Tons pastéis

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Isso é tudo, já estou indo!
Essa é a minha vida, nada é consagrado
Eu não me apaixono, eu apenas finjo
Pelo menos eu não estou tão triste como eu costumava ser













Emma






Tive duas consultas e nas duas foi difícil eu me expressar. O psicólogo, que prefere que o chame de Theo, porque seu nome é Theodore, foi bastante cuidadoso comigo, me perguntou muitas coisas e não me deixou desconfortável com as perguntas. No primeiro dia, foi estranho, mas eu consegui me abrir um pouco, ainda hesitando bastante. No segundo dia, já foi mais fácil em relação ao primeiro, eu cheguei a chorar contando algumas coisas que tinham acontecido. Foi difícil eu me abrir mais do que isso e de fato, ele falou bastante e me ajudou na hora de poder falar sobre mim. Não contei a ninguém, não quero que saibam que estou nesse ponto da minha vida.

Taehyung não para de me mandar mensagens, visto que hoje é dia dele dormir no alojamento. Sem ele por perto, resolvi chamar a Dahyun e a Candice para me fazerem companhia. A minha primeira opção era a Candy, mas não quero ter brecha para tocar naquele assunto, então, chamei a Dahyun, porque pode ajudar até elas se conhecerem melhor e a Dahyun nunca veio na minha casa. Talvez seja bom.

Ele: Eu sei que já foram 27 mensagens, mas preciso que você me responda. Azul ou preto para terminar A Recompensa?
Eu: Desculpa, Taehyung. Candice e Dahyun estão ocupando todo o meu tempo. Use azul, é melhor.
Ele: Obg, meu amor.

Mando um emoji de coração, desligo o celular e volto para a cozinha.

— Como está o bolo? — entro perguntando.

— Ainda não fizemos — Candice responde. — Dahyun não sabe escolher um sabor adequado e não quer o de limão. Fale para ela que o de limão é o melhor, Emma.

Vejo Dahyun evitando olhar para a Candy e falo.

— Qual o sabor que você escolheu, Dahyun?

Ela se vira para nós duas e responde.

— Floresta negra.

— Candice, floresta negra é bom, você gosta, nós já comemos juntas — falo e ela revira os olhos ao meu lado.

— Mas hoje eu não estou afim de comer, você sabe que eu gosto de limão, nós gostamos de limão — diz ela. Não posso acreditar que esteja excluindo a Dahyun.

— Você gosta de limão, Dahyun? — olho para ela.

— Não muito, mas talvez eu comece a gostar...

Candice interrompe e me encara.

— Viu? Vamos fazer de limão!

— Candice, vamos pela lógica, se a maioria gosta de floresta negra, vamos fazer esse — falo.

Ela bufa e eu posso senti-lá gritar por dentro. Dahyun, pelo contrário, parece muito mais animada.

— Então, eu posso fazer esse? — ela pergunta eu assinto.

— Pode sim.

Durante a preparação do bolo, pude ver a Candice implicando com o jeito que a Dahyun faz mais de mil vezes. Eu, particularmente, não gosto da forma como as coisas estão acontecendo essa noite, mas em respeito a Dahyun, vou tentar não levar em consideração as coisas que a Candy está falando. Quando eu falei sobre ela para o psicólogo, ele me disse que a melhor opção era nós duas sentarmos e conversamos sobre o que incomoda uma na outra e tentarmos não repetir ações que nos machucam novamente, mas não quero fazer isso agora, não na frente da Dahyun.

Pinte a sua dor | kth [CONCLUÍDA] Onde histórias criam vida. Descubra agora