22. Em 2135

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20 de Outubro de 2135

POV Natsumi Murata

- Natsumi! Natsumi! – Acordei com alguém me chamando.

- Ah... O que é? – Abri meus olhos com certa dificuldade, pois ainda estava com muito sono. Peguei os meus óculos no criado-mudo ao lado da cama e os coloquei para enxergar quem estava no meu quarto.

Era o meu pai, segurando dois balões vermelhos com gás hélio.

- Pai? – Indaguei quando o vi.

- Feliz aniversário, filha. – Ele tinha um enorme sorriso no rosto.

- Pai! Eu não tenho mais cinco anos! – Me sentei na cama e peguei os balões que ele estendia para mim.

- Eu sei. Já são dezessete. – E veio se sentar ao meu lado – Você cresceu muito rápido...

- Obrigada... – Agradeci, um pouco sem jeito.

- Tem os mesmos olhos da sua avó... – E com isso, ele tirou meus óculos para ver melhor meus olhos.

- Pai! – Resmunguei outra vez e tentei pegar os óculos das suas mãos, mas minha miopia era tão alta, que não consegui encontrar.

- Calma, calma. Desculpa. – Ele colocou os óculos no meu rosto outra vez.

- Já falei pra não ficar falando sobre a vovó assim... Comparando-a comigo... É estranho... – Comentei.

- Certo. Bem, hoje é o seu aniversário, mas não é férias. Se arruma pra ir pra escola. – E, com isso, ele deu um beijo na minha bochecha e saiu do quarto. Antes de me deixar ali, entretanto, ele falou uma última coisa: - Se apressa, sua mãe fez panquecas.

- Ok... – Suspirei bem fundo.

Espreguicei e me levantei. A primeira coisa que fiz foi tirar o meu pijama e ir para o meu guarda-roupa. Dei os dois habituais cliques no monitor da porta para ver as roupas disponíveis. Eu sempre demorava bastante tempo escolhendo o meu look do dia pois precisava que estivesse combinando com o clima e com a estação para evitar parecer uma maluca na escola.

Felizmente, logo decidi o meu conjuntinho amarelo de sempre e cliquei no botão de confirmar. Esperei alguns segundos até ouvir o barulho dos cabides deslizando na barra e abri a porta. As roupas que eu havia escolhido estavam ali, prontinhas para mim.

Tentei ser rápida ao me vestir, pois eu sabia que se demorasse de chegar ao café da manhã, o papai comeria todas as panquecas. Ele sempre fazia isso...

Fui apressadamente até lá, onde encontrei minha mãe e meu pai tendo uma discussão, ou ao menos era o que aparentava para mim.

- Eu já disse que não vou permitir! – Minha mãe afirmou, zangada.

- A questão não é essa, a questão é que precisa ser feito. – Meu pai argumentou.

- Mãe? Pai? – Chamei a atenção deles.

- Filha! Bom dia! – Minha mãe veio até mim e me deu um longo abraço enquanto me parabenizava – Feliz aniversário, Natsumi. Te amo, minha filha.

- Obrigada, mãe. – Retribuí o abraço.

Ela se sentou na mesa e me chamou para me sentar também, então logo o fiz. Um silêncio estranho havia se instalado, então decidi não poupar nada e meter logo o dedo na ferida:

DanganRonpa: Hello DespairOnde histórias criam vida. Descubra agora