Sem Saída ➸ skam [Concluida]

29. Um bom início.

 Eva manda uma mensagem a Noora, alguns minutos antes da aula iniciar, perguntando se ela está bem e o porquê de ter faltado a aula, já que são raros os dias em que Noora não vai a aula, por qualquer motivo que seja. Assim que a professora entra na sala, Eva guarda o celular dentro da mochila e retira o livro e o estojo para colocar em cima da mesa. A página do livro é escrita no quadro, Eva folheia o livro até encontrar e abre o caderno de biologia em seguida, para anotar as informações consideradas mais importantes por ela. 

Após escrever duas linhas, Eva passa a prestar atenção nos nomes que a professora chama para entregar os trabalhos. Quando ouve seu nome completo, se levanta e pega o trabalho para verificar a nota, Eva arregala os olhos em surpresa e comemora internamente para não chamar a atenção dos outros.

- Preciso contar a Christoffer! - Sussurra baixinho para si mesma. 

Após retornar a sua mesa e sentar na cadeira, Eva pega o celular discretamente da mochila e envia uma mensagem rápida a Christoffer, sem conseguir contar a emoção.

"Lembra aquele trabalho que fizemos? Adivinha a nota."

Eva não se surpreende pela mensagem vir poucos segundos depois, imagina que Christoffer ignora qualquer regra, apenas porque seu ego é enorme. 

"Confio no meu potencial, então dez?"

Eva ergue a cabeça para verificar se a professora está prestando a atenção, mas quando vê que ela está concentrada em corrigir os trabalhos e entrega-los, Eva volta a digitar uma resposta para Christoffer.

"Quase... nove e meio é bom para você?"

"Bom o suficiente para comemorarmos?"

Eva balança a cabeça dando uma risadinha, mas considera o convite, pois havia dito que tentaria uma amizade com Christoffer, não apenas por ele, mas para ficar mais confortável perto dele. Eva morde o lábio e digita uma resposta. 

"Bom o suficiente para te aturar por um tempinho".

"Sabia que você não resistiria ;)"

Eva começa a digitar quando a professora  a interrompe em alto e bom tom, mandando-a para direção por usar o celular em sala de aula, sendo proibido. Eva bloqueia o celular e engole em seco, envergonhada ela se levanta, coloca a mochila nas costas e segue frustada para a sala da diretora. No meio do caminho, coincidentemente acaba encontrando Christoffer no corredor. Eva abaixa a cabeça e tenta caminhar o mais rápido possível para despistar o garoto, pois é orgulhosa o suficiente para dizer que está indo a direção por causa dele.

- Eva? - Christoffer apressa os passos também e segura delicadamente o braço de Eva.

- Oi, Christoffer.

- Onde você está indo? - Pergunta ele, curioso.

Eva coça a nuca e procura por uma desculpa boa o suficiente para que ele acredite.

- No banheiro.

- O banheiro é para o outro lado - Diz, erguendo uma das sobrancelhas.

- Sim, mas estava ocupado e resolvi pedir para usar o da direção. - Inventa, enquanto olha para os lados torcendo para a professora demorar para aparecer e desmentir Eva.

- Todos? - Quando Eva assente, Christoffer encara a mochila em suas costas e aponta para ela. - Com a mochila?

- Ah, a mochila é...

Não! Não! Não! Implora Eva, quando ouve passos próximos a ela e Christoffer.

- Eva Mohn, vamos. Vou comunicar a diretora que infligiu as regras.

Christoffer olha para a Eva, depois para a professora e novamente para Eva. A professora caminha em direção a sala da diretora, diz algo rapidamente e volta para comunicar Eva para esperar pois tinha alguém na frente. Envergonhada, ela apenas concorda com a cabeça e senta nos bancos perto da sala. Antes que Christoffer pudesse dizer algo, a diretora chama ele e Eva agradece. Dez minutos depois, Christoffer sai da sala e a diretora olha para Eva seriamente.

- Pode ir para casa, Eva Mohn. Dessa vez vou deixar passar, a próxima será suspensão. Agradeça ao Schistad.

Eva encara Christoffer com as sobrancelhas juntas. 

- Não precisa agradecer, senhorita Mohn, não foi nenhum sacrifício - Christoffer diz irônico quando vê a reação de Eva.

- Como fez isso? - Eva pergunta, realmente curiosa com a facilidade dele de tirar ela da encrenca.

- Vantagens de ser rico. Foi fácil, mas acho bom tomar cuidado. - Aconselha, de inicio sua feição é séria, mas logo Christoffer abre um sorriso de lado. - Eu sei que é difícil resistir a mim, mas faça um sacrifício, ruivinha.

Eva revira os olhos e da um tapa de leve nos ombros de Christoffer, que abre um sorriso.

- Você é muito presunçoso, sabia?

- É só mais uma das minhas qualidade. - Christoffer dá de ombros, despreocupado. - Então, o que você acha de irmos comemorar em uma cafeteria aqui perto?

Eva ergue uma das sobrancelhas e cruza os braços. Desconfiada com o convite do garoto, Eva espera por alguma continuidade para desmentir o que acabou de dizer, mas nada. Então ela levanta as sobrancelhas e toca na testa dele, sem mais nem menos.

- O que foi? - Christoffer estranha a reação da garoto e olha assustado para ela.

- Estou só verificando a sua temperatura. Uma cafeteria não parece ser o tipo de lugar que um fuckboy de Nissen frequenta.

Christoffer balança a cabeça e solta uma risadinha, desacreditado nas falas de Eva. Então sorri e e se aproxima, para sussurrar no ouvido de Eva, apenas para provocá-la.

- Tudo tem uma primeira vez.

Eva morde o lábio e empurra o garoto de leva, forçando uma carranca, que logo se desfaz.

- Tudo bem, vamos.

Ambos seguiram juntos em direção a cafeteria, mesmo desacreditada Eva fica feliz em ter conseguido ficar um tempo com Christoffer sem odiá-lo, nem mesmo por ter ido a direção por sua causa. E torce para que a manhã termine tão tranquila como começou.