Capítulo 19

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— Doutora Cooper! Doutora Cooper! – Uma enfermeira entra na sala de descanso. Eu abro os meus olhos e me sento no colchão.

Estou muito cansada.

Não durmo direito faz um bom tempo, cinco dias para ser mais exata. Isso não quer dizer que eu não esteja tendo tempo para dormir, pelo contrário, eu estou tendo tempo de sobra. Em minha mente, tantos pensamentos me pertubam até mesmo na hora de dormir. Eu não paro de pensar em Andrew. É como se aquele dia em que eu vi Elisabeth serviu como gatilho para que tudo viesse à tona.

— Sim?

— Preciso que me acompanhe, temos um paciente em estado grave que logo chegará! – Ela está ofegante, provavelmente veio correndo.

Coloco os pés para fora da cama, calço o par de tênis e saio da sala apressadamente.

— O que aconteceu? – Pergunto para a enfermeira.

— Um homem de 25 anos. A irmã dele o trouxe até aqui. Os sintomas são: febre alta (acima de quarenta graus), fraqueza muscular, dores locais (nas articulações e no abdômen), ele também está um tanto confuso e a dor de cabeça está forte. – Ela dizia enquanto corremos.

Quando chegamos na entrada de emergência, que fica na lateral do hospital, vejo cinco paramédicos trazendo um homem, que está tendo um colapso nervoso, em uma maca.

— É ele! – A enfermeira vai até eles e eu a sigo.

O homem está com a blusa cheia de sangue, então, por precaução, eu decido usar luvas para examinar ele. Tiro um par de luvas de látex do bolso do jaleco.

Eu me aproximo da maca já parada.

— Qual é o nome dele? – Indago.

— Isaac Williams. – Me responde um dos paramédicos.

— Isaac, você consegue me ouvir?

Ele tenta dizer algo mas nada sai.

— De onde veio todo esse sangue? – Indago intrigada. A blusa dele que era branca está quase toda coberta de sangue.

— Ele vomitou muito sangue e também, no caminho até aqui, o sangue começou a sair pelo nariz também. – Diz um dos paramédicos.

— Enfermeira... – Eu olho em seu crachá o seu nome. — Clark. Precisamos levá-lo agora. Temos que descobrir o que tem logo!

A enfermeira Clark se dirige até o homem.

— Não! Não toque nele! Não sabemos o que ele tem.

Eu chamo mais um enfermeiro par ajudar a enfermeira Clark a levar o homem. Eu tiro as luvas, as jogo no lixo e pego meu celular no bolso do jaleco. Busco o contato do Taylor e início uma chamada.

— Alexis, aconteceu algo?

— Sim, temos um paciente em estado grave.

— Acidente?

— Não, acho que, talvez seja pior do que isso! Eu acho que ele contraiu um vírus.

— Um vírus? Qual?

— Pelos sintomas, me parece que é Ebola! Nós precisamos do soro.

— Tudo bem, eu vou ver o que eu faço.

Eu guardo o celular no bolso. Antes que eu pudesse ir para onde estão levando o paciente, escuto uma gritaria. Vou até o local de onde vem os gritos e vejo uma mulher, aparentemente ela tem quase trinta anos. Ela estava tentando entrar na ala de emergência.

— Onde ele está? – Ela gritava enquanto dois enfermeiros a seguravam tentando contê-la. — O meu irmão... onde ele está?

— Senhora... – Eu chamo a sua atenção. — Ela fica quieta e, com isso, os enfermeiros a seguram pelos braços, um de cada lado. — Por favor, contenha-se, você está em um hospital. O que está acontecendo?

— Meu irmão... sangrando... – Ela estava confusa e não conseguia formular uma frase coerente.

— Podem soltá-la. – Eles soltam ela. — Obrigada! – Sorrio para eles.

— Por nada Doutora. – Um deles disse antes que eles saíssem de perto.

Eu olho para a mulher. A sua blusa está cheia de sangue.

— O seu irmão é o homem que acabou de entrar?

— S-sim... – Acena com a cabeça
positivamente.

— Esse sangue, é dele? – Aponto para sua blusa.

Ela olha para sua blusa e me responde.

— Sim.

Merda! Ela pode estar infectada!

Eu chamo uma enfermeira que passava por nós. Assim que ela chega por perto eu cochicho em seu ouvido:

— Ela possivelmente está infectada com Ebola, preciso que providencie alguns exames e uma quarentena, caso ela esteja realmente infectada.

— Sim, doutora! Senhora, por favor me acompanhe.

— O que está acontecendo? Doutora, por favor, me conte... – Ela avança até mim, mas eu logo me afasto mantendo certe distância dela.

— Peço que vá com a enfermeira, ela vai cuidar de você! Não se preocupe, tudo vai ficar bem. – Bom, nem eu tenho tanta certeza sobre isso.

Ela me olha durante alguns segundos, sem reação alguma.

— O que o meu irmão tem? Doutora, por favor cuide do meu irmão... Não deixe ele morrer, por favor... – Com a ajuda de outra enfermeira, ela é levada.

— Eu vou dar o meu melhor, eu prometo!

A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora