo.

— Posso te perguntar uma coisa?

E foi nesse momento em que eu fiquei totalmente sem ar. Eu parei de respirar por alguns segundos.

Tenho medo do que pode vir a seguir.

— Sim... – Engulo a seco.

— Nós nos conhecemos?

O mundo ao meu redor parou e todo o meu sangue congelou.

Merda!

Merda!

Merda!

Calma, respira! Você vai apenas dizer não e sair, ok?

Tento abrir a boca para falar algo mas nada sai.

Escuto alguns passos vindo em direção ao quarto.

— Alexis, o Taylor está lá embaixo.

Salva pelo gongo!

Eu desço quase que correndo para a sala. Taylor foi a minha salvação. Quando chego perto dos sofás eu o vejo. Ele vem até o meu encontro e me abraça forte.

— Essa animação toda é por minha causa? – Ele indaga rindo. Você não imagina o quanto estou feliz por você ter aparecido aqui, neste momento!

— Você vai acabar me matando por asfixia! – Eu brinco.

Mesmo depois de tudo o que ocorreu, creio que ele entendeu que eu apenas o vejo como um amigo, nada além disso.

— A que devo a honra de sua ilustre presença em minha humilde residência?

— Sinceramente? Eu não sei! – Ele bagunça os cabelos enquanto ri. — Eu estava passando por aqui e quis vir dar uma passada.

— Vamos na cozinha. – Eu pego em sua mão e o levo para o cômodo. — Eu tenho que pegar umas coisas lá.

Quando adentramos no cômodo eu logo procuro os biscoitos de gengibre. Pego uma tigela grande e despejo uma grande quantidade lá. Preparo um pouco de chocolate quente para que Andrew possa tomá-lo enquanto come os biscoitos. Chocolate quente é o melhor acompanhamento quando se trata de biscoitos de gengibre. Coloco tudo em uma bandeja.

– Vamos lá para cima.

— Para quem é isso tudo? – Taylor pergunta enquanto subimos as escadas.

— Digamos que eu tenho um convidado. A história é muito longa.

Entramos no meu quarto e vejo que Nicholas está conversando animadamente com Andrew. Quando eles notam a nossa presença param de conversar.

— Tio! – Nicholas grita animadamente por ver Taylor e corre em sua direção. Em seguida ele o abraça.

Andrew se ajeita na cama e me encara. Com certeza ele ainda quer que eu responda aquela sua pergunta. Vou até ele é coloco a bandeja no criado ao lado da cama.

Taylor chega perto de nós.

— E aí! – Taylor o cumprimenta. Eu encaro os dois curiosa. Eles se conhecem?

— Vocês se conhecem? – Questiono totalmente confusa.

— Sim. – Os dois respondem ao mesmo tempo.

— Lembra daquele dia no restaurante? – Taylor questiona.

— Sim.

— Ele me ajudou depois que você desmaiou. Ele cuidou do Nicholas.

Arregalo os olhos assustada.

Céus! Como esse mundo é tão pequeno, não? Eu pensando que nunca o veria e, bem, ele está agora na minha casa.

Logo me recomponho.

Andrew não falou muito durante a visita do Taylor, apenas respondia o necessário. Ele nos observava enquanto conversávamos.

— Ele não mora aqui? – Andrew perguntou assim que eu entrei no quarto após levar Taylor na porta. Segundo o mesmo, ele ainda teria que voltar para o hospital.

— Quem?

— Taylor.

— Não, não vejo um motivo para que ele more aqui sendo que ele tem a sua própria casa. – Eu rio um pouco do que ele disse.

— Mas, vocês não estão juntos? Digo, ele é o pai do Nicholas, não?

Você é o pai do Nicholas!

E foi aí que eu não aguentei e comecei a rir. Andrew tinha o semblante confuso.

— Acho que você não está bem! De onde tirou isso? Eu e Taylor somos amigos, apenas.

Ele encarou a parede à sua frente pensativo.

— Me desculpe, eu realmente achei que... – Ele não terminou de dizer, talvez não tenha encontrado as palavras. Ele estava totalmente constrangido.