12. Corre e espera

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🦄 Camila🦄

– Está alguém aí? – uma voz masculina pergunta enquanto gira a lanterna pelo campo. Eu olho para Charlie e ele parece alheio a como nós dois estamos, seus olhos estão distantes e silenciosos, atentos ao som do movimento do homem.

– Charlie, o que está a acontecer? – pergunto a sussurrar.

– O guarda! Não faz barulho. – ele sussurra de volta, mas eu não consigo me calar.

– Eu achei que você tivesse dito que não era proibido estar aqui.

– Eu não disse. Não respondi a pergunta para não ter que mentir.

– Por que você não me disse?

– Você teria vindo?

Reviro os olhos e me calo, viro a cabeça para o lado quando ele sorri em jeito de vitória. Ele é inacreditável.

– Ei! Está alguém ai? – A voz do guarda soa mais próxima do deck e Charlie praticamente se estende sobre mim por forma a estar mais para baixo e suas mãos apoiam seu corpo dos lados da minha cabeça, obrigando-me a lhe encarar, com nossos olhos de frente ele percebe a nossa situação. Minha mente se concentra novamente na posição sexual em que estamos e, tê-lo tão perto de mim, me olhando daquele jeito penetrante, sentindo o seu peito subir e descer sobre o meu e sua respiração embater no meu rosto, mexe completamente comigo. Seu rosto longo é tudo que vejo, vejo o piscar dos seus olhos em câmara lenta, eles são de um marom claro como mel, decoro cada traço de sua face, é um desenho perfeito. Eu me sinto enfeitiçada e não consigo mais controlar meus actos, meus dedos se guiam, hesitantes, e pousam no seu rosto, passeam pelos contornos dele bem devagar e param em sua boca.

Eu sinto sua respiração intensificar como a minha e seus olhos não desprendem dos meus. Sua mão deixa a função de apoio e vem ao meu rosto também, segue o percurso igual ao que fiz no dele e pára sobre os meus lábios. Ele está tão perto, e eu lhe quero tanto, não quero me abster disso, o que tenho a perder? Coloco minha mão na nuca dele e devagar puxo sua cabeça mais para baixo. Charlie não resiste, tira sua mão dos meus lábios e eu os abro ligeiramente para encaixar os seus que descem em sua direcção. Sinto-os encostar os meus com lentidão como se fosse um ensaio, são suaves e quentes, eu quero que continue assim, que me beijem com mansidão, devagar. Quero sentir cada arrepio que cresce em mim antes de mergulhar no fervor que meu corpo pede e então me fundir a ele e me deixar levar.

Mas não ebulimos. O beijo sequer passa de um encosto nos lábios. Quando estou pronta para reclamar os lábios dele, a luz do guarda foca em nós e interrompe o momento.

– Ei, vocês dois? O que estão aí a fazer? Pensam que isto é o prostíbulo da Amélia?

– Oh, merda! – Charlie maldiz – Vamos, agora. – ele diz enquanto me ajuda a levantar, pega minha mão e iniciamos a corrida pelo campo de flores. O guarda segue atrás gritando para pararmos enquanto nos chama vândalos, sodomitas e vários outros impropérios. Nós continuamos a correr, pisamos as flores e sequer temos espaço para perceber o estrago e lamentar. Meu pé engata em ramos de algumas ervas e caio, gemo de dor. Charlie pára para me ajudar a levantar.

– Camila, estás bem?

– Meu pé.

Ele abaixa-se por instito, mas está tão escuro que com certeza não vê nada. Eu piso no chão com o pé machucado e deposito meu peso sobre ele, a dor não é tão grande.

– Dói? Consegues andar? Correr?

– Acho que sim, não é grande coisa.

– Tens certeza?

Señorita (A sexy and Hot Shawmila fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora