7. Breves explicações.

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Eva caminha lentamente até Nissen, sendo acompanhada pela letra envolvente que toca em seu fone de ouvidos. O corpo totalmente agasalhado por conta da roupa pesada, dificultando seu movimentar de quadris, pela batida animada da música.

A neve cai devagar, mudando a cor da touca de Eva, fazendo-a ficar esbranquiçada. Seu pés movem-se com dificuldade, chutando a neve que dificulta sua caminhada, com sua bota marrom comprida. Logo, o sol vai surgindo timidamente, aquecendo seu rosto pálido e, iluminado ainda mais seus olhos azuis cristal. A garoto enfia as mãos dentro do casado grosso, pegando uma bala esquecida a tempos ali. Ela desembala-a, levando o doce até a boca, deslizando-o para dentro.

O som estridente de uma buzina faz-a virar seu tronco, e ao descobrir quem era o dono delas, revira os olhos dramaticamente. Christoffer sai do carro, trava-o e corre em direção a Eva, que tenta acelerar seu passos, inutilmente.

— E aí, ruivinha — Ele cumprimenta, enfiando as mãos dentro do moletom preto, depois de ajeitar a alça da mochila em seu ombro.

— Você não tem noção do quanto eu sinto vontade de socar sua cara, toda vez que me chama assim — Eva rosna, brincando com o pedaço de plástico entre seus dedos.

— Eu sei, por isso te chamo assim — Chris ri, erguendo seu braço para envolvê-lo no pescoço de Eva. Todavia, ela empurra seu corpo e joga o plástico em seu rosto. — Não acordou bem hoje?

Ela ergue a sobrancelha ao olhá-lo.

— Acordei ótima, Christoffer — Ela abre um sorriso maldoso, aproximando-se da orelha dela, para sussurrar: — Sabe por que?

— Porque dormiu bem — Chris responde, caçoando da cara de Eva.

— Quem disse que eu dormi?

Christoffer para abruptamente, fazendo Eva bater contra seu ombro. Suas sobrancelhas finas se juntam, enquanto seus lábios entreabrem em incredulidade.

— Você está brincando? — Ele pergunta entredentes, cerrando o maxilar.

— Não, amor, estou falando sério. Por que? — Ela provoca, dando um passo a sua frente. Seus olhos ganhando um brilho pela diversão, em ver um Penetrator demonstrando ciúmes com tanta facilidade. — Ou melhor, qual é o problema em transar com um garoto loiro num bar?

— Em um bar? — Christoffer balança a cabeça em negação. — Você precisa mesmo abrir a perna em um bar, Eva. Pensei que fosse mais inteligente!

Ele sai pisando duro contra a neve, enquanto resmunga algo que Eva não é capaz de ouvir. Um sorriso vitorioso exala em seus lábios secos pelo tempo, logo, ela quem correu atrás dele, afim de provocá-lo mais.

— E eu me torno menos inteligente apenas por transar? — Ela pergunta fingindo um tom de voz ácido.

Christoffer aperta os lábios, fechando os olhos com força por conta da irritabilidade.

— Não, Eva. Eu só pensei que soubesse seu valor — Ele abre os olhos, dando um sorriso sem graça. — Você não foi feita para ser fodida em um bar imundo, rodeado de bêbados sem juízo.

— Não é o que você faz, Penetrator? — Eva ergue uma sobrancelha, soltando um riso pelo nariz pela ironia.

— Ao contrário desse seu "loiro", — Ele pronuncia a característica dele com desgosto. — Eu levo as garotas para um motel quando não tenho como chegar em casa. E nunca fiquei com ninguém bêbado, até porque é coisa de garotinhos emocionados.

Eva exprime os olhos, procurando pelo sarcasmo que teria em alguma das palavras, mas Chris parece estar sendo sincero. Com um suspiro derrotado, ela move os ombros, não dando o mínimo. Ou fingindo não dar.

Sem Saída ➸  skam [Concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora