A música estava alta, tinha perdido as contas do quanto tinha bebido, mas não parava de me mexer, dançava loucamente no meio da sala de estar. As pessoas a minha volta pareciam se divertir também, dançando e gritando conforme a música tocava.
De repente sinto uma mão em minha cintura, me apertando, no começo a pegada foi suave, mas logo ela se intensifica. Sou puxada para trás, e me viro abruptamente, dando de cara com um par de olhos azul oceano tão intensos que pareciam me perfurar, eram os olhos do meu amigo Liam.
Mais do que depressa ele solta seu incrível sorriso de lado, e eu me derreto toda. Tão hipnotizada não consigo tirar os olhos dele. Sua mão encontra a minha me guiando para a saída, mas paro imediatamente.
Ele se vira para mim, e fala alto:
— Anda, Isa, vou te levar para casa.
— Não quero ir, Liam — minhas palavras saem emboladas. Sua expressão muda para uma de completa impaciência.
— Porra, Isa, é sempre assim, você bebe, fica doida e não quer ir para casa, isso quando não faz vexame, por que não faz como a Abbie e controle o tanto de bebidas que põe na boca?
Ri dele.
— Porque ao contrário de mim que ponho a boca na bebida a Abbie se preocupa em por a boca em outra boca — dou uma pausa. — Ou será que você prefere que eu siga esse exemplo dela?
Seu rosto cora violentamente, mas logo posso notar seu olhar furioso para mim.
— Só fica quieta e me segue.
— Não Liam, já disse, não vou ir agora — puxo minha mão com força fazendo ele soltá-la.
— Isa... — ele começa a dizer passando as mãos por entre os cabelos, logo fixando seu olhar sobre mim. — Já está tarde, amanhã temos aula logo cedo, por favor, deixa eu te levar para casa.
Bufo. Liam e seus argumentos convincentes. Sigo-o até o lado de fora. Quando saio uma lufada de ar frio me faz arrepiar. Automaticamente levo minhas mãos aos braços e solto um gemido. Os olhos preocupados de Liam me capturam e mais do que depressa ele retira sua jaqueta de couro e me oferece.
— Obrigada, Liam, mas não precisa.
— Claro que precisa você está tremendo.
Não falei mais nada pois ele já colocava a jaqueta em meus ombros. Fito seu rosto que esboçava um sorriso satisfeito.
— Pronto, agora vamos!
A picape que ele havia ganhado no último aniversário não estava muito longe. Ela se confundia com a noite por ser preta, mas logo a localizamos. Deslizei pelo banco do carona e suspirei após por o cinto de segurança.
— O que foi? — ele me olha preocupado.
— Acho que bebi demais — digo.
Minha cabeça doía e sentia uma ânsia de vomito. Ai meu Deus, não posso vomitar no carro de Liam. Minhas mãos se atrapalharam tentando tirar o cinto. Empurro a porta com força e saio correndo.
Vomito em um canteiro até minha garganta arder. Não me dou conta que Liam está do meu lado segurando meu cabelo.
— Ai, meu Deus, o que faço com você, Isa?! — ele ri debochado.
Me erguo. Recuperando a postura. Fecho os olhos tentando controlar uma tontura que me atinge. Mas não dá muito certo, então abro meus olhos, dando de cara com duas órbitas azuis cintilantes me observando.
— O que foi?
— Você está péssima. Tome — ele me estende um lenço. Que não sei da onde tirou.
— Obrigada — digo limpando minha boca —, depois te devolvo. — enfio o lenço no bolso da jaqueta.
— E agora, pronta para ir?
— Vamos embora — digo, e Liam me conduz até o carro.
Só via borões do lado de fora da janela. Liam dirigia tão rápido que era difícil identificar algo. E pra falar a verdade não estava interessada nisso.
Apoio minha cabeça no encosto do banco sentindo uma dor latejante na mesma. Solto um suspiro sofrido.
— Pronto, chegamos — o moreno parecendo cansado fala.
Olho para ele fitando seu rosto perfeito, mas ele não me olha, seus olhos estão fixos no volante.
— Obrigada por me trazer — Solto um bocejo -, não esquece de vir no meu aniversário, viu?
Começo a retirar o cinto e o olho mais uma vez esperando sua resposta.
— Não poderia faltar — seus olhos encontram os meus e eu podia jurar que eles estavam brilhando. Engulo em seco.
— Até amanhã, Liam — digo por fim e saio do carro.
Dou a volta na picape e sigo o caminho de cascalho até a varanda da minha casa. Olho para trás antes de abrir a porta, ele ainda estava lá. Aceno e o mesmo balança a mão para mim ligando o motor e partindo.
Entro em casa tirando meus sapatos, uma mão encostada na parede e outra lutando para desabotoar o salto. Que sacrifício. Quando termino subo as escadas à passos de tartaruga.
Ao chegar no meu quarto, jogo-me na cama me deliciando com sua maciez. Emito um gemido de prazer. Adoro minha cama.
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Talvez mais que Amigos
Teen FictionIsabella Hart e Liam Scott não eram só dois amigos, eram melhores amigos. Há quem pensasse que eles eram irmãos. O que não sabiam, era que no fundo, bem lá no fundo, não era isso o que imaginavam um do outro. O que sentiam ia além... E por medo de...