8. Péssimo começo.

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— Quais são suas exigências, amorzinho?

Chris pergunta, afastando-se de Eva ao notar sua expressão preocupada, pelo simples fato do garoto ainda estar abraçado nela. Olhares jorram fúria ao ser direcionados a ela e, os cochichos começam a surgir. Afinal, Eva e Chris estão juntos.

— Não podemos falar disso depois? — Eva aproxima sua boca do ouvido de Chris, para sussurrar.

— Você vai falar no meu ouvido como está fazendo agora? — Ele abre um sorriso maldoso, logo tornando a expressão séria. — Não, vamos falar disso agora.

— Suas garotas estão fazendo especulações sobre nós dois, Christoffer. — Eva resmunga, cruzando os braços.

—  Elas não são minhas garotas, Eva — Revira os olhos, envolvendo mais a garota em seus braços, abrindo um sorriso presunçoso. — E por que você me chama de Christoffer?

— Porque é seu nome — Ela move os ombros, não dando a mínima. — E sobre as exigências, são simples. Primeira; não vamos agir como casal fora da sua casa, ou seja lá onde for as reuniões.

— Precisamos criar algumas excessões dentro dessa regra. Como vou aguentar te ver desfilando pelos corredores, com essa bunda e não te agarrar?  — Um bico se faz em seus lábios, Eva ignora.

— É isso ou nada.

— Tudo bem — Ele concorda, por fim. — E a segunda?

— Olá, PChris — Uma garota do segundo ano faz questão de cumprimenta-lo, mexendo nos próprios fios escuros do cabelo, de forma patética.

— Hey, Jas. — Ele move a cabeça, sendo educado com a garota.

Ela aproxima-se com um sorriso nos lábios, indo em direção à orelha de Chris, para sussurrar algo. Pelo sorriso do fuckboy, Eva tem certeza que é algo ridiculamente malicioso.

Patéticos.

— Até depois, gatinha. — Christoffer diz, piscando com um olho para a outra, dando um tapa em sua bunda como despedida.

— Agora são três.

O quê? — Ele ergue uma das sobrancelhas, estranhando a mudança de Eva.

— Quando isso acabar, você vai esquecer minha existência e me deixar em paz, para sempre.

Christoffer pensa por alguns segundos, por fim sacudindo a cabeça: — Ok. Eu posso aceitar isso.

— Como se fosse difícil. — Eva revira os olhos, ridicularizando o falso apego do outro. — E a última, mas não menos importante, ninguém além de nós dois podemos saber disso. Mesmo assim não irá mais ficar com nenhuma garota de Nissen.

— Espera aí, deixa eu ver se entendi; Você não quer que ninguém saiba sobre a gente mas também quer que eu seja exclusivo a você. Não. Nem fodendo. Não dá.

— Não será por tanto tempo, certo? Você consegue aguentar até lá, Christoffer.

— Eva Mohn, você está prestes a me deixar em abstinência por um longo tempo, não tem dó de mim? — Christoffer pergunta, formando um bico.

— Quer mesmo a resposta? — Ela ergue uma das sobrancelhas.

— Melhor não.

Eva não percebe que já adentrou o colégio, envolvida nos braços de Christoffer. Ele, por sua vez, percebeu e tirou proveito disso.

– O que você acha de nós ficarmos juntos na hora do intervalo? – Christoffer convida, não apenas para distrai-la, mas porque realmente quer sua companhia.

– O que eu falei sobre ninguém sab- Eva se interrompe quando percebe, ela se afasta como se Christoffer fosse algo tóxico. – Por que não me avisou?

– E perder a oportunidade de ver Jonas se roendo? Jamais.

Eva segue o olhar desafiador de Christoffer e entra em pânico vendo Jonas os olhando com fúria. Seu estômago embrulha quando imagina as coisas que Jonas poderia estar pensando. Estar com Christoffer nesse momento, era um erro muito grande para ela.

– E eu que não te dou chance né, Eva. – Balança a cabeça, indignado quando os dois passam por ele e sua companheira. – Patético!

Eva abaixa a cabeça e segue em frente, sentindo pesar por ter cometido um grande erro e desperdiçado a chance de conseguir falar com Jonas. Christoffer era o grande culpado, afinal ele poderia ter dito.

Mas não disse.

– Eva... –  Christoffer chama, sua voz baixa e cautelosa, esperando que Eva não sinta mais raiva dele. Ingênuo.

– Você é um idiota! – Diz com os olhos marejados. – E ainda quer que eu seja amigável? Como você pode?! Eu te odeio, Christoffer.

– Eu sei... – Sussurrou prestes a sair. Mas então, ao invés de aceitar as críticas, prensa Eva em um dos pilares da escola. – Mas eu não. E eu vou fazer o possível pra conseguir te reconquistar. Nem que eu tenha que jogar baixo.

– É só assim que você sabe ter as pessoas por perto. Legítimo mimado.

Eva se soltou e deu as costas, enojada do Penetrator. Era por essas e outras que não conseguia suportar a presença do garoto por muito tempo.

Sem Saída ➸  skam [Concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora