Capítulo 31

1.2K 122 45
                                    

Quando chegamos na porta – após eu avisar para minha mãe que iria levar o Andrew embora – ele logo me para.

— Eu posso ir sozinho.

— Não pode não. Eu não sou nem um pouco louca de deixar com que você ande por aí sozinho! Você pode passar mal e... – Paro de falar quando o vejo sorrindo para mim.

— Não precisa se preocupar, eu estou bem agora.

— Sem chance, eu vou com você e ponto final.

Quando saímos do prédio sinto o vento frio bater em meu rosto.

Caminhamos lentamente. Talvez até lento demais.

Possivelmente eu não tenha vontade de deixá-lo ir.

Talvez eu não queira que isso acabe e, por isso, tenha insistido tanto em acompanhá-lo.

Durante todo o caminho – que poderia ser feito em pouquíssimos minutos, mas durou muito mais do que isso – eu tentava falar com ele, mas sempre desistia.

Agora mais do que nunca eu queria parar de omitir as coisas dele. Eu queria lhe contar toda a verdade, sem omitir nada. Eu queria dizer que nunca deixei de amá-lo, nem por um milésimo de segundo sequer.

Mas, por qual motivo eu não consigo?

Medo?

Talvez.

Eu tenho pavor só de pensar no que o pai do Andrew poderia fazer para prejudicar o meu filho. Também temo que o Andrew reaja de forma negativa, mas esse seria o preço que eu teria que pagar por tudo, não é? Afinal, foi escolha minha voltar para a Inglaterra, foi escolha minha esconder a existencia do nosso filho.

Andrew para de andar repentinamente e se vira, o que me faz levar um leve susto por estar totalmente imersa em meus pensamentos.

— Bom, é aqui que me despeço. – Ele sorri. – Obrigado por ter cuidado muito bem de mim e por ter me ajudado, Alexis!

Eu fico toda boba o olhando sorrir.

— Por nada. – Eu sorrio em resposta.

Ele se aproxima de mim e me abraça pela cintura.

— Foi um prazer conhecê -la.

— Igualmente.

— Espero poder vê-la novamente. – Ele se afasta um pouco.

Eu também, eu também...

— É... tchau! – Ele acena antes de se virar e seguir o seu caminho.

Eu fico ali. Parada. Vendo-o se distanciar cada vez mais de mim. Em um ato de total loucura eu ando em sua direção e, logo, já estou correndo.

— Andrew!

No mesmo instante, ele para de andar e se vira lentamente.

Ele estava surpreso.

Paro em sua frente um pouco ofegante.

— Eu... – Começo a falar, mas sou interrompida pela sua aproximação.

Com apenas um passo, Andrew conseguiu se colocar há pouquíssimos centímetros de distância de mim. Minha respiração chegou a falhar.

— Eu não sinto muito...

— O quê? – Eu estava confusa.

Ele contornou suas mãos pelo meu rosto.

— Eu não sinto muito por ter te beijado.

Com a ponta da língua ele umideceu os seus lábios e chegou o seu rosto perto do meu, encostando sua testa na minha.

— Eu ainda tenho vontade de beijá-la. É como se voce fosse um imã e estivesse me puxando cada vez mais para perto.

Com isso, ele tomou os meu lábios em um beijo lento e profundo.

Eu me forço a sair das nuvens e voltar para a realidade. Com as mãos em seu tórax, eu o afasto de mim.

Eu estava decidida.

Finalmente iria contar tudo para ele.

— Andrew... Eu tenho que te contar uma coisa.

É agora ou nunca!

      

■■■■■
Os próximos dois capítulos, devem sair na semana que vem!
   

    
  

A Força do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora