04. Que comecem os jogos

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Após ouvir aquele anúncio insano da Hisako, eu não tive mais reação. Senti minha cabeça girando, minha visão escurecendo e as minhas pernas enfraquecendo. Não consegui me manter de pé e caí de joelhos em frente ao corpo de Hideki. Comecei a chorar incontrolavelmente, eu não me dava nem um pouco bem com esse tipo de situação, então não pude evitar derramar lágrimas.

Yoshiro e Aika permaneceram de pé, sem falar nada, mas com as cabeças abaixadas, como se não conseguissem encarar o cadáver.

Após um certo momento, quando eu já estava soluçando de tanto chorar, Yoshiro disse:

- Eu vou chamar os outros. – E saiu em disparada para a sala de jantar.

Aika se ajoelhou do meu lado e segurou a minha mão. De alguma maneira inexplicável, sua aura extremamente positiva me deu forças para parar com o choro e me levantar de novo. Me recompus quando os demais chegaram.

- Nós ouvimos o anúncio... – Emiko tinha os olhos fundos.

Aos poucos, a enfermaria havia sido preenchida pelos quinze restantes de nós. Encarei todos com aqueles olhares tristes e não consegui, simplesmente não consegui imaginar que um de nós teria cometido um crime daquele tipo. Era impossível para mim imaginar isso, mas era a verdade, e quanto mais cedo eu me acostumasse com a ideia, melhor.

- Bom dia, bom dia! – Ouvimos uma voz super animada adentrando o local de repente. Só podia ser ela, claro...

- Hisako! – Saki gritou com fúria – Foi você quem fez isso, não é? Você matou o Hideki!

- Eu? Eu não mato. – Ela se inocentou – Bem, a menos que você seja um assassino e tenha sido descoberto. E não foi esse o caso do Hideki. Nosso querido veterinário foi morto por um de vocês.

- Mentira! – Saki retrucou com os olhos lacrimejando. Não imaginava que ela era tão emocional.

- Pense o que quiser... – Hisako revirou os olhos – Gostaria de lembra-los que se não descobrirem o autor deste crime, os executados serão vocês! – Ela riu.

- Nós nunca vamos aceitar dar continuidade a esse jogo doentio que você criou! – Bravejei.

- Jura? Que pena... Eu ia anunciar agora mesmo o prêmio caso vocês descobrissem a identidade do assassino. – Ela abaixou os olhos, desapontada.

- Qual prêmio? – Takeshi perguntou.

- Ora, a chave dourada! – Ela abriu um enorme sorriso e tirou a chave dentre os seios como da outra vez. – Se o assassino se safar, ele leva a chave para sua liberdade; se o assassino for pego, vocês levam a chave e podem sair da casa! Isso mesmo! De qualquer maneira, será o fim do Hisako's Killing Game!

- E quanto aos reféns? – Questionei.

- Ah, eles estão seguros! – Ela riu – Graças ao assassino, todos os seus entes queridos estão a salvo. Apesar disso, o assassino é o único que pode saber a localização do porão para salvá-los. Se vocês acharem a identidade do dito cujo, ganharão apenas sua liberdade individual.

- É o que nós vamos ver. – Takeshi estava irritado.

- Hum? – Hisako parecia não ter entendido o que ele havia dito – De qualquer forma, - ela continuou – estou aqui para lhes explicar algumas coisas importantes sobre a aba de "Arquivos". Além das informações básicas sobre a morte, vocês podem fazer anotações enquanto estiverem investigando.

DanganRonpa: Hello DespairOnde histórias criam vida. Descubra agora