Dia 13
Eu havia dormido nos braços do Yoshiro. Estávamos completamente nus, mal embrulhados em lençóis e com um certo conforto corporal. Nos meus sonhos, eu estava em um lugar muito distante daquele bunker. Na verdade, nem me lembrava da existência ou do bunker ou de qualquer outra coisa relacionada a esse jogo.
Eu estava com o Yoshiro, estávamos nos casando. Meus pais estavam na cerimônia e as minhas amigas também, além do Takeshi, da Natsumi, da Saki, enfim, de todos os outros... Era um momento tão feliz, eu estava radiante. O meu vestido era muito bonito. O Yoshiro também estava lindo em seu terno. Tudo perfeito!
E, quando eu estava prestes a dizer as duas palavrinhas que mudariam a minha vida para sempre, "eu aceito", uma voz pareceu puxar o meu pé do mundo dos sonhos, me fazendo cair direto na realidade.
- Acordem! – A voz ecoou – Já é um novo dia e daremos início ao julgamento escolar. Compareçam à porta de metal imediatamente.
Eu e Yoshiro despertamos simultaneamente, um pouco atordoados. Quando nossos olhos se encontraram, foi inevitável que trocássemos sorrisos.
Infelizmente, a alegria não durou muito pois assim que realmente havíamos captado a mensagem de Hizaro, lembramos de tudo o que aconteceu. Lembramos também que Emiko havia sido assassinada por um de nós e que agora deveríamos debater para encontrar o culpado.
Estranhamente, o que eu sentia não era desespero, mas esperança. Eu tinha esperança de que conseguiríamos descobrir o autor do crime e pegaríamos aqueles trajes anti-radiação, podendo escapar dali.
Ah, sim, era essa a esperança que eu tinha. E eu sabia que não podia desistir tão fácil agora.
Me levantei da cama e comecei a vestir a minha roupa. Yoshiro fez o mesmo, não trocamos uma palavra sequer. Eu queria falar sobre seu corpo e sobre a noite passada, mas o clima estava pesado demais para isso.
Emiko Tamura, a Ultimate Confectioner, morreu. Um de nós oito a matou. Ela nunca havia causado mal algum a ninguém aqui. Muito pelo contrário, sempre tentava melhorar o nosso astral e manter o ambiente mais calmo. Mesmo que fizesse generosas quantidades de doce todos os dias, ela era uma boa pessoa.
Eu e Yoshiro fomos juntos à porta de metal, onde os outros já estavam nos esperando.
- Akemi! – Chinatsu gritou quando me viu, indo correndo na minha direção – O robô funciona!
- O robô? – Indaguei – Aquele que limpa a atmosfera?
- Sim, porém tem um problema. – Ela postulou – Eu precisava de um motor de avião e foi muito difícil fazer algo que desse para substituir com o que estava disponível no depósito.
- E então?
- O robô funciona, mas segundo os meus cálculos, demoraria, no mínimo, seis meses para limpar uma área suficiente para sairmos. – Chinatsu explica – O motor improvisado não é tão potente quanto eu gostaria... Além disso, é necessário trocar a água com sementes de girassóis a cada uma semana para que não contamine o combustível e comprometa toda a operação.
- Chinatsu, eu admiro o seu esforço e fico muito feliz que ao menos tenha dado certo, mas não acredito que vamos usá-lo. – Falei – O julgamento está prestes a começar, não podemos enrolar seis meses para isso. De um jeito ou de outro, os trajes serão liberados. O assassino ou os inocentes escaparão, e é isso.
- Entendo... – Ela pareceu desapontada, mas logo desfez a expressão – Mas ainda assim eu vou guardar o robô por precaução, ok?
- É uma boa ideia. – Concordei.
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DanganRonpa: Hello Despair
FanfictionAkemi Ishikawa é uma estudante do ensino médio que foi selecionada para estudar na famosa escola Hope Academy, que recruta alunos super talentosos para se tornarem a esperança da humanidade. O que a protagonista não esperava era ser sequestrada no s...