Hospital I

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Então, uma noite, enquanto eu fechei os olhos
Eu vi uma sombra voando alto
Ela veio a mim com o sorriso mais doce
Me disse que ela queria conversar um pouco

Eu prometo que você nunca estará sozinha














Taehyung







Ao abrir os olhos, tenho de fechá-los imediatamente. Está tudo tão claro. Já fazem 14 horas desde que ela chegou no hospital e não recebemos nenhuma notícia. Tento dormir, mas não consigo. Fico alternando entre ficar com olhos abertos e depois fechando os mesmos para tentar pensar em outra coisa. Mas eu não penso.

— Taehyung? Você está bem?

Escuto a voz de Candice. Abro os olhos e vejo que ela está sentada ao meu lado. Estamos na recepção do hospital. Ela ainda está com o olho vermelho, deve ter chorado de novo. Candice não para de se culpar nem por um segundo. Tento me sentar para abraçá-la, mas o Jimin chega junto com a enfermeira.

— Ela precisa falar com vocês — ele diz. Me levanto e vou até ela. — Cara, você tem que dormir.

— Não consigo, fecho os olhos, mas não consigo.

Ela olha para nós três e vai para a escrivaninha onde está seu computador.

— Vocês são familiares dela?

Candice olha para mim e depois para a enfermeira.

— Mais ou menos. — mente ela.

— Somos amigos dela, a mãe não está na cidade agora — Jimin diz.

A enfermeira olha para Jimin e ergue o telefone.

— Os amigos estão aqui... Sim, senhora. —  ela desliga o telefone. — Venham comigo. — nós a seguimos e entramos num cômodo. — A médica vai vir falar com vocês assim que possível.

Desde que ela disse isso fico andando de um lado para o outro. Candice foi beber mais água, ela está bem nervosa. Quero deitar de novo e tentar dormir, mas sei que só vou ficar de olhos fechados e mais preocupado ainda.

Mais horas se passam sem nenhuma notícia. Não estou mais aguentando.

— Tenho que encontrar ela — digo.

Começo a sair do cômodo, mas Jimin me puxa.

— Só espere mais um instante, Taehyung. Eles podem precisar de você, a Emma não tem ninguém agora além da gente aqui. Espere mais um instante. O quê custa?

Volto a andar de um lado a outro, porque é tudo que posso fazer.

Quando a Candice chega na sala ela parece um pouco mais calma. Felizmente ela teve chance de dormir, pois o Jimin só a avisou de manhã. Jimin conseguiu dormir um pouco também, menos eu. Não suporto isso, quero saber onde está a Emma e se ela está bem.

Nunca fui religioso, quando ia em igrejas era só para acompanhar a minha avó. Não ter religião sempre pareceu a opção mais fácil e confortável para mim. Agora, eu não penso em nada além da minha necessidade em ver a Emma sorrindo de novo, então, qualquer ajuda é bem vinda. Se for para o bem, eu tentarei tudo.

Pinte a sua dor | kth [CONCLUÍDA] Onde histórias criam vida. Descubra agora