1. Por ti, Lauren

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🦄 Camila🦄

O celular toca e aquela risada doentia que Lauren definiu no meu celular como toque do seu contacto me dá um susto dos infernos que quase derrubo o abajur da mesa quando desperto. Tento, de maneira desajeitada, ajeitar a cúpula, mas aquele som do meu celular chamando me irrita tanto que desisto do abajur e procuro meu celular entre a confusão de cadernos e livros que provavelmente fiz quando o sono começou a pesar – lúcida eu não faria tanta bagunça, sou muito organizada.

Encontro o celular e atendo. A voz do outro lado não é da minha irmã, é de um homem que fala coisas confusas que eu não entendo. Há muito barulho no fundo e eu peço para ele entregar o celular a Lauren e dizer para ela ir a um lugar calmo. Ele grita algumas coisas e eu entendo que ele diz que Lauren não pode falar no momento e eu devo ir busca-la. Meu coração se sobressalta, quero saber o que terá acontecido com ela, mas ele não dá detalhes, me envia o endereço e desliga a chamada. Aflita, ligo novamente, mas ninguém atende.

Corro para buscar uma camisola e gorro no quarto, pego as chaves sobre o aparador perto da saída e me detenho na garagem em frente ao carro – eu tenho pavor de conduzir.

Volto a correr para dentro de casa e puxo a cadeira da mesa onde tomamos o pequeno-almoço para perto.da geleira, subo nela para alcançar a caixa do dinheiro de emergências e tiro algumas notas a mais do que o suficiente para pagar taxi, não sei em que situação Lauren está nem até que ponto está encrencada.

Lauren saiu com seus amigos para se divertir, aproveitando que estávamos só nós duas em casa e nossos pais, ou melhor, os pais dela que são meus padrinhos, viajaram com um grupo de amigos neste fim de semana. Eu decidi aproveitar a noite de sábado de maneira diferente, já que estava de folga na lanchonete, o silêncio da casa me pareceu fantástico para recuperar as matérias atrasadas da faculdade, mas como um amante ciumento, o sono se meteu no meio do meu romance com os livros.

Eu só penso que nossos pais vão nos matar quando souberem desta saída quando vejo onde o taxista me deixou. Um clube nocturno? E não qualquer clube, exactamente o clube chamado "O Clube", um dos mais chiques e badalados clubes da cidade. Eu não vou entrar lá dentro, um clube nocturno? Nada a ver comigo.

Ligo infinitas vezes para Lauren e ninguém me atende. Eu vou matar aquela desmiolada quando a encontrar, é bom que ela esteja viva para eu ter esse prazer.

Paro por um tempo pensando numa maneira de trazê-la comigo sem ter que entrar.

Droga, eu tenho que entrar. Tenho que saber o que aconteceu e garantir que ela está bem. Mas como se entra num clube nocturno, especialmente quando é O Clube? Paga-se algum valor de entrada na porta,, ou compra-se bilhete com antecedência, faz-se reserva ou há pulseirinhas de membro que se exibe como nos filmes?

Mando minha perdição para o inferno, é minha irmã que está lá, e por ela eu até entro em lugares tão profanos como aquele.

Os seguranças deixam Claro que não posso entrar quando peço para abrirem a porta. Parece que há uma festa privada acontecendo lá dentro e eu devia ter convite.

– Olha, senhor segurança, eu não vim me divertir, só vim buscar minha irmã que está aí dentro e vamos as duas embora, entende?

Não importa para eles, eu não posso entrar.

– Então pode um de vocês ir aí dentro buscar ela por mim? O nome dela é Lauren. Lauren Jauregui.  Se não a conhecer, pega no microfone e fala nele, por favor.

– Olha moça, eu vou pedir pela última vez que se retire. – diz um deles, firme.

Cruzo os braços no peito e lhe encarro destemida também.

– Não saio daqui sem a Lauren.

– Não pode entrar sem convite. muito menos vestida assim.

Quase me ofendo antes de perceber minha situação. Oh, esses homens têm razão, sai de casa tão apressada e preocupada que nem me apercebi de que vestia meu pijama bege com desenhos de lacinhos cor de rosa e pantufas da ladybug. Eu quero me enterrar aqui, mas ao invés disso eu fico pelo calcanhar e levanto a ponta do pé para cima mexendo os dedos.

– Eu realmente podia ir para casa trocar esta roupa, mas casa é longe demais e, como disse, eu só saio daqui com minha irmã. Então vai ser assim, companheiros, ou vocês me deixam entrar aí para buscar minha irmã, ou eu ligo agora mesmo para a polícia e denuncio que há uma menor dentro do clube e vocês deixaram entrar. Certamente vosso patrão não vai gostar disso e vocês não querem ter a polícia entrando neste clube, não é mesmo?

Os homens trocam olhares em silêncio e eu começo a me preocupar se estão combinando quem me mata e quem se livra do meu corpo em código. Presto bastante atenção nos dois e um deles se vira e abre a portinhola ao lado dele e eu recuo alguns passos para trás por instinto, preparando-me para ver a arma com silenciador apontada para mim, mas é um vestido curto e extravagante num cabide que ele tira de dentro. O vestido brilha e chama bastante atenção, é tudo o que eu não quero nas minhas roupas, mas não posso negar, é muito bonito.

– Só entra se vestir isto. – diz o homem.

Sob nenhuma circunstância eu vestiria algo do tipo, mas aquele não era um caso comum, então eu me rendo, tomo o vestido e suspiro fundo antes de entrar pela portinhola de onde o vestido saiu .

– Lauren, você me paga.©

Señorita (A sexy and Hot Shawmila fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora