25. Nem amigos.

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Eva não quer se render a Christoffer, mas suas pálpebras já não aguentam mais o peso e acabam se fechando automaticamente. Antes de adormecer, a última coisa que Eva presencia é Christoffer a olhar com tristeza e soltar um suspiro antes de tirar os saltos pesados dela.

Horas mais tarde, Eva abre os olhos lentamente, apesar do efeito do álcool ainda presente, suas pálpebras estão mais leves e seu corpo relaxado. Quando se remexe, Eva sente um braço embaixo do seu travesseiro, ela arregala os olhos antes de se virar e ver Christoffer. Por um segundo, Eva respira aliviada. Christoffer está deitado ao seu lado, com uma das mãos embaixo da sua própria cabeça e a outra na de Eva, as pernas encolhidas para não incomodar a garota. Apesar da feição serena, os lábios semiaberta, os cílios longos e descansados, a respiração calma e suave, ainda assim, era o fuckboy mais idiota de Nissen. Pelo menos para Eva.

Eva observa ao seu redor, tentando identificar onde tinha descansado. Percebe que está no quarto da dona da festa, quando vê ela sorridente em uma foto no porta-retrato de glitter azul. Eva procura embaixo dos travesseiros pelo celular, além de não saber há quanto tempo está ali, precisa comunicar a suas amigas que está bem.

Christoffer resmunga e puxa Eva para si, inconformado com a interrupção do seu sono. Eva tenta se desvencilhar devagar, sem nenhum movimento para não assustar a Christoffer. Mas, sem perceber, acaba roçando seu polegar no braço do garoto, o suficiente para fazê-lo acordar de imediato.

– Achei que você fosse dormir pelo menos umas duas horas. – Christoffer diz, sem esboçar nenhum deboche na voz. Os olhos dele se direcionam a onde Eva está movimentando suas mãos, eufórica e apressada. – O que você está procurando?

– A droga do meu celular! – Eva explica, frustada.

– Está comigo.

Eva olha em direção a Christoffer. O garoto completamente sonolento, a boca abrindo e fechando a cada minuto. Sem dizer nada, ele puxa Eva, fazendo-a cair próxima ao seu corpo. Eva ofega e tenta sair o mais rápido possível, entretanto Christoffer é mais rápido e envolve seu braço nas costas dela.

– Eu não posso perder essa oportunidade.

Christoffer encara os olhos de Eva e abre um sorriso genuíno nos lábios. Embora Eva ainda mantenha sua expressão de desdém, seu coração bate forte quando Christoffer toca delicadamente sua bochecha e afaga c carinho, fazendo Eva fechar os olhos e suspirar.

– Você não sabe o quanto eu espero por outro beijo seu, Eva. – Sussurra, roçando os lábios nós de Eva.

Eva abre os olhos e tenta ignorar o desejo crescente e irracional que aparece, de repete, de beijar Christoffer, mesmo sabendo das consequências e tudo que ela evitou por bastante tempo.

– Eu preciso achar meu celular. – Eva quebra a distância, leva sua cabeça para trás e continua procurando o celular com as mãos.

Christoffer segura os pulsos de Eva, para impedir que ela suma da sua vista como pretende, e num guro rápido, se põe em cima dela, com suas mãos prendendo suas braços acima da cabeça dela.

– Por que isso é tão difícil para você? – Pergunta ele, buscando as respostas através dos olhos de Eva, mas não expressam nada além de rancor e mágoa. – Eu já fiz bastante merda, mas porra, você é injusta comigo, Eva!

Eva solta uma risada incrédula.

– Eu sou injusta? Você não deveria aparecer na minha vida, com uma ameaça idiota e achar que está tudo bem entre nós, Christoffer!

Christoffer solta os pulsos de Eva e respira fundo. Seus olhos tentam encontrar qualquer lugar que não sejam a maldade que existe nos de Eva, é cruel demais para Christoffer. Ao contrário do que Eva pensa, ele não sai de cima do corpo magro dela, apenas fica ali, perdido nos seus próprios pensamentos.

– O que você quer de mim, Eva? – Sua voz sai desesperada, num sussurro.

– Distância.

Christoffer volta a encarar a íris claras de Eva, fica olhando como se fosse encontrar alguma resposta mais sentimental do que as palavras frias que ela dispara sempre que Christoffer tenta conversar.

– Você quer distância de mim ou das lembranças? – Murmura, num fiapo de voz. Eva vê a esperança contida nós olhos castanhos de Christoffer, embora tente, seus olhos não conseguem mais.pernamecer nos dele, então Eva desvia o olhar para a porta de madeira. – Você acha que eu gosto daquelas malditas lembranças? Eu odeio tanto essa merda quanto você!

Eva tenta respirar devagar, mas com as palavras ríspidas os olhos ríspidos de Christoffer é completamente difícil. Eva nunca ouviu o garoto falar com aquele tom. E isso fora o suficiente para ela sussurrar para ele se afastar.

– Só mais uma coisa... – Pede calmamente. Nesse momento a voz de Christoffer está suave, sem nenhuma alteração como a de segundos atrás. – Você algum dia será capaz de me perdoar?

Eva quer gritar que não e acabar com toda aquela melancolia, mas seu coração palpite freneticamente com quem diz que é a coisa errada. A cabeça de Eva começa a latejar como consequência da quantidade de álcool ingerido por ela, talvez, se não for apenas uma desculpa esfarrapada para não admitir que Christoffer saísse de cima do seu corpo, não sem um beijo.

É isso que Eva faz. Aproxima os lábios casualmente nós de Christoffer, apenas aprecioando o contato lente entre eles. Apesar da sensação de formigamento, Eva continua com a brincadeira de subir e descer o lábio do outro. Impaciente, Christoffer enfia uma das mãos atrás do cabelo de Eva, massageia próximo a seu couro cabelo e a encara com luxúria. Em menos de minutos, Eva toma os lábios de Christoffer com voracidade e deixa sua língua adentrar a boca dele e ambas as línguas tocarem uma na outra. O mínimo contato é o suficiente para Christoffer apertar os fios ruivas e acelerar o beijo de forma avassaladora.

Eva não sabe o que está fazendo, mas não pode negar que beijar Christoffer é incrivelmente bom, capaz de esvaziar qualquer sentimento ruim, controlar a fúria de Eva e mais do que isso, fazer ela imaginar, que no fundo, pode perdoar a Christoffer.

Concentrados, nenhum dos dois fora capazes de ouvir a porta sendo aberta por Abigail. A garota apenas observa a cena com desdém, coça a garganta e abre um sorriso debochado quando Eva empurra Christoffer e passa os dedos sobre os lábios, limpados-os.

– A festa já acabou, lindinhos. Hora de vazar.

Eva levanta apressada, assim como Christoffer, ambos seguem em direção a saída, mas antes de Eva dar as costas e ir embora, Christoffer devolve o celular dela e pergunta antes que ela saia.

– O que isso significou?

– Nada, Christoffer. Não somos nem amigos, entendeu? – Eva diz, furiosa. Além do rosto corado e sem efeito do álcool para poder culpar, o arrependimento de ter cedido.

Sem Saída ➸  skam [Concluida]Onde histórias criam vida. Descubra agora