Capítulo 26

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Harley's POV

— Então a sua madrinha é uma bruxa? — Pergunto a Jack, retoricamente, enquanto saio do banheiro.

— Pelo visto, você ficou impressionada com o fato de eu ter uma madrinha bruxa. — Comenta Jack, colocando a bandeja de café da manhã em cima da cama. Ele pega um morango e morde.

— Não é comum uma família de caçadores escolher uma bruxa como madrinha. E menos comum ainda uma bruxa boazinha. — Sento de frente para ele e como meus waffles com morango, calda de chocolate e chantilly. Como ele gosta de me mimar.

— Bom, isso é verdade. — Ele ri — Mas Marilyn não é uma bruxa qualquer. Ela derrotou várias bruxas que praticavam magia negra contra a humanidade, também ajudou meu pai em muitos casos. Eles eram melhores amigos, e foi por causa dela que ele conseguiu conquistar a minha mãe.

— Uau, devem ter muitas histórias para contar. — Como mais um pouco.

— Milhares, eles sempre me contam suas histórias nos almoços em família. Mas agora, eu não tenho tanto tempo e nem moro mais em Denver. Mary passou a viajar mais e acabou se afastando, sem deixar de perder o contato.

— Ela é uma boa madrinha? Ela te mima? — Pergunto, tomando meu suco de laranja em seguida.

— Digamos que ela faz o que pode. — Ele ri — Me mimava mais quando eu era criança, mas sempre tivemos uma ótima relação. Tanto que conto tudo para ela, conversamos com muita frequência. Acho que ela tenta, de alguma forma, se redimir por ter falhado como mãe.

— Ah, ela tem filhos? — Eu suspeitava pelo seu sobrenome, por isso tantas perguntas.

— Sim, uma menina, que agora já é uma mulher. Ela se chama Diana Clarke, ela é oito anos mais velha que eu. Marilyn a abandonou quando era um bebê, por egoísmo. Ela queria aproveitar a vida, curtir a liberdade e nunca quis ser mãe, mas não teve coragem de abortar. Então, a deixou com o pai e foi se aventurar, fazendo várias viagens. Mas com o tempo ela se arrependeu e era tarde demais.

— Então ela tenta compensar o que deixou de fazer pela filha, sendo uma ótima madrinha. — Concluo, terminando de comer. — Bom, o papo está muito bom, mas eu tenho que ir. Preciso trabalhar e o meu irmão me mandou uma mensagem, pedindo minha ajuda.

— Aaaah, mas já? — Lamenta ele. — Não vai valer de nada eu implorar para você ficar, né? Harley Stewart, sempre coberta de compromissos e decidida a partir. Até quando nós teremos esse relacionamento indefinido? Preciso saber o que somos.

— Por quê? Está de olho em mais alguém e precisa saber se estamos namorando?

— Não, eu não consigo ter olhos para mais ninguém, até acho que você me hipnotizou...Harley, desde que eu te vi, pela primeira vez, tudo o que eu quero é você. Eu sinto algo que nunca senti por ninguém, mas eu preciso saber se você sente o mesmo e até onde está disposta a ir por nós. — Diz ele, meio chateado.

Eu fico sem palavras, realmente não sei como reagir. Vejo um pouco de decepção no olhar de Jack Mills.

— Olha, eu realmente preciso ir, me desculpe. Está uma loucura em casa e na empresa, sem contar nessa guerra do submundo. Eu me esforcei para dar uma escapada e vir até aqui passar a noite com você. — Olho para ele, carinhosamente. — Mas saiba que eu nunca te hipnotizei, escolhi ter um relacionamento sincero e prometo que vamos conversar sobre isso. Agora tenho que ir. — Dou um beijo apaixonado nele. — Até mais, Jack Mills. E obrigada pela noite maravilhosa, como sempre — Sorrio.

— Até mais, Harley Stewart. — Ele acaba se derretendo mais uma vez e sorri.

Me teleporto direto para o meu quarto. Tomo um banho não muito demorado, me arrumo e envio uma mensagem para Dylan, o avisando que já estou em casa. Dentro de segundos, ele surge como um holograma, porém real, em minha frente.

American Horror Story: Cursed ChildrenOnde histórias criam vida. Descubra agora