28. Dois coelhinhos (parte 1)

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🦇Shawn🦇

Meu pai já esperava por mim quando chego ao seu escritório. Ele já sabia que eu ia para lá e o que eu queria saber. Aparentemente, Ally estava amarrada a algum tipo de juramento de nunca me contar o que sabia sobre a minha mãe e, ao quebra-lo, ela ligou imediatamente para o comandante do esquadrão para se confessar e alerta-lo. Forte tropa de mentirosos!

Ele sabe que o gatilho foi puxado, agora ele só tem que solta-lo e liberar a bala, mas se nega. Me enerva que esteja a procurar fugir da verdade, mas não me surpreende, ele fez isso a vida toda, só que hoje não vai dar certo, a verdade vai sair a qualquer custo.

- Eu tenho uma reunião importante agora, Shawn. Quando eu regressar, conversamos.

Eu seguro sua mão e paro sua fuga. Ele me encara, duro, e olha para a minha mão no seu antebraço, mas não recuo nem lhe largo.

- Eu disse agora, pai. O senhor vai me contar toda a verdade sobre a minha mãe agora. Chega de mentiras, estive vivendo sob elas a minha vida toda.

- Shawn, há certas coisas que são difíceis de fazer, especialmente quando elas podem mudar completamente o mundo de alguém que amamos.

-Chega! - eu rujo - Pára de fugir, não preciso que me proteja. Pode me proteger de tudo, mas não da verdade. Prefiro a dor da realidade à ilusão. Não quero caminhar de olhos encantados a ver maravilhas que não existem. Quero saber quem são de verdade as pessoas com quem vivo e onde vivo. Ally disse que minha mãe era doente. Que você teve razões suficientes para larga-la desde o princípio. Soou como se você fosse a vítima e minha mãe a vilã. De que ela estava a falar, pai? Diz-me!

Meu pai suspira e dá a volta a sua mesa, pára atrás de sua cadeira e me encara. Devo estar deplorável, a aflição em mim a transparecer em cada expressão do meu corpo. Eu estou sedento dessa história.

- Eu sempre tive medo deste dia. Deste momento, Shawn. Tive medo porque ele destrói toda a base de nossa relação, e... e apesar de nossos atritos, meu medo é perder até essa posição de inimigo e não haver sequer guerra entre nós. Tenho medo te ver afastado de mim e te perder de vez. Eu prefiro ser um pai que odeias e condenas do que não significar nada para ti, filho.

Pai, chega! minha mente grita. Não aguento mais estas voltas. Eu tenho que implorar pela verdade? A verdade da minha vida?

- Há coisas que, por mais que queiramos, não podemos mudar, como os laços de sangue que nos unem. Isso faz com que hajam aquelas pessoas que teremos que carregar a vida toda. Você é meu pai, gostando de ti ou não, sempre será. - digo. Meu pai passa o dedo na ponta dos seus olhos marejados.

- Aí está o problema, Shawn. Você não tem que me carregar a vida toda.. Você pode decidir que não sou mais seu pai e conseguir mudar a verdade.

-Como assim? De que o senhor está a falar, pai?

Ele se aproxima de mim.

-Filho, eu...

Ele não consegue dizer. As lágrimas que tenta segurar vencem seu esforço e caem revelando sua vulnerabilidade naquele momento. Eu começo a juntar pequenos pedaços e o que acho que ele quis dizer é inverosímil para mim. Que meu peito podia aquecer ainda mais e minha garganta apertar tanto eu não acreditava, mas dói.

- Não. Não pode ser isso. Você não é... Você não é meu pai? É isso que você me esconde? Que não é meu pai biológico?

- Shawn...

Ele tenta me tocar, me afasto. Ando num rompante pela sua sala, ele só pode estar a brincar.

- Não aceito, não pode ser verdade. Vocês não podem ter mentido para mim tanto assim.

Señorita (A sexy and Hot Shawmila fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora