A Força do Amor

Capítulo 30

Eu tento o levantar do chão e fazer com que ele volte para a cama, mas eu não consigo. Eu não tenho força o suficiente para isso.

Que merda!

Andrew murmura algumas palavras, mas eu não consigo entender ao certo o que ele dizia. Logo depois, ele desmaia. A porta do meu quarto é aberta pela minha irmã.

— Meu Deus! O que aconteceu?

— Eu não sei direito. Em um momento ele estava bem, mas no outro... – Meu nariz começou a arder, já avisando que em breve eu iria chorar.

Kirsty logo se prontifica a me ajudar.

— Eu não sei o que fazer, Kirsty... – Eu me derramou em lágrimas.

Ela coloca suas mãos em meus ombros e me olha.

— Calma, você precisa se acalmar.

Eu respiro profundamente tentando me acalmar. Andrew se mexe na cama e eu logo vou até ele. Lentamente, ele abre os olhos.

— Alexis?

Você quase me matou do coração!

Eu o abraço fortemente.

— Você me deu um enorme susto...

Um pouco relutante, eu deixo de abraçá-lo e me afasto percebendo que estávamos próximos demais.

— Eu vou trazer algo para que ele coma. – Kirsty avisou, antes de sair do quarto.

— Depois que você comer, eu irei levá-lo ao hospital. – Eu vou até o armário e tiro de lá uma calça de moletom, uma blusa de frio e um casaco. – Você tem que se consultar com um neurologista urgentemente para descobrir o que está acontendo com você.

Antes mesmo que Andrew pudesse falar algo eu entro no banheiro para tomar um banho rápido. Quando saio, Andrew está sentado na cama com uma bandeja sobre o seu colo, nela haviam torradas com geleia de morango e uma xícara de chá preto com um pouco de leite. O cheiro do chá estava por todo o quarto.

Pego um par de botas pretas forradas e as calço, após já ter colocado as meias.

— Não é necessário. – Diz Andrew.

Eu o olho confusa.

— O hospital, não é necessário.

— Como não? Andrew, você não está nada bem. É necessário sim!

— Não é necessário, Alexis. Nenhum médico vai conseguir me ajudar.

— Como assim? – Eu me aproximo da cama.

— Eu não sei explicar direito, mas eu não consigo me lembrar de nada que aconteceu cerca de seis anos atrás. O único que eu me lembro é de embarcar para os Estados Unidos e depois acordar em um quarto de hospital.

Meu coração começou a disparar.

Então ele realmente não se lembra de nada...

— Desde então eu tenho feito muitos tratamentos com vários médicos, mas nada adianta. Nem mesmo os remédios. Essas fortes dores de cabeça não eram tão frequentes assim, na verdade, raramente elas apareciam. Mas nessas últimas duas semanas elas começaram a vir com frequência, quase todos os dias.

— Você se lembrou de alguma coisa? – Eu mordo o lábio inferior em estado de nervosismo.

— Não muito, apenas alguns fragmentos, coisas sem nexo.

Será que ele pode estar sofrendo gatilhos, por termos nos reencontrado?

— Ah, sim...

— Eu tenho que voltar, meus pais devem estar preocupados comigo. Para eles eu iria apenas dar uma saída e voltaria logo, então...

Ele terminou de comer a última torrada e deu um último gole do chá. Retirou a bandeja de sua perna e se levantou.

— Onde eu posso deixar?

— Pode deixar aqui, daqui a pouco eu levo para a cozinha. – Eu pego a bandeja das suas mãos.

Sinto uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo quando nossas mãos se encostaram.

Não consigo me mexer, eu estava em transe.

É como se as coisas ao nosso redor estivessem desaparecendo e apenas eu e ele continuássemos ali, conectados.

Ele me olha fixamente e eu faço o mesmo.

Quando consigo tomar o controle do meu corpo, eu desvio o meu olhar rapidamente para baixo.

Me afasto e deixo a bandeja sobre a minha escrivaninha.

Andrew pega o seu terno e vai até o banheiro para vesti-lo.

Aproveito isso para levar a bandeja para a cozinha. Pego algumas torradas e sigo para o quarto enquanto como elas.

Quando volto para o quarto Andrew já havia trocado de roupa e estava calçando seus sapatos.

Pego o seu casaco no cabideiro, ao lado do guarda-roupa, e o entrego para Andrew que o pega sem vesti-lo. Apanho o meu casaco e seguimos até o andar de baixo.

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O próximo capítulo sai ainda hoje!