Capítulo 40

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Diferente da monarquia britânica, os protocolos de Marlenout são bem mais flexíveis e menos rigorosos. Por mais que eu não tenha sangue real, eu posso me tornar uma princesa ou uma rainha, assim como uma mulher de sangue real.

A coroação do Andrew ocorreu há dois dias, ele assumiu o lugar de seu pai e se tornou o Rei de Marlenout.

Quando nos casarmos eu vou me tornar uma princesa. O título de rainha ainda é da Rainha Elisabeth, a não ser que ela abdique ao trono ou, em outros casos, venha a óbito.

Eu estava em um quarto do outro lado do castelo — bem longe do Andrew — me arrumando para o casamento. Estou acordada desde cedo. Eram ainda quase cinco horas da manhã quando quatro pessoas se encontravam na porta do meu quarto, para começaram a me arrumar. O sol não havia nem aparecido ainda.

Resmungando, eu abri a porta para que entrassem.

O café da manhã foi-me servido no quarto mesmo. Assim que terminei de comer, fui levada para outro quarto, onde eu iria me arrumar. O quarto onde eu estava antes era enorme, mas esse é quase duas vezes maior que ele.

Foram horas e horas para fazerem a minha maquiagem e arrumarem o meu cabelo. Minhas unhas não foram pintadas, apenas lixadas e eles passaram apenas uma base transparente. Pelo que eu soube, isso é um costume da família real.

Como os meus ombros, quadris e busto são quase da mesma medida e minha cintura é fina, foi decidido que o melhor modelo de vestido que se adequa ao meu tipo de corpo, seria o de princesa. Esse modelo marca bem a cintura. O decote dele era redondo, algo simples. No busto, ele possui alguns detalhes. Já a saia, é bem volumosa e ampla.
O tecido da saia é um pouco transparente — quase imperceptível —, delicado e leve.

Após colocar o espartilho, duas das três mulheres me ajudam a colocar o saiote de quatro arcos. E, por fim, eu visto o vestido.

O casamento será ao meio dia. Olho para um relógio de parede que está em cima do espelho.

Minha ansiedade se multiplica, por saber que agora falta apenas uma hora. Assim que acabaram de me arrumar, o homem e as três mulheres me deixam sozinha, dizendo que voltariam em quarenta minutos para ajeitar os últimos detalhes.

Aimee — que havia me ajudado a me arrumar no dia em que Andrew me levou para conhecer a cidade — entra no quarto alguns minutos depois.

— Senhorita, logo o seu lanche vai chegar.

— Aimee, eu já disse que a senhora pode me chamar pelo meu nome. – Eu sorrio para ela.

— Certo. – Ela confirma sorrindo.

Eu, por não conseguir ficar quieta por um segundo se quer, fico andando por todo o quarto, de um lado para o outro.

— Está tudo bem, Alexis? – Ela se preocupa.

— Sim, eu acho... Eu só estou um pouco ansiosa.

— Pouco? – Aimee ri.

— Aimee! Isso não tem graça! – Eu rio também.

Ela se dirige até um telefone que está sobre uma mesinha em um canto do quarto.

— Por favor, peça para Eloise trazer um pouco de chá de valeriana junto com o lanche a Senhorita Alexis. – Ela faz uma pequena pausa. — Ok, obrigada!

Ela volta o telefone para onde estava.

— O chá de valeriana vai te acalmar.

Não demorou muito para que o meu lanche chegasse. Como não havia comido quase nada no café da manhã, eu estava morrendo de fome agora. Meus olhos até brilharam quando me deparei com um bolo de chocolate, totalmente recheado de ganache e com calda de morango. Antes que eu comesse, Aimee pegou um pano que parecia um avental e o colocou em mim, para evitar que o vestido sujasse.

Depois que eu terminei de comer, Aimee foi levar toda a prataria para a cozinha e eu fiquei sozinha mais uma vez. Agora faltavam quarenta minutos.

Pela janela, pude ver que lá fora, o sol brilhava intensamente. É verão e as estações daqui são bem definidas. Alguns raios solares ultrapassam a janela. Sinto um pouco do calor do sol em minhas mãos.

Eu estava tão distraída olhando pela janela do quarto que nem cheguei a perceber que alguém tinha entrado no quarto, a minha mãe. Eu só percebi a sua presença quando ela se pôs ao meu lado.

— Você está tão linda, meu bebê! – Minha mãe diz emocionada. Ela está quase chorando.

— Mãe, não chora, por favor! – Estou desde cedo tentando não chorar, ao pensar que o grande dia chegou.

Eu viro o meu corpo em sua direção e a abraço fortemente.

— Me desculpa... Meu Deus! Minha filhinha vai se casar! – Ela disse enquanto olhava para o teto, tentando conter as lágrimas que queriam sair. — Acho que a ficha caiu agora! – Comentou rindo.

— Se a senhora chorar, eu vou acabar chorando também!

— Ok, ok! Eu não vou chorar!

Minha mãe respira fundo.

— Eu não consigo! – Ela riu e eu acabei rindo também. – Alexis, eu me lembro de quando você ainda era bem pequena e dizia só iria se casar com um príncipe, acho que você ficou muito viciada em assistir desanimados com príncipes e princesas. Mas, olha só para você agora. Parece que sempre esteve certa, talvez lá no fundo você já soubesse o que o destino já tinha lhe reservado! Você não vai se casar apenas com um príncipe, você vai se casar com um rei! A minha princesinha agora vai se tornar uma princesa de verdade! – As lágrimas já desciam pelo seu rosto.

— Mãe... – Meus olhos começam a arder.

— Tá, eu entendi! – Ela me abraçou. – Sabe que você sempre será o meu bebê, não é?

— Sim, eu sei...

Três leves batidas na porta. Eu e minha mãe nos separamos, ela foi atender. Eu vou até o espelho para conferir se a minha maquiagem ainda estava intacta.

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Confesso que não estou nem um pouco preparada para o fim desse livro!
Mas, eu tenho uma boa notícia! estou pensando no próximo livro. O nome dele é Heartbeat e está disponível no meu perfil. Nos próximos capítulos eu vou dar mais detalhes.

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A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora