Parece que todos nós havíamos perdido o apetite após o acidente com o helicóptero. Quase ninguém voltou para a cozinha, todo o resto, assim como eu, voltou para a sua cabana com um ar de tristeza. Tudo era uma droga! Quando finalmente pensávamos que tínhamos uma mínima chance, que podíamos acreditar em algo... O desespero nos engolia novamente.
As horas se passaram e eu absorvia toda aquela dureza da cama para a minha alma chorosa. Logo, me lembrei do que Takeshi havia me dito: para encontra-lo no cemitério.
Tentei ser o mais rápida que pude e fui ao local por volta de uma da tarde. Ao chegar lá, o lugar já estava infestado de corvos.
- Esses bichos estão em todos os lugares! – Reclamei.
Takeshi estava parado ali, agachado e encarando o túmulo do tal Takeo com sobrenome ilegível, o mesmo túmulo que Natsumi fazia uma oração no nosso primeiro dia aqui.
- Takeshi? – Chamei sua atenção.
Rapidamente, o garoto se levantou e ajeitou os óculos. Debaixo do braço, carregava o livro da Hirano.
- Akemi. – Ele cumprimentou de volta.
- Então o que você descobriu?
- A princípio, nada, mas... – E ele abriu o livro – Eu decidi rever algumas coisas nesse livro e me deparei com a seguinte passagem na tentativa 262.
- 262? – Indaguei – Isso é logo depois daquele spray fertilizante que deu errado com o solo, não é?
- Isso. – Takeshi confirmou – E aqui diz que a Hirano tentou fazer uma solução para tornar o solo fértil de novo, mas só agravou a situação, o tornando completamente podre e escuro. Então, ela decidiu aposentar a terra e enterrar aqui todos os corpos de animais que serviram de cobaia.
- Então são os tais coelhos? – Olhei para os túmulos ao redor.
- Aqui também diz que, como uma última tentativa, ela tentou plantar uma árvore, que cresceu em uma semana, mas que havia adquirido uma cor muito escura, como se tivesse apodrecido de dentro para fora.
E então olhei para a árvore com a corda de suicídio que se estendia ali. Era aqui, no cemitério, que as plantações aconteciam.
- O que isso tem a ver com a senha? – Perguntei.
- No livro, essas palavras estão grifadas com marca-texto. – Ele me mostrou as palavras "enterrei todos os animais que fizeram parte da experiência e fiz uma lápide para cada um deles".
Encarei Takeshi com um olhar de quem ainda não havia entendido nada e ele suspirou.
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete... – E ele começou a contar as lápides. – Dezoito, dezenove, vinte, vinte e um.
- Vinte e um! – Repeti.
- Mas três das lápides não são das cobaias. Hideki Hasegawa, Satoru Oota, Takeo...
- Por que a do Takeo não pode ser a de uma cobaia? – Questionei.
- Por que não é. – Ele respondeu friamente – E isso nos deixa com um total de dezoito lápides. Como dezoito é um número de dois dígitos, nós somamos os dois e encontramos o número 9.
- Nove? É o primeiro dígito da senha? Como você pode ter certeza de que a sua lógica está certa? – Tentei garantir.
- Por que eu fui até a Tentativa 18 desse livro. – E ele passou as páginas mais uma vez e me mostrou – E encontrei isso.
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DanganRonpa: Hello Despair
FanfictionAkemi Ishikawa é uma estudante do ensino médio que foi selecionada para estudar na famosa escola Hope Academy, que recruta alunos super talentosos para se tornarem a esperança da humanidade. O que a protagonista não esperava era ser sequestrada no s...